Meu roteiro em Yosemite para 2 dias de viagem


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Confira um relato pessoal e bem detalhado sobre o meu roteiro em Yosemite para 2 dias de viagem em um dos Parques Nacionais mais famosos dos Estados Unidos, que fica na Califórnia.

Vou para o Parque Nacional de Yosemite, e agora? 

Decidimos ir para Yosemite de última hora. Meu namorado esposo teve que ir para o Vale do Silício para um treinamento do trabalho e como tínhamos um casamento em Nova York na semana seguinte eu também fui com ele para aproveitar a viagem.

Com pouco menos de um mês de antecedência, comecei a pensar o que poderíamos fazer com o final de semana livre que teríamos por lá.

Explorar a Highway 1? Temos pouco tempo para essa viagem. Napa Valley? Hum, eu já fui, podemos tentar algo diferente. São Francisco? Ah, podemos ir em outra oportunidade. E foi assim, quase que por exclusão, que decidimos ir para o Parque Nacional de Yosemite.

Apenas um tira-gosto do que vimos em Yosemite. Foto tirada na Mirror Lake Trail.

Depois de alguns minutos de pesquisa eu já estava inteiramente convencida que ia ser uma viagem massa e diferente para um final de semana. Mas foi ainda melhor do que eu poderia imaginar!

Já adianto: fiquei um final de semana (2 noites, 1 dia inteiro e mais meio dia no parque) e sai com vontade de mais!

O planejamento do nosso roteiro em Yosemite

Decidido o destino, era a hora de fazer o planejamento. Decidir onde ficar em Yosemite, como se locomover e etc. Para quem quiser detalhes mais completos do planejamento, acesse esse post com dicas completas de Yosemite.

Onde se hospedar perto do Parque Nacional de Yosemite?

A primeira ideia era acampar dentro do Parque, mas logo ela foi descartada já que para isso seria necessário ter reservado com antecedência e não estávamos afim de tentar a sorte chegando super cedo nos campings que não exigem reserva (mas são BEM concorridos).

Depois a ideia era ficar em algum hotel dentro do parque, mas TODOS já estavam reservados para a nossa data, afinal estávamos indo em um final de semana no final de maio, ou seja, começo do calor, quando os americanos estão doidos para fazer atividades outdoors e o parque começa a ficar entupido de gente.

Bom, nossa opção agora era ficar em alguma cidade perto, mas fora do parque. Estaríamos de carro e isso não seria um problema.

Primeira dica: planeje-se com antecedência!

De acordo com minhas inúmeras pesquisas, as melhores opções de acesso ao parque para quem vem de São Francisco ou do Vale do Silício são: (1) a entrada de Big-Oak-Flat ou (2) a entrada Arch Rock. Sendo assim, nossas melhores opções de cidades perto do parque eram aquelas que estavam nas estradas que levavam a essas duas entradas.

As mais próximas e com mais estrutura eram: (1) a mini cidade de Groveland, que nada mais é que um aglomerado de casas e alguns comércios em torno da estrada de Big-Oak-Flat que leva a uma das entradas do parque, ou (2) a cidade de Mariposa, que tem acesso a Yosemite pela entrada Arch Road, e depois pela estrada El Portal.

Ambas estão a mais ou menos 1 hora do miolo principal do parque, o Yosemite Valley. Logo, nossa decisão foi tomada a partir do hotel que mais gostamos e não pela cidade.

Por pouco não consegui reservar o Yosemite Creek Lodge que estava doida pra ficar, já que ele fica do lado de uma das entradas do parque e parece ser bem confortável para descansar depois de um dia intenso em Yosemite. Fica a dica de uma ótima opção.

Acabamos reservando o Hotel Charlotte, em Groveland e não nos arrependemos nem um pouco! O hotel era uma graça e a cidade tinha uma estrutura bem bacana e fofa para aproveitar de manhãzinha e durante a noite.

