Tudo sobre a melhor praia do mundo
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Eu já estive na melhor praia do mundo. Convencido, eu? Não, realista. Seria na Polinésia Francesa, na Austrália, no Caribe ou aqui mesmo, em nossos 8 mil quilômetros de costa? Sinceramente, tanto faz.
ALERTA: Não espere nesse post uma resposta com um nome específico da praia mais bonita do mundo, lamento decepcioná-lo, mas a linha de raciocínio vai totalmente na direção oposta.
Em uma época em que tudo é lista com a opinião de alguém ou de uma multidão, resolvi que apenas o meu achismo vai te dizer qual é a melhor entre todas as faixas de areia deste singelo planetinha azul. Convencido, eu? De forma nenhuma. Vamos aos porquês.
Por exemplo, quando uma votação popular escolhe a Praia do Sancho como a mais bonita do mundo, estamos levando em conta que uma parcela considerável dos cerca de 65 mil visitantes anuais de Fernando de Noronha votou nela. Mas estão comparando com o quê? Com todas as outras praias desse mundão de meldels? Não! Apenas com aquelas onde estiveram. E posso inclusive inferir que votaram de cabeça quente – ou seria bronzeada? – após voltar de deslumbrantes férias no arquipélago pernambucano. Voto com o coração.
Mas afinal, qual a melhor praia do mundo?
Meu ponto aqui é mais emocional. E olha que já fritei minha carcaça branca em Waikiki, no Havaí, em San Andrés, na Colômbia, em Noronha, na Austrália e até pelas Polinésias. Talvez por conta disso eu escute muito a pergunta: qual é a melhor praia do mundo?
Ora, o que faz de uma praia incrível? Talvez apenas um mar cristalino. Azul ou verde ou quase sem cor, tamanha a transparência. Seriam os coqueiros à beira-mar ou uma falésia incrível? Com ondas perfeitas ou uma grande piscina natural? O mar cercado de mata verde ou antagonizando com um deserto esplêndido?
As possibilidades de estar diante da melhor praia do mundo são muitas. Claro que nitidamente umas nos comovem mais enquanto outras podem estar descuidadas. Não existe praia feia, existe praia largada, suja e monótona. Ah, que me perdoem os nórdicos e um povo lá do Alasca, mas praia sem sol também desanima. Existe também praia sem borogodó, mas mesmo assim, praia. Pense bem, a praia tem de ficar feliz, ela poderia ter nascido como fundo dos oceanos.
É tudo uma questão de contexto
Dito isso é preciso explicar que a praia mais linda do mundo é você quem elege. E ela só pode ganhar esse status se você usar muito mais do que a visão, o único sentido geralmente adotado pra esse tipo de eleição.
O que torna um lugar especial é um conjunto de percepções. Vai muito além da boniteza pura e simples. Por que, não é mesmo, coitadas das praias menos privilegiadas.
Os aromas, a temperatura da água, um rio na ponta, um recife cheio de peixinhos coloridos e tartarugas. Gente bonita na praia, música boa ou silêncio completo. Passarinhos por toda parte ou tudo aquilo só pra você. Barraca de praia com petiscos maravilhosos ou praia deserta com sanduíche levado de casa. As variáveis são inúmeras e isso é lindo. Tudo isso pode fazer de um lugar simplesmente único.
Para mim talvez a melhor praia do mundo mude de acordo com a memória que venha à mente. Muitas já foram as favoritas. A praia onde aprendi a surfar, aquela onde me apaixonei pela primeira ou aquela em que me diverti como nunca com os amigos mais queridos. Ou seria aquela onde tinha o melhor arroz de polvo da vida, o costão mais dramático e os barquinhos mais coloridos?
Viajando a trabalho, quase sempre sozinho, por lugar incríveis e praias absurdas acho que aprendi a perceber que o que pode dar a um lugar o status de “MELHOR” é simplesmente o nosso estado de espírito quando o visitamos. E na maior parte das vezes, nestes grandes momentos não estamos sozinhos. Ainda bem.
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