O Que Fazer em Quito: Roteiros e Atrações pelo Equador
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Desde dezembro de 2018 com vôos diretos pela Gol, o Equador é o destino certo para quem busca história, cultura e maravilhas naturais. Por isso, elaboramos aqui dicas para quem quer conhecer o país e procura saber o que fazer em Quito, capital do Equador.
Quito é uma das mais belas capitais onde já pisei. Colocaria no meu ranking pessoal o centro histórico da capital do Equador entre os três mais bonitos da América do Sul. A influência colonial espanhola é um grande orgulho nas edificações que remontam ao século 18. Certificado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1978, o charmoso conjunto arquitetônico mistura linhas barrocas das igrejas e monastérios jesuítas com um quê mouro da Andaluzia. Verdadeiro espetáculo.
Há muitos anos não havia um voo direto entre o Brasil e o Equador, o que acabava complicando a vida do viajante curioso por conhecer um dos dois únicos países que não fazem fronteira com o Brasil – o outro é o Chile. Para ir até lá era preciso fazer escala ou no Peru ou na Colômbia. No entanto, desde de 27 de dezembro a Gol começou a voar três vezes por semana entre Guarulhos e Quito.
Esse definitivamente foi um novo marco na relação entre os viajantes brasileiros e o Equador, um país super rico em história, cultura e biodiversidade. Ali, assim como no Peru, na Bolívia e na Colômbia, vigora um autêntico espírito andino. Além de ser parada a caminho das inigualáveis Ilhas Galápagos, Quito é ponto de partida para descobrir o famoso Corredor dos Vulcões e também para a ainda misteriosa Amazônia Equatoriana. Outra atração especial que fica pertinho dali é a famosa linha imaginária que divide o planeta em dois hemisférios. Há todo um universo a ser descoberto a partir de Quito.
O que fazer no centro histórico de Quito?
Com um total de 10 praças, o centro histórico de Quito é o ponto de partida para entender por que essa cidade é tão especial. Aliás, são mais de 40 igrejas num curto trecho de poucos quarteirões. A cidade reúne mais de 4.000 edifícios históricos com registro. Recomendo muito caminhar ao amanhecer, como eu fiz quando estive por lá. Além de mais vazio e ótimo para fotografar as ruas quase desertas, a luz fica maravilhosa e incide de um jeito que valoriza todos os prédios.
Comece pela Plaza Grande, onde fica o Palácio do Governo. Dali o presidente Lenín Moreno comanda o país. Quando fui tinha apenas dois policiais e nem parecia o mais importante prédio do Executivo. Todos os dias, às 9h há uma visita guiada e gratuita. Bem ao lado, a catedral é bonitona, mas não entraria no meu ranking pessoal de igrejas mais lindas da cidade. Do lado oposto fica o luxuoso Hotel Plaza Grande, que recebe grande parte dos chefes de Estado em visita ao Equador.
Dica importante, caminhe devagar e leve uma garrafa de água consigo, afinal estamos a 2.850 metros de altitude.
É normal faltar ar e sentir desconforto e todo o processo de aclimatação depende de estar bem hidratado e dormido, muito mais do que do chá de folha de coca (que sim, sempre ajuda). Guarde fôlego, pois você vai precisar quando chegar na Plaza San Francisco.
Uma revoada de pombos deixava tudo ainda mais fotogênico (primeira foto desse post). O destaque é o monastério de San Francisco, com uma belíssima igreja de 1534 onde há missas diárias, às 7 da manhã. Há uma fila de desempregados esperando pelo café e alguns jogando milho aos pombos, tudo é muito cênico. O Museu Franciscano, logo ao lado, abriga uma preciosa coleção de arte sacra.
Do outro lado, a Casa Gangotena é um hotel boutique elegantíssimo onde você pode jantar com uma vista impressionante da praça. É caro, mas vale muito a pena também pelas criações elaboradas.
A Igreja da Companhia de Jesus é simplesmente avassaladora. Nunca vi tanto ouro na vida. Infelizmente fotos são proibidas lá dentro e o melhor jeito de entrar sem pagar é durante as missas. De vários cantos é possível avistar o Vulcão Pichincha, por vezes com uma fumacinha no topo.
Com desenho inspirado na Notre Dame de Paris – inclusive as gárgulas, que na versão equatoriana viraram iguanas e tartarugas – a imponente Basílica del Voto Nacional foi inaugurada em 1874. A entrada é gratuita, mas caso queira subir nas torres paga-se US$ 3. No quarto andar, um café bem agradável para fazer a digestão.
Por falar em vista, há uma imperdível. Espécie de Cristo Redentor de Quito, a Virgem del Panecillo é uma estátua de bronze de 42 metros, que do alto de um morro abençoa a cidade. Vale pela vista magnífica da cidade, leva 10 minutos para chegar até lá e um táxi desde o centro custa cerca de US$ 5.