Quarto do nosso Hotel Charlotte, estilo inn americano.

Quarto duplo do Hotel Charlotte, que consegui espiar e tirar uma foto enquanto limpavam. =)

Banheiro dos aventureiros para um dia pós-parque.

Aluguel de carro – será imprescindível

Depois de decidido o hotel, nós alugamos um carro pela Rental Cars para o período. O carro é essencial para explorar o Parque com liberdade e autonomia.

Depois de reservado hotel e alugado o carro, comecei a ler por cima algumas dicas do Ideias na Mala, do Tô Pensando em Viajar e do Viagens Cine, e só. Foi esse todo o planejamento que fizemos. Decidi ir sem ter tudo planejado e dar chance para o acaso me surpreender também (e ele surpreendeu!).

Nosso roteiro de 2 dias em Yosemite: a viagem em detalhes!

Enfim, vamos ao relato de como foi nossa viagem de 2 dias para o Parque Nacional de Yosemite!

-Sexta a noite: saída de San José e chegada em Groveland no Hotel Charlotte

Saímos de San José na sexta-feira no final do dia, por volta das 6 da tarde, com destino ao nosso hotel, o Hotel Charlotte. O trajeto supostamente deveria demorar 3:30h, mas entre um trânsito intenso de uma sexta-feira a noite e uma parada estratégica no In-N-Out de alguma cidade do caminho para um hamburger, nossa viagem demorou 4:20h.

Chegamos as 22:20 na cidade que, como eu disse, é na verdade uma vila em volta de um trecho dessa estrada que leva para o parque (que é também a rua principal da cidade). O cenário era bem pitoresco, e me lembrou muito os filmes de velho oeste, com saloons, pousadas fofas e familiares e um ou outro comércio.

Estávamos em duas pessoas. Conte os hamburgueres… rs

Estávamos bem cansados, e por mais que o bar na frente do hotel estivesse super animado com música alta e um monte de vozes e risadas, fomos direto pra cama pra descansar e acordar cedo no dia seguinte. Mas é claro que antes disso teve um pequeno perrengue… chegamos no hotel e demos de cara com a porta!

Olhamos pela janela e estava tudo escuro lá dentro e não tinha uma alma viva pra nos receber. Esperamos uns cinco minutos na frente da porta com uma cara de super perdidos, até que um hóspede saiu do bar e foi entrar no hotel. Seguramos a porta e entramos também.

Lá dentro, perto da recepção (que lembrando, estava escura e vazia) tinha uma carta com o nosso sobrenome. Foi só na carta que descobrimos que o hotel tinha mandado instruções por e-mail para quem chega depois das 21h, que era pegar as chaves da porta da entrada do hotel debaixo do capacho (!), entrar e depois pegar as chaves do quarto em um envelope com seu sobrenome, o mesmo em que você deveria deixar a chave da porta de entrada.

Mais coisa familiar e de interior impossível. Fica esse aviso de checar com o seu hotel os horários de chegada.

-Sábado de manhã: café da manhã no carro, entrada no parque e uma surpresa no caminho!

Antes de dormir coloquei o despertador pra 7h e achei que seria cedo o bastante, mas bem antes disso (tipo 5:30h) já ouvi outros hóspedes saindo dos quartos e se movimentando pelo corredor.

Nosso hotel não tinha café da manhã, então tomamos banho e fomos rapidamente em uma lojinha dentro de uma pousada do outro lado da rua pra comprar um iogurte, duas águas e mais algum snack para o caminho até o Yosemite Valley, que é o principal ponto de partida para explorar o parque e que também seria nossa primeira parada do dia.

Loja de conveniência em Groveland, antes da entrada do Yosemite Park.

Abastecendo para o dia que começava. Não esqueça da água!

A dica é começar o dia cedo, mas nem sempre acontece o que planejamos.

