Roteiro em São Paulo para 3 a 5 dias de viagem


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Pode ser que você já tenha ouvido coisas ruins sobre São Paulo. Trânsito intenso, poluição, prédios, carros… Não dá para negar a sensação de caos e, sendo bastante sincera, viver aqui é uma constante relação de amor e ódio. Vir a São Paulo como turista, no entanto, é uma experiência incrível e tenho certeza que, com um bom roteiro de São Paulo, a efervescência da cidade será capaz de te conquistar!

A maior metrópole do Brasil é repleta de museus, restaurantes, bares, cafés, lojas e tudo mais o que você imaginar. São Paulo é uma daquelas cidades que não importa quanto tempo você fique, sempre vai ter alguma coisa nova para conhecer. Eu, por exemplo, estou aqui há quase sete anos e minha listinha de lugares para ir só aumenta.

Porém, como moradora e fã da cidade, considero que cinco dias é uma média boa de tempo para uma primeira visita. Se você tiver uma folguinha pode ficar uma semana, e também se tiver com pressa, em três dias você consegue ver o mais essencial e começar a planejar a volta, afinal, São Paulo é uma cidade para voltar sempre.

Para você não se perder no meio de tantas opções, preparamos um roteiro em São Paulo com o básico e imperdível para ver na maior metrópole brasileira. Como as atrações são muitas, o texto é longo. Se quiser ir direto a algum ponto específico do roteiro, esquematizamos aqui para ajudar:

Dia 1 – Avenida Paulista (tente ir no domingo)
Dia 2 – Centro da cidade
Dia 3 – Parque do Ibirapuera e Liberdade
Dia 4 – Mercadão + Estação da Luz e Pinacoteca
Dia 5 – Vila Madalena e Pinheiros (tente ir no sábado)

Nossa dica para quem tem apenas 3 dias na cidade é fazer os três primeiros dias desse roteiro (dia 1, dia 2 e dia 3). É possível até tentar juntar o dia 4 no passei pelo centro  do dia 2. Vamos enfim às dicas!

Masp é primeira parada no roteiro de São Paulo

O Masp é o principal cartão-postal da cidade – Imagem: Wikimedia Commons

Dia 1 – Avenida Paulista e arredores

Comece o seu roteiro em São Paulo com seu principal cartão postal, a Avenida Paulista. Inicie o dia lá na pontinha, na Praça Oswaldo Cruz. O metrô mais próximo é o Brigadeiro, da linha 2-verde, que te deixa um pouco mais a frente na própria rua, mas vale a pena voltar um pouquinho em direção ao começo mesmo. Ah, vale a pena tentar deixar para fazer esse roteiro aos domingos, quando a Paulista fica aberta para pedestres.

Primeira parada: Japan House. O lugar, como o nome mostra, se dedica à cultura japonesa, em um espaço não muito grande, mas muito charmoso. Atravessando a rua, você chegará na Casa das Rosas. O centro cultural se dedica em grande parte à literatura, sedia diversos eventos e exposições em um casarão antigo com um jardim super agradável bem no meio do caos que é a Paulista. Se quiser, aproveite e faça uma parada para um cafézinho.

Dali, continue a rota pelos centros culturais. Ainda na mesma quadra vale parar no Sesc Avenida Paulista que, como os anteriores, também oferece uma diversidade de atividades, incluindo eventos e exposições. Se você não quiser ficar muito tempo por ali, pegue pelo menos o elevador que vai direto para o último andar, onde fica o café, e aproveite a vista incrível.

Atravessando a rua, mais um centro cultural que merece sua atenção, o Itaú Cultural. As ocupações são o ponto alto do estabelecimento. Elas são exposições sempre muito bem feitas sobre uma personalidade ou um tema. Se você gosta de teatro, vale a pena conferir se tem alguma peça que te interessa rolando por ali e retirar ingresso. Tudo grátis!