Passeio indispensável em Quito é a Capilla del Hombre, que reúne as principais obras de Oswaldo Guayasamín (1909-1999), maior artista contemporâneo do Equador. Frequentemente comparado a Pablo Picasso pela potência de seus traços e esculturas, viveu numa casinha ali do lado. Eu me apaixonei pelo trabalho dele e trouxe um poster que vive em casa até hoje.
Visitando a famosa Linha do Equador
A linha imaginária que divide o planeta em dois atravessa 14 países, mas é no Equador que ela ganha seu nome e um tanto de misticismo. Nos entornos de Quito pelo menos três monumentos garantem estar precisamente em cima da linha. Recomendo dois deles.
O marco mais famoso (e o que eu mais gostei) fica na Ciudad Mitad del Mundo (www. mitaddelmundo.com), parque temático a 14 quilômetros da capital. Você paga US$ 3 e se diverte tirando fotos com um pé em cada lado da linha, assiste a umas bandas marromenos, deixa as crianças nos playgrounds, compra um cacareco nas lojas de souvenir e come um ceviche num dos restaurantes xexelentos. Tem cara de rolê pro povo equatoriano e não pra gringo – o que eu acho ótimo.
Um pouco mais sério e 200 metros ao norte, o Museo Intiñan (museointi- nan.com.ec) garante estar de fato sobre a linha (localização outorgada por medição de um tal GPS militar). Já não importa onde está a linha, mas o Intiñan traz uma abordagem mais científica para explicar a divisão do mundo. Você faz experimentos interativos na companhia de um guia e descobre que a água gira em sentido horário no Hemisfério Sul, anti-horário no Norte e cai verticalmente sobre a linha. Ah, quem equilibrar um ovo sobre um prego leva um diploma. Dos cinco do nosso grupo, só um conseguiu.
Descubra os vulcões e o Mercado de Otavalo, perto de Quito
Saindo de Quito há um sem-fim de atrações para colocar em seu roteiro. Você não precisa ser super fit para ficar cara a cara com um vulcão. Para chegar até as crateras a conversa já é outra e um mínimo de preparo físico é recomendado. Além disso, tente não fazer isso nos seus primeiros dias na altitude, e use os dias em Quito como aclimatação.
O vulcão mais famoso do Equador é o Cotopaxi (5.897 metros), um dos mais altos e ativos do mundo. É uma caminhada puxada de dois dias, com 9 horas de caminhada a cada dia, com pernoite num refúgio a 4.800 metros. Mas você terá chegado ao cume da segunda maior montanha do país e ultrapassado a barreira dos 5.000 metros, o que já entra na escala das grandes experiências da chamada “alta montanha”. Empresas como a Cumbre Tours fazem essa operação.
Infelizmente não tive a chance de ir até o Cotopaxi e tive de me contentar com a belíssima caminhada pelo Cotacaxi, um vulcão alagado espalhado por uma imensa área de preservação repleta de trilhas. Ao norte de Quito, recomendo uma parada numa fábrica de chapéus Panamá – sim, os melhores são equatorianos! – de onde se avistava lindamente o Vulcão Imbabura. Esse é um produto que vale muito a pena investir entre US$ 20 e US$ 50 porque duram muito.
Aliás um bom lugar para procurar seu chapéu é no Mercado de Otavalo, em Imbabura, a 90 quilômetros de Quito. É um lindo lugar para passar o dia em meio ao que há de mais poderoso na cultura andina. Aliás, esse é considerado o maior mercado andino do mundo. Ele ocorre todos os dias da semana, mas se puder vá aos sábados porque a experiência é muito mais intensa. Há de um tudo por lá, desde uma grande feira de animais vivos, com porcos, lhamas, galinhas e cuys, os saborosos porquinhos-da-índia. Mas o mercado se arrasta por vários quarteirões e vendem de tudo, desde comida até pinturas, de ingredientes andinos até roupas feitas à mão. É uma bela síntese do Equador.
Filipe Morato Gomes
Olá Felipe,
“Colocaria no meu ranking pessoal o centro histórico da capital do Equador entre os três mais bonitos da América do Sul” – essa afirmação é forte, deixou-me ainda mais curioso sobre Quito. Além disso, dizem que a gastronomia é maravilhosa… confirma?
Grande abraço e parabéns pelo artigo.
Felipe Mortara
Oi Filipe, tudo bem?
Olha, eu bem incrível o centro de Quito mesmo. Voltei lá na semana passada e é realmente deslumbrante. Tem algo muito leve e provinciano que o centro de Lima já perdeu, por exemplo. Menos carros, ruas estreitas, gente na rua mas não toneladas de gente, sabe?
Quanto à gastronomia, acho bem gostosa. Nessa última viagem confesso que a comida não foi o forte. Não é tão criativa como no Peru, mas se encontra ótimos restaurantes e pratos.
Obrigado pelos elogios,
Forte abraço
Felipe
Natalie Soares
Oi, Felipe. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Felipe Arruda Mortara
Obrigado, Natalie! Muito legal. Beijos