Aqui cometemos um erro que depois se transformou em uma sorte danada! Já explico. Mas lembra que acordamos as 7h pra sair cedo? Pois como tinha sido uma viagem de última hora, não tínhamos planejado nada. Então paramos no sofá da pousada por uma hora para planejar o nosso dia.

Entre tomar banho, comprar comida e fazer o planejamento, fomos sair do hotel depois das 10 horas da manhã. Eu já estava em pânico porque tinha lido que o parque ficava muito lotado por volta desse horário das 11 horas (era o tempo de estrada que tínhamos até chegar lá) e que havia fila de carros na entrada e a possibilidade de lotar e ninguém entrar mais.

Seguimos apreensivos e meia hora depois chegamos na entrada Big Oak Flat do parque, era por volta de 10:45 e pegamos uma fila ainda tranquila de encarar, embora carregada de carros e vans turísticas. Pagamos U$30,00 para entrar com nosso carro e ter acesso ao parque por 7 dias (a gente só ia usar 2 dias mas essa era a melhor opção disponível). Há também passes anuais, mas esses só compensam se você mora lá ou pretende voltar mais de uma vez no ano.

Fila de carros alinhados em portarias para entrar no Parque Nacional de Yosemite.

Os carros na nossa frente na entrada de Big Oak Flat, as 10:45 da manhã de meados de maio.

Entramos e eu já estava nervosa que o nosso dia estava começando tarde, que não ia dar pra aproveitar muito, que comemos bola de ter saído tarde e de que…. “EPA, O QUE É ESSE MONTE DE GENTE PARADA OLHANDO PARA A MATA E ESSES CARROS ESTACIONANDO COM PRESSA EM QUALQUER CANTO?”. Eu confesso que me arrepio só de lembrar da sensação que tive quando olhei para o lado e tinha um URSO, sim, um U-R-S-O comendo tranquilamente e se exibindo para as pessoas que passavam.

Saí correndo do carro igual uma louca, só com o celular na mão e abandonei meu namorado estacionando o carro no estacionamento… vocês podem ver essa cena nos destaques ‘Yosemite’ nos stories do @segredosdeviagem no Instagram. Chegando lá fiquei igual boba só observando aquele urso viver, andar, comer… todo de boa!

Fiquei por lá até a hora que o urso decidiu ir embora mata adentro e me dei conta que estava atrasada para a reserva que tinha as 12:15 em um dos restaurantes do parque (calma, nem precisa de reserva para a maioria dos lugares, só nesse restaurante específico que eu queria ir e já vou falar porquê e como é).

Assim que o “ursinho” foi embora, entramos no carro e continuamos viagem em direção a Yosemite Valley. Achei a entrada de Big Oak Flat lindíssima, com caminhos incríveis e vistas maravilhosas já que a estrada começa em um ponto mais alto e vai descendo até o Valley. Fomos parando ao longo do caminho para apreciar a vista de lugares como esse aqui da foto:

As surpresas do caminho.

-Sábado no almoço: restaurante do The Ahwahnee (antigo Majestic Hotel), no meio do valley. 

Quando chegamos perto da região de Yosemite Valley foi difícil não parar e continuar a ir direto até o restaurante que tínhamos reserva.

Em Yosemite há diversos restaurantes rápidos e práticos para comer, e supermercadinhos, mas a maioria das pessoas leva sua própria comida ou lanche (atenção na hora de armazenar para não ter problemas com ursos). Mas, há um restaurante dentro do famoso The Ahwahnee (antigo Majestic Hotel) que eu estava louca para conhecer.

O The Ahwahnee é simplesmente o melhor hotel de Yosemite, fica no meio do Yosemite Valley e é mega luxuoso. É lá que presidentes e personalidades ficam, e olha, eu mesma fiquei doida pra me hospedar lá mas já não tinha mais disponibilidade quando eu vi.

Interior do restaurante do Majestic Hotel no Parque Nacional de Yosemite.

O restaurante parecia ter saído do filme “A Bela e a Fera”.

