Um roteiro pelo Bairro de Belém, em Lisboa
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Ainda quero voltar para fazer esse roteiro pelo Bairro de Belém com sol. Infelizmente o dia que destinei para visitar o lugar onde Jesus nasceu (brinks ;-)) não estava muito acolhedor. Sob um baita pé d’água e com ajuda de um primo querido fui bater perna pela região mais famosa de Lisboa. Pelo menos para mim, que não fazia ideia do que era a Alfama.
Claro que faltei numas aulas de história ao longo da vida, mas alguns lugares servem para refrescar a memória. Foi daqui que Pedro Álvares Cabral zarpou em 1500 rumo às Índias até dar de cara com esta Terra de Vera Cruz, que mais tarde viraria Brasil.
Embora ele não tenha descoberto nada porque os povos nativos já ocupavam nosso Brasil há tempos, é inegável que o Padrão dos Descobrimentos é um baita de um monumento bonito. Inaugurado em 1960, na data que marcava os 500 anos da morte do Infante D. Henrique, vale muito a pena pelo mirante que rende uma das melhores vistas panorâmicas da Ponte 25 de Abril, que fica a mais de 70 metros de altura sobre o Rio Tejo (saiba mais).
Ah, mas como chegar em Belém?
Os jeitos mais práticos são de trem (ou comboio, como dizem os portugueses) ou de bonde (ou eléctrico, como chamam os lisboetas). O comboio (€ 1,30) é a Linha de Caiscais que sai do Cais Sodré, basta descer na Estação Belém. Compra-se bilhete ali na hora mesma numa máquina automática, mas os horários você pode ver aqui.
Se optar por ir de eléctrico (€ 2,90) o melhor bonde é o 15E (confira a rota dele aqui), que sai bem pertinho da estação Rossio do metrô, mais precisamente na Praça da Figueira. Desça no ponto Belém-Jerónimos ou no Centro Cultural Belém. Vale dar uma estudada no mapa e adequar ao seu planejamento, levando em consideração que o famoso Pastéis de Belém fica pertinho do Mosteiro dos Jerónimos. E que você provavelmente vai almoçar ali ou nos arredores.
A famosa Torre de Belém
Ícone instantâneo quando se pensa no bairro, realmente é uma construção surrealmente delicada às margens do Rio Tejo. Os adornos e detalhes são tão caprichados que, por vezes, é difícil acreditar que tem quase cinco séculos. Iniciada em 1514, a construção foi concluída em 1520 para proteger a barra de Lisboa.
De fato, dali de cima dá para avistar há milhas de distância qualquer embarcação que ouse adentrar pelo Tejo. Além de atração turística número 7 de Lisboa no TripAdvisor (pois é, eu também fiquei surpreso…) é classificada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. O ingresso custa € 6, mas como o mau tempo pode fechar a visita e Portugal nos ensinou amar feriados, vale entrar no site da Torre de Belém para se informar se está aberto na data em que pretende visitar.
Mosteiro dos Jerónimos, um prédio sem igual
Pense numa construção bonita. Agora multiplique por mil. Olha, vou te contar que alegria meus olhos sentiram ao entrar aqui. Já na Igreja de Santa Maria de Belém eu fiquei impressionado com os vitrais, as três naves, as colunas com efeito ótico e abóbadas pelo teto. É impressionante pensar que tudo isso aqui foi erguido em 1496.
Após ser doado à Ordem de São Jerónimo, o lugar passou a ser chamado popularmente de Mosteiro dos Jerónimos. Serviu como lar os monges até 1833 e em seguida teve várias funções, de escola a orfanato. A visita à igreja é gratuita e o visitante dá de cara com duas das maiores personalidades da história de Portugal: o navegador Vasco da Gama e o escritor Luiz de Camões. Por sua vez, a visita ao mosteiro custa € 12, mas é gratuita todo primeiro domingo do mês. Saiba horários de visitação aqui.
O Museu Nacional de Arqueologia ocupa a ala oeste do prédio do mosteiro. Ali eu vi uma linda coleção de preciosidades egípcias com direito a múmia e sarcófagos. O ingresso custa € 5.
Do outro lado da rua, destaque para o prédio moderno do Centro Cultural de Belém. Um dos grandes acervos de arte contemporânea de toda a Europa, com trabalhos de Andy Warhol e Marcel Duchamp, a Colecção Berardo vale a visita (grátis). Mas deixe para o final, depois que já tiver visto os pontos principais.
Pastel de Belém: o melhor doce do mundo. Será?
Sempre me imaginei provando o famoso pastel de Belém. Desavisados: não tem nada a ver com o nosso crocante e frito pastel de feira. É um doce de massa folhada assado, recheado com creme e amor. E esse afeto atravessa os séculos. E a confeitaria Pastéis de Belém produz essa iguaria desde 1837.
Leia mais: Dois lugares com os melhores Pastéis de Belém de Lisboa
Se fosse um restaurante comum já valeria pela arquitetura. Mas no prédio a 200 metros do Mosteiro dos Jerónimos o paladar agradece. Como diz a fachada, ali está a “única fábrica dos pasteis de Belém”. Custa apenas € 1,05 e cai super bem com um cafezinho. Sem dúvidas o pastel é o doce mais gostoso de Portugal. E sem dúvidas Belém é um destino imperdível para quem visita o país. Pela primeira ou milésima vez.
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