O que fazer no Jalapão? Conheça as principais atrações
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Se você mora ou morou no Brasil no último ano você certamente já ouviu falar do Jalapão. O Parque está em alta e tem chamado a atenção como um dos principais destinos naturais no país atualmente. Eu estive no Jalapão no começo de 2018 e posso falar que ele faz jus à fama. Se interessou? Então presta atenção nestas informações sobre o que fazer no Jalapão, esse lugar encantador e inesquecível no Tocantins.
Mas antes, onde fica o Jalapão, quando ir e como explorar!
Bom, vamos começar do começo: nos situando. O Jalapão é um Parque Estadual localizado no Tocantins, na região norte, e tem cerca de 34 mil km². A região faz fronteira com a Bahia, o Maranhão e o Piauí. O mais comum é chegar lá de carro, vindo de Palmas.
Diz-se que a melhor época para ir é de maio a setembro – alguns chegam a cravar agosto como o mês ideal -, porque é a época de seca, mas quando eu estive lá, em janeiro, meu guia disse que o ano todo é bom para visitar a região. Eu não sei se foi sorte, mas pegamos dias muito quentes e ensolarados a viagem toda, com chuvas à noite que refrescavam e facilitavam muito a situação das estradas, que ficavam com a areia mais compactada.
Uma particularidade do Jalapão é que dificilmente você vai ter apenas uma base, como é muito comum em destinos como Chapada dos Veadeiros, por exemplo. No Jalapão as principais atrações ficam bem espalhadas, então você vai transitar entre muitas cidadezinhas (por longas estradas) e pode chegar a dormir uma noite em cada lugar, como eu fiz.
As principais cidades da área são Mateiros, São Félix do Tocantins e Ponte Alta do Tocantins, também conhecida como o “Portal do Jalapão”. Esta última é a maior cidade da região, apesar de continuar sendo uma cidade bem pequenininha, como todas as outras, e Mateiros é onde está localizada a maior parte das atrações.
Enfim, o que fazer no Jalapão?
Bom, mas o que tem pra fazer no Jalapão, afinal? O Jalapão é um dos destinos de natureza mais diversos do país. Você vai encontrar desde cachoeiras a dunas, passando por nascentes, rios e morros. Listo a seguir os principais tipos de atrações, e os nomes de cada uma ao longo do texto:
1- Fervedouros
Os fervedouros são talvez a atração mais característica do Jalapão e não é à toa. À primeira vista eles parecem apenas pequenos laguinhos, sempre muito bonitos e cercados de mata, por vezes com cores chamativas. Ao entrar e tocar os pés na areia fina, o visitante não sente o fundo e tem a sensação de que será sugado por uma areia movediça, mas é aí que a experiência fica mágica: a força da água nos empurra para fora, fazendo com que seja praticamente impossível submergir.
Os fervedouros são nascentes, ou seja, água de lençóis freáticos brotando da terra e formando uma poça. Eles talvez fossem apenas poças, se não ficassem localizados dentro de propriedades privadas, onde ganharam dimensões maiores com a ação dos proprietários, que alargaram os arredores, transformando-os em pequenas piscinas.
O acesso a todos os fervedouros é fácil e pago (o valor costuma estar incluso nos pacotes). Os visitantes podem ficar no máximo 20 minutos dentro deles, porque só são permitidos grupos de 8, 10 ou 12 visitantes por vez, dependendo do tamanho do fervedouro. Como fui na baixa temporada, dei sorte umas duas vezes e consegui ficar até 1h lá dentro, porque não haviam mais pessoas esperando para entrar.
Na minha viagem fui nos fervedouros Ceiça, Bela Vista, Alecrim (da foto) e dos Buritis, mas há muitos outros por lá também.
2- Cachoeiras
São três as principais cachoeiras da região. A primeira, Cachoeira da Roncadeira, é acessada por uma trilha de 1.500m. Ela não fica propriamente no Jalapão, e sim nas proximidades de Palmas, em Taquaruçu, mas costuma estar inclusa nos pacotes. Sendo sincera, ela não é nada deslumbrante, e se você costuma ir a cachoeiras já viu muitas semelhantes, mas os mais corajosos podem optar por andar um pouquinho mais e descê-la de rapel, e vale muito a pena!
A Cachoeira da Velha é mais uma das surpreendentes paisagens da viagem. Nesta não se pode entrar, apenas observar de diversos ângulos a partir de uma plataforma. Dependendo da época do ano, você pode fazer rafting nessas corredeiras e observar de pertinho os arco-íris que elas formam.
A melhor de todas, na minha opinião, é a Cachoeira do Formiga. Ela é pequena em altura, mas a água tem uma cor surpreendente e exuberante que chama muito a atenção, principalmente se você comparar com a cor escura que as cachoeiras em geral costumam ter. Ela cai formando um lago igualmente deslumbrante e delicioso para nadar, porque a água não é congelante, como é característico de cachoeiras.
3- Morros
Após sair da Cachoeira da Roncadeira, a parada seguinte costuma ser o Cânion do Sussuapara. Aqui mais uma vez o Jalapão é diferente do usual, porque nós vemos o cânion de baixo, caminhando pelo meio dele e observando as raízes penduradas das plantas que estão na parte superior. Justamente por causa das plantas, gotículas de água ficam escorrendo pelas “paredes”, formando um visual extraordinário.
O primeiro dia deve terminar com a vista do pôr do sol na Pedra Furada. Quando eu fui o tempo estava nublado então não consegui curtir muito o cair do sol, mas a parada é interessante porque a formação rochosa tem uma coloração que parece uma pintura. Fora isso, vários pássaros “moram” por ali, inclusive algumas araras, e você tem a possibilidade de observá-las razoavelmente de perto e em seu habitat natural.
4- Dunas
Depois dos fervedouros, minha atração preferida são as Dunas do Jalapão. O cenário por lá é muito diferente de outras dunas famosas Brasil afora, como os Lençóis Maranhenses. Além disso, a areia tem uma coloração alaranjada de tirar o fôlego.
Diferente do que acontece nos Lençóis Maranhenses, para chegar ao topo há um caminho pré-determinado e não é permitido chegar perto das beiradas para evitar que as dunas se movimentem e acabem assoreando o córrego que passa logo ali embaixo. A combinação entre dunas, vegetação, córrego e – quiçá – pôr do sol é simplesmente maravilhosa!
5- Praia de Rio
A prainha do rio Novo é exatamente o que o nome diz, uma praia de rio. Com areias brancas e água escura com correnteza bem forte, é uma pausa necessária no meio de um dia em que são percorridos muitos e muitos quilômetros. O almoço geralmente é um piquenique servido ali. Vale a parada.
Ficou com vontade de planejar uma viagem ao Jalapão?
-“Adorei! Quero ir, e agora?”
Bom, em primeiro lugar tenha em mente que a viagem para o Jalapão é uma viagem cara. É praticamente impossível ir sem comprar um pacote e eles costumam ser no esquema all inclusive, ou seja, você não tem que se preocupar com nada quando chegar lá, mas também não vai pagar pouco por isso.
-Tudo bem, eu sou ricaaaa!
Ótimo! Então pesquise bastante, converse com as agências (há várias como Jalapão 100 Limites, Buriti, Cerrado Dourado etc.) e escolha o roteiro e pacote que mais te agradem. Na mala, não esqueça protetor solar, repelente, remédio para enjoo e confira minhas dicas do que você precisa saber antes de ir para o Jalapão.
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