Além do hotel, há um restaurante bem lindão, com janelões que revelam paisagens lindíssimas. Muita gente recomenda ir jantar lá, mas para o jantar eles pedem um traje social e os pratos são bem mais caros.

Minha preguiça de colocar um traje social depois de um dia inteiro de caminhadas falou mais alto e, afim de conhecer o lugar sem pagar caro e ter esse trabalho todo, reservamos uma mesa para o almoço do primeiro dia e fomos com roupa “de trilha” mesmo.

Um almoço com vista pro verde, por favor.

Com um pé direito alto e decoração rústica que lembra aquelas casas de campo bem típicas do hemisfério norte, o restaurante parecia ter saído de um filme. Por ter um menu mais acessível, ter ido durante o almoço foi uma ótima decisão na minha opinião, pois a comida estava boa e o ambiente era bacana para essa situação.

Honestamente, não achei o conjunto da obra tão marcante a ponto de valer a pena o trabalho de ir no jantar (li muitas críticas negativas por ser caro demais para o que oferece durante a noite, fora o trabalho de ter que se arrumar caso não esteja hospedado no parque). Talvez seja uma boa opção se você conseguir se hospedar dentro do parque.

Nossos pedidos: truta com amêndoas e legumes e sanduíche de pulled pork. Estavam bem ok só. Nada de espetacular.

Pedimos uma truta com amêndoas e sanduíche de pulled pork. Nenhum surpreendeu. Tenho quase certeza que vai ser uma das melhores refeições que você vai encontrar dentro do parque, mas também sei que não vai marcar sua vida.

A comida é ok apenas, enquanto que a experiência do lugar é o que vale mais a pena, além do fato de ser um lugar confortável para fazer uma pausa no seu dia. No domingo eles também tem um Grand Brunch por U$56.00 por adulto e opções a la carte (veja mais sobre preços e menu, e reserve aqui).

-Sábado a tarde: Lower Yosemite Falls, Mirror Lake Trail e Tunnel View

Barriga cheia, pé na areia! Cheios de energia, finalmente estávamos prontos para as trilhas. Mas nisso já era quase 2 da tarde e os estacionamentos estavam lotadíssimos.

A solução foi parar na primeira vaga que encontramos dentro de um dos estacionamentos gratuitos do vale e seguir explorando o parque nos transportes compartilhados e gratuitos que circulam por lá (e são ótimos, recomendo muito fazer isso). Só nessa procura já foi mais meia hora…

Ah, no restaurante paramos em um tipo de valet que tinha na frente do hotel, achamos que seria pago mas no final não nos cobraram nada e demos apenas uma gorjeta para o manobrista.

No Yosemite Valley, estacione onde achar vaga e utilize o transporte interno gratuito.

Yosemite Falls

A vaga que encontramos era em um estacionamento do lado da Yosemite Falls e foi lá que fizemos nossa primeira parada. Na saída do estacionamento havia uma tenda com mapas e pessoas ajudando a esclarecer quaisquer dúvidas que tivéssemos. Pegamos nosso mapinha e seguimos para a cachoeira mais acessível e fácil de chegar do parque.

A parte debaixo da “Yosemite Falls”, chamada de Lower Yosemite Falls.

Nossa viagem foi durante a primavera, que é um ótimo período para ver as cachoeiras no seu auge, já que o inverno é chuvoso e enche as cachoeiras (o degelo também contribui para esse maior volume).

A Yosemite Falls tem duas cachoeiras, a de cima e a de baixo. Para chegar na parte de baixo (Lower Yosemite Falls) o caminho é super rápido e inteiro asfaltado. É o caminho mais acessível do parque e estava lotado de pessoas de todo tipo, e aqui também se viam pessoas mais velhas e com mobilidade reduzida (na foto tentei tira-las de quadro, mas no canto inferior esquerdo fica evidente que o que não está em quadro são vários turistas).

A trilha para ver a Lower Yosemite Falls é de nível fácil, é rápida e asfaltada.

Quem estiver mais disposto pode subir até o topo da Lower Falls em uma trilha de 2 a 3 horas (ida e volta), e quem tiver bom preparo pode encarar a trilha até o topo da Upper Yosemite Falls que dura de 6 a 8 horas (ida e volta). Nós ficamos só admirando a cachoeira na sua base mesmo e seguimos para o próximo trilha, a Mirror Lake Trail.

Shuttle em Yosemite. Pontos de paradas numerados e filas nos horários de pico. Ainda assim, o melhor jeito de explorar o valley.

A trilha Mirror Lake

Pegamos o shuttle do parque e paramos na parada #17, do Mirror Lake. A Mirror Lake Trail é uma trilha um pouco mais puxada, embora ainda seja considerada de nível fácil a moderado.

Você pode ir até o lago e voltar, utilizando um caminho asfaltado e com banheiros (ótima opção para quem está de bicicleta ou tem mobilidade reduzida). Ou você pode fazer a trilha do loop completo que vai além do lago, continua e termina no trajeto asfaltado. A primeira demora uma hora e a segunda opção, de duas a três horas.

mapa cartográfico da trilha de Mirror Lake em Yosemite.

Veja a trilha asfaltada em amarelo e o loop completo em laranja, que termina na trilha asfaltada.

O que nós fizemos? Nem um nem o outro, fizemos uma mistura dos dois! Nós pegamos a trilha do loop, que não é asfaltada, e fomos até um pouco adiante do lago e voltamos pelo mesmo caminho que viemos, sem terminar a volta completa.

Na época que fomos, em maio, o rio Tenaya estava cheio e com bastante água correndo. Mas ao chegar no lago, tudo estava calmo e as águas formavam um verdadeiro espelho, honrando o nome do lago. =)

Reflexo no “lago do espelho”.

Já era final da tarde quando terminamos essa trilha e enfrentamos uma pequena fila para pegar o shuttle de volta para a região do vale de Yosemite (foto que eu coloquei acima).

Descemos no primeiro ponto lá por perto e seguimos a pé até o nosso estacionamento. Caminhamos acompanhando o Merced River e passamos por alguns mirantes, a capela, algumas pontes como a sentinel bridge e paramos para um picnic perto da Swinging Bridge, em um lugar bem bonito (como quase todos em Yosemite!).

Half dome em Yosemite.

Caminhando e apreciando as belezas do caminho.

A caminho do mirante mais famoso de Yosemite! Swinging Bridge.

Tunnel View, ponto alto do dia

Depois do picnic, rapidamente pegamos o nosso carro para ir até o mirante mais famoso do Parque Nacional de Yosemite, e um dos pontos altos do dia, o Tunnel View. Resistimos mais uma vez às tentações do caminho e seguimos sem parar pois queríamos chegar ainda de dia e com a luz do pôr do sol. Chegamos e foi só sucesso, veja você mesmo.

Casal em primeiro plano, de pé e em cima de uma mureta. No fundo, atrás dessa muretinha, há um lindo vale com árvores verdes e no fundo montanhas em diversos planos diferentes. No lado direito, na primeira montanha do primeiro plano, uma cachoeira está visível ao longe. O céu está azul e há uma luz de pôr do sol na foto.

Tunnel View, na luz de final de tarde. Um dos cartões postais do parque e ponto alto da viagem.

-Sábado a noite: volta para Groveland, Iron Door Saloon e cama!

Depois do Tunnel View encerramos o primeiro dia de passeios pelo parque. Demos meia volta e voltamos para a estrada que levava a Groveland, e ainda assistimos um belo pôr do sol na estrada.

Uma hora depois, estacionamos o carro no nosso hotel e estávamos exaustos. Mas lembra do bar na frente do hotel que estava com música bombando no dia anterior? Pois é, ele também continuava animado e decidimos ir direto para lá sem nem parar pra tomar banho (se não a gente ia desanimar e dormir com certeza).

Acabamos descobrindo que o bar, o Iron Door Sallon, é o saloon mais antigo da Califórnia e nos animamos ainda mais! Por sorte conseguimos uma mesa, já que o bar estava bem cheio, e pedimos uma cerveja e hamburgueres. Logo depois, a luz do ambiente abaixou e uma banda começou a tocar. Foi um excelente jeito de encerrar um dia que já tinha sido perfeito. ♥

Iron Door Saloon, o saloon mais antigo da Califórnia!

Juro que tentamos pedir algo mais tranquilo, mas não encontramos no cardápio essa opção. Então vai um burgão e fritas mesmo!

-Domingo de manhã: Merced Grove, uma tentativa de ver o Glacier Point e Bridalveil Fall

Merced Grove

No dia seguinte tínhamos alguns planos para fazer trilhas e mirantes que não conseguimos ir no dia anterior. Tudo começou super bem e seguia conforme o planejado. Saímos cedo e nossa primeira parada foi no Merced Grove, para ver as sequóias gigantes. Há três bosques para vê-las: o Merced Grove, Tuoloumne Grove e o Mariposa Grove.

Quando fomos a Yosemite, o Mariposa estava fechado para reforma, e decidimos visitar o Merced para fazer uma trilha um pouco maior (4,8 km ida e volta) e por ser um bosque com menos gente do que o Tuolomne (estávamos buscando algo mais exclusivo para conseguir se conectar de verdade com a natureza). E de fato o Merced tinha bem pouca gente.

As sequóias gigantes em Merced Grove, Yosemite

Chegamos cedo e conseguimos uma das poucas vagas de estacionamento no local (há em torno de 12 vagas), e fizemos vários trechos da trilha sem ver ninguém, apenas árvores, veados e pequenos animais. A vegetação era mais fechada do que na trilha da Mirror Lake, e tinha um cenário diferente e bem típico do hemisfério norte na minha opinião.

A trilha foi levemente cansativa e ainda contava com uma elevação de 180 metros, mas depois de pouco menos de 2 horas já tínhamos acabado e estávamos saindo para o próximo passeio.

Visita no meio da trilha… nesse caso ficamos felizes que não era um urso, e sim um veado.

Eu estava ansiosa pela próxima atração, o mirante de Glacier Point com vistas lindíssimas, daquelas bem características de Yosemite…

Glacier Point

Porém as coisas não aconteceram do jeito que esperávamos. Saímos de Merced por volta de 10h da manhã e, segundo google maps (baixamos o mapa offline enquanto tínhamos wifi no hotel), demoraríamos 1 hora até chegar no mirante.

Mas meia hora antes de chegar no nosso destino final veio a surpresa: estava rolando rodízio de carros porque o estacionamento lá de cima estava lotado, isso é, só subia um carro quando outro descia. Na nossa frente haviam dezenas de outros carros esperando e a previsão era de pelo menos duas horas de espera. Como tínhamos vôo saindo de San José no dia seguinte, não tínhamos condições de esperar esse rodízio, então esse foi um passeio que ficou pra próxima visita, como desculpa para voltar. 😉

Preste atenção nessa dica: se pretende ir ao mirante do Glacier Point, vá bem cedinho ou no finalzinho da tarde. Indo das 10 até umas 17h você corre um alto risco de ficar parado esperando o rodízio de carros.

Bridalveil Fall

Bom, a alternativa foi seguir para o plano B (que tivemos que inventar na hora) que foi ir até a Bridalveil Fall, uma cachoeira quase sem trilha pra chegar e super fácil de acessar. Mesmo aqui tivemos que esperar um pouco até conseguir uma vaga no estacionamento.

Praticamente um banho na cachoeira véu da noiva (Bridalveil Falls) .

O passeio para vê-la foi super rápido, e escorregadio pois a cachoeira respinga em todo o caminho de pedra. Mas foi divertido, embora eu tenha consciência que o mirante do Glacier Point deva ser bem mais bonitão.

-Domingo a tarde: volta para San Jose passando por Mariposa

Saímos da cachoeira véu da noiva e seguimos para San Jose, mas dessa vez pegamos uma estrada que ainda não tínhamos utilizado antes, a Arch Rock. Mais uma vez fiquei boba em ver como os caminhos e estradas do parque são cênicos e até bucólicos algumas vezes.

Estrada com curvas delicadas na beira de um rio. Bem perto mesmo. Pinheiros e árvores estão na outra margem do rio, e há uma montanha bem ao fundo da foto.

El Portal road, praticamente uma pintura e não uma estrada.

Essa é a estrada que leva a cidade de Mariposa que, como falamos antes, é uma opção de cidade para montar sua base antes de explorar Yosemite. Ela acompanha o rio Merced em todas as suas curvas e chegando perto da entrada do parque (para nós, a saída) havia o famoso arco de pedra, que forma o “túnel” mais diferentão que você já viu.

Céu azul e trecho de estrada coberto com duas pedras que formam um túnel, e deixam apenas um buraco para passagem de carros.

A entrada de Arch Rock, e o túnel natural de pedras.

Seguimos para Mariposa, paramos em uma deli para um almoço rápido. A deli chamava Sweetwater e também era um mercadinho. Ótima parada antes de seguir viagem.

Percebemos que Mariposa tinha mais estrutura que Groveland, com mais opções de hotéis e restaurantes. Mas adorei minha experiência no Big Door Sallon e no Hotel Charlotte, então não me arrependo nadica.

Seguimos estrada vendo as bruscas mudanças nas paisagens californianas e já planejando a próxima ida ao Parque Nacional de Yosemite, quem sabe no inverno para ver uma paisagem diferente, no verão para entrar nos rios, no outono para ver o parque em tons de avermelhados ou em fevereiro para ver a “cachoeira de lava”.

Cachoeira de lava yosemite

Fenômeno natural difícil de ver, mas de deixar qualquer um de queixo caído. “Horsetail Fall”, no Parque Nacional de Yosemite. Foto: Getty Images

Relato pós-viagem, ou Meus aprendizados

Saí dessa viagem totalmente surpreendida e tocada, foi um momento de virada de chave para mim sobre os tipos de viagem que eu quero para os próximos anos. Eu, que tanto amo viajar para absorver cultura e arte e sentir a vida urbana, decidi que ia começar a fazer mais viagens de aventura e de contato com a natureza, de tanto que esse nosso roteiro por Yosemite me fez bem. Não por acaso, alguns meses depois estava explorando Bonito e Brotas, no Brasil.

Mesmo tendo sido uma viagem encaixada de última hora, fiquei extremamente satisfeita de ter tomado a decisão de conhecer o parque e sai com MUITA vontade de ‘quero mais’. Fiquei duas noites na região (mas deu um dia e meio de parque só) e achei pouco porque enquanto eu ainda estava lá ficava sofrendo porque ia acabar sem eu conseguir aproveitar melhor.

Por isso aconselho ficar PELO MENOS 3 noites pra aproveitar dois dias inteiros de parque e conseguir se desconectar e relaxar minimamente (a falta de sinal de celular só faz contribuir com essa missão). Mas olha, se um dia eu tiver tempo, gostaria de ficar pelo menos uma semana por lá.

Em uma próxima ida a Yosemite, eu também gostaria de me planejar melhor e com antecedência, e, assim, ficar hospedada dentro do parque (e quem sabe não crio coragem para acampar por lá!). Ficando mais tempo, conseguiria fazer umas trilhas mais longas e curtir tudo com mais calma.

Mas na minha opinião o que conta mesmo é a sensação que a viagem deixou em você. E essa, pra mim, foi indescritível e transformadora. ♥

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