O que fazer na Polinésia Francesa: as 7 dicas do que eu mais gostei por lá
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Se não é tarefa simples decidir do que mais gostou em uma semana de férias num lugar incrível imagina se você passar dois meses por lá. Pois é, tive a sorte e o privilégio de passar 62 dias na Polinésia Francesa. Não é fácil escolher o que mais gostei por lá. Quando a Marcella Pacca aqui do Segredos de Viagem me desafiou a eleger as “7 melhores dicas do que fazer na Polinésia Francesa” eu, Felipe Mortara, parei para pensar. Será mesmo que as melhores coisas de lá são coisas? Eis as conclusões com o que eu mais gostei:
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1- A cultura da Polinésia
Apesar de ser um território ultramarino francês onde quase todo mundo compra baguete de manhã, a Polinésia Francesa é muito autêntica. E parece haver um orgulho cada vez mais emergente da própria cultura e um fortalecimento através de cada vez mais grupos de música e dança regionais, dos clubes de va’a, a canoa polinésia, e da cultura da tatuagem, nascida no arquipélago.
Para além disso, a hospitalidade é uma marca registrada deles. E não é balela não. Muito mais do que simbólico, o colar de jasmim fresco (tiarê) que o visitante recebe na chegada representa uma felicidade sincera em receber. Eu já tinha me sentido acolhido em rincões distantes – quanto mais distante da minha realidade, mais caloroso o asilo – mas nunca dessa maneira.
2- Assistir ao surf em Teahupoo
Você pode nunca ter subido numa prancha. Pode achar surfe um esporte de gente que não quer nada com nada. Pode até não ver a menor utilidade em subir numa prancha de fibra de vidro e deslizar sobre a água. Mas quando você vir essa onda quebrando sobre uma rasa e afiada bancada de corais, você vai mudar de opinião. Um dos maiores espetáculos da terra.
Considerada a onda mais perigosa do mundo, “Teahupoo” significa “Praia dos Crânios Quebrados” no tradicional idioma polinésio. Os tons de azul translúcidos que emanam dali são impressionantes. Fica na Península de Tahiti Iti, no fim da estrada no PK 0. Vale contratar um barqueiro para leva-lo até a onda, que quebra a 700 metros da areia. Rola entre abril e outubro.
3- Nadar com baleias-jubarte
Coloco minha cabeça dentro da água com máscara e snorkel desde meus 8 anos e nunca vi nada igual. Aliás, nunca tinha chorado dentro da máscara. Levamos cerca de 40 minutos até avistarmos a dupla de mamãe e filhote. Nem sempre é permitido entrar na água com eles, mas a Polinésia é um dos únicos lugares no mundo onde esta atividade é permitida e legalizada turisticamente. E é algo surreal.
Muito mais ativo e com capacidade pulmonar bem menor, o pequeno precisa subir à superfície a cada 5 minutos, enquanto a mamãe permanece submersa por ciclos de até 25 minutos. Quando ela emerge é um delírio sem escalas, chega a ser difícil compará-la com qualquer coisa. Você nunca verá nada vivo tão grande na sua frente. Vale cada centavo do cerca de US$ 80 que custa o tour. Os passeios saem entre junho e novembro da ilha do Tahiti, de Moorea e de Rurutu. Recomendo a Tahiti Iti Diving.
4- Caminhada e passeio de quadriciclo em Moorea
Se Bora-Bora é a mais famosa das ilhas polinésias junto ao Tahiti, Moorea é a mais fotogênica. As montanhas que forram o miolo da pequena ilha são esplendorosas, em formato de picos afiados que lembram muito as Torres del Paine, no Chile. As principais são o Monte Rotui e o Monte Mouaputa. Sempre com um marzão de meu Deus absurdo ao redor, numa das maiores lagoas formadas por anéis de coral.
A partir do Mirante do Belvedere saem uma série de trilhas autoguiadas por vários núcleos de área preservada. Para os menos experientes recomendo contratar guia (por exemplo, na Polynesian Adventure). Outro jeito super incrível de explorar mais ângulos inusitados da ilha é a bordo de quadriciclos. Suba até mirantes, cruze plantações de abacaxi e alcance cachoeiras inimagináveis ao longo de 3 horas. Para esse tour recomendo demais a ATV Moorea Tours.
5- Mergulhar no Atol de Rangiroa
O melhor mergulho da minha vida. Não dá para economizar nos elogios. Tiputa Pass é um dos melhores pontos de mergulho do planeta. O oceanógrafo francês Jacques Cousteau tinha falado isso antes de eu nascer. E aos 32 anos eu resolvi ir lá conferir. E ele tinha razão.
Na mudança de maré o segundo maior atol do mundo troca nutrientes com o mar aberto e atrai uma multidão de cardumes de peixes de centenas de espécies, tubarões, arraias-manta e tartarugas. Cheguei a ver golfinhos e no fim do ano são comuns tubarões-martelo gigantes. A quantidade de elementos vivos diante da minha máscara era algo absurdo. Em alguns momentos eu cheguei a pensar que havia morrido e que o céu era molhado.
6- Pegar praia em Bora-Bora
Embora a ilha de Bora-Bora tenha ficado famosa por seus bangalôs sobre as águas, suas praias também são magníficas. O problema é que para chegar até elas você precisará de uma lancha, bote ou jet-ski. E isso encarece o passeio. Uma alternativa é Matira Beach, na ilha principal. As outras ficam nos chamados motus – ilhotas que ficam entre a lagoa de água salgada e o anel de corais externo. Recomendo o Motu Tapu e o Motu Tane.
Nessas pequenas ilhas é possível achar seu cantinho de paraíso exclusivo e sem amolação. Dá para cair na água e ver dezenas de espécies de peixes ou então ficar dourando sob um sol incrível. Evite apenas o período entre novembro e março, com muitas chuvas.
7- Volta à ilha em Raiatea
Não dá muito para explicar os porquês, mas você logo vai sentir. Raiatea é considerada a Ilha Sagrada para os povos polinésios que daqui se espalharam para o triângulo do Oceano Pacífico – Nova Zelândia, Havaí e Ilha de Páscoa. Cada um desses lugares só era considerado “colonizado” se tivesse ao menos uma pedra levada do Marae de Taputapuatea.
O mais sagrado dos templos resiste até hoje. Não espere por ruínas maias, com grandes edificações ou pirâmides, o estilo aqui era outro. Um grande pátio todo calçado por pedras vulcânicas e na ponta um altar onde eram realizados sacrifícios aos deuses em nome de ter boas condições de pesca e plantio. A fé é algo que abriga uma energia impressionante e nesse lugar tudo fica claro. Além disso, ao alugar um carro e dar a volta na ilha você passará por baías entocadas, rios caudalosos e montanhas majestosas. Ah, vale fazer uma caminhada até o Plateau Tamehani e ver de perto a tiare apetahi, uma das mais raras e belas flores do planeta – que só cresce e sobrevive ali.
Acho que essa lista prova que há muito o que fazer na Polinésia Francesa, e que você está completamente enganado se acha que lá só tem praia e mar bonito (o que, diga-se de passagem, já seria suficiente…rs). O ponto é: se você quiser dá pra fazer uma viagem cheia de atividades, combinando atrações em várias ilhas, e se divertir muito. Pronto pra se apaixonar? ♥
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