Siga caminhando pela Paulista, aproveitando a poesia do caos desse lugar incrível. Em meio a uma enorme variedade comercial, você logo vai chegar no Parque Trianon, um verdadeiro oásis. Em frente a ele está o Masp, o Museu de Arte de São Paulo. O impressionante edifício projetado por Lina Bo Bardi e seu vão livre são o principal símbolo da cidade. O acervo do museu e as exposições temporárias são sempre um espetáculo que vale a pena conferir. Às terças a entrada no Masp é grátis.

Logo atrás do Masp está o Mirante 9 de julho. Pegue a rua lateral do museu e desça até ele para mais uma vista tipicamente paulistana onde você pode curtir o pôr do sol. O restaurante do Mirante também é uma boa para um almoço ou café.

Voltando para a Avenida Paulista, continue caminhando até o Conjunto Nacional, onde está a enorme Livraria Cultura. O Conjunto já fica na esquina com a Rua Augusta, outra das vias mais famosas da capital paulista.

Pelos meus cálculos, a essa altura o dia já deve estar terminando. Aproveite e termine o dia em um dos muitos bares e restaurantes da Augusta.

Avenida Paulista aberta

Aos domingos a Avenida Paulista fica aberta para pedestres – Imagem: Wikimedia Commons

Onde comer perto da Avenida Paulista?

São inúmeras as opções de lugares para comer, tomar um café, um lanche ou uma cerveja pela Avenida Paulista. Meus destaques são:

Para comer: Balaio (restaurante de comida brasileira do badalado chef Rodrigo Oliveira, dentro do Instituto Moreira Salles); Tenda do Nilo (algumas quadras da Av. Paulista está um dos melhores restaurantes árabes da cidade. É pequeno e fecha aos domingos, então se programe para ir); Manai (uma rede de restaurantes por kilo simplesmente delicioso. Há unidades na Alameda Santos e na Rua Augusta); Athenas e Athenas to go (ambos na Augusta, um mais restaurante e outro mais descontraído com opções rápidas e saborosas); Paulista Burger (também na rua Augusta, tem uma entrada de alho que é de morrer).

Para tomar café: Café Creme (super tradicional); Café do Mirante 9 de Julho; todos os museus e centros culturais também têm cafezinhos muito agradáveis; Café Mestiço, dentro da Livraria Martins Fontes e Caffé Ristoro, dentro da Casa das Rosas.

Para tomar um lanche: Pastel da Maria (uma rede super famosa na cidade, que está em diversos pontos da Paulista); Halal Culinária Síria (um box na Rua Padre Manoel da Nóbrega, quase na esquina com a paulista; tem o melhor shawarma de frango que já comi na cidade, feito por refugiados sírios); barraca de tapioca em frente ao metrô Trianon Masp ou um sorvete no super famoso Baccio di Latte.

Para beber: Charme da Paulista (com vista sensacional para o Masp); Choperia Opção (boa para quem vai em grandes turmas); Riviera (para tomar uns bons drinks caprichados em um prédio lindo e ambiente mais chiquezinho); Up Cozinha e Bar (com uma decoração super diferentona, tem uma grande variedade e preços bons).

Dia 2 – Centro da cidade

O centro é uma parte importante do roteiro de São Paulo

Páteo do Colégio: onde começou São Paulo – Imagem: Wikimedia Commons

Em um roteiro por São Paulo não pode faltar um passeio pelo centro. Separe um dia inteiro para isso. Eu costumo dizer que quem vem a São Paulo e não passeia no centro não conheceu direito a cidade. Por ali, toda a história e o clima pulsante estão presentes. Você transita de um imponente teatro a rua mais bagunçada da cidade em questão de minutos a pé. O centro é essa mistura mesmo.

Os principais pontos aqui são: Edifício Copan, Praça da República, Teatro Municipal, Vale do Anhangabaú, Praça da Sé, Catedral da Sé, Páteo do Colégio, Edifício Martinelli… e muito mais. O centro tem tantas atrações interessantes que fizemos um texto bem detalhado só para essa região. Confira aqui.

Dia 3 – Liberdade + Ibirapuera

Comece o dia passeando pelo bairro da