Como é nadar no Mar Morto saindo de Jerusalém


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Detesto usar o adjetivo “imperdível”. Só que não me ocorre melhor definição para uma das mais incríveis atrações de Israel, que fica a uma curta distância da capital Jerusalém. Encanta por sua beleza natural e o fato extraordinário de ser única no mundo. Não há nada igual ao Mar Morto. E o melhor, é um passeio de um dia a partir da mais espiritual das cidades israelenses. Ah, ir lá significa também conhecer o ponto mais baixo do planeta, a 427 metros abaixo do nível dos oceanos.

“Sensacional” também não define o extenso lago de sal com mais de 650 quilômetros quadrados que marca a fronteira com a Jordânia. A 116 quilômetros de Jerusalém, o balneário de Ein Boqeq tem algo de diferente. Imensos (e cafonas, é verdade) hotéis se espalham diante do magnífico Mar Morto. Releve a feiura das construções e a lotação da praia e permita-se entrar na água.

Nas margens do Mar Morto

O horizonte é lindo, absurdamente surreal. Há uma névoa constante e lá do outro lado se avista a Jordânia. E aos poucos você vai percebendo algo estranho. Aqui ninguém dá braçadas, aqui ninguém afunda. Uma coisa de louco. A reação ao entrar na água é um misto de êxtase e espanto, principalmente quando você tenta boiar pela primeira vez. É a sensação mais parecida que eu já tive com um iceberg.

E por que quem entra no Mar Morto não afunda?

Simplesmente porque a quantidade de sal neste lugar é dez vezes maior do que a dos oceanos. A sensação é maluca e todo mundo fica ali relaxando e aproveitando a experiência. Quem nunca aprendeu a boiar terá aqui o melhor campo de treinos do mundo. Aliás, recomendo pacas boiar de bruços! Dei muita risada. É a posição de queda livre do paraquedismo, super difícil de manter. Fica o desafio.

Olha eu aí!

Para os que têm medo de tubarão, uma linda notícia: nem tubarão tampouco outro peixe, de qualquer tamanho, virá beliscá-lo por aqui. Além de arqueobactérias e algas, nenhuma outra forma de vida próspera em ambiente tão hostil. A água tem uma textura meio de azeite e meio de leite. O cheiro de enxofre é bastante marcante, mas não chega a incomodar depois de alguns minutos.

As águas ainda oferecem em abundância uma serie de minerais como magnésio, zinco, sódio e cálcio. É importante não deixar a água tocar os olhos e nenhuma outra mucosa. Eu tinha um pequeno corte no dedo da mão e que ardeu pacas. Ao sair do mar, corra para uma das duchas de água doce dessalinizada, como em boa parte do país. Caso contrário, uma espessa camada branca envolve toda a pele.

Benefícios além das risadas

Mas calma, além das gargalhadas e benefícios para o espírito, o Mar Morto traz benesses incalculáveis para a pele. Sua lama é muito usada pelos banhistas e pode ser comprada na beira da praia ou em grandes lojas de cometidos por preços que variam de US$ 15 a US$ 50. Dizem que os efeitos são rejuvenescedores.

Não senti nenhum efeito cosmético, mas algo mais energético, como se tivesse tomado um grande passe. Mas no fim me senti com a pele mais macia depois de um bom banho de piscina no Hotel Daniel e depois na jacuzzi aquecida. Deu uma certa moleza, mas a sensação geral revigorante. Meu quarto era bacana e custou cerca de 600 shekel (R$ 527).

Para além dos efeitos estéticos e de bem estar, muita gente procura a região para tratar alguns tipos de doenças de pele, como a psoríase. Uma combinação de banho de sol, com imersões no Mar Morto alivia os sintomas por bastante tempo. Até pouco tempo atrás o governo da Alemanha pagava para que pacientes viessem de lá para passar entre 15 e 20 dias nos hotéis da região. O custo é menor do que tratar na Europa.

Opções de passeios na região do Mar Morto

Perto do Hotel Daniel e na região de Ein Bokek há um centrinho meio besta, que tem até Mc Donalds. Mas recomendo o restaurante Taj Mahal, que como comentou o amigo Eduardo Vessoni do Viagem em Pauta parece mais um restaurante à beira-mar em Boiçucanga, no Litoral Norte de São Paulo, do que uma tenda beduína, como tenta se vender. Comi bons antepastos e um delicioso hambúrguer de cordeiro, além de espetinhos e uma cerveja Goldstar que caiu bem demais.

Uma outra opção é fazer um day tour combinando o Mar Morto com a Cidade Velha de Jerusalém no mesmo dia, por preços na faixa dos US$ 100, como na Tourist Israel. Sinceramente, recomendo muito uma opção como essa.

Para além de uma nadada no Mar Morto, vale considerar dar um pulinho em duas outras belezas da região. O Ein Gedi Hotel funciona num kibbutz nascido há mais de 65 anos num dos principais oásis do país. Uma maravilha homônima que merece ser visitada com calma, com direito até a cachoeira, coisa raríssima numa terra majoritariamente desértica. Ali foi construído um surreal jardim botânico, com espécies de todo o mundo, como uma figueira indiana e um baobá africano de 63 anos de idade.

Já o outro tesouro, Masada, é “apenas” a principal atração arqueológica de Israel. Uma fortaleza construída nos tempo bíblicos e que trocou de mãos e acumulou epopeias ao longo da história. Mas esse é um tema para um próximo post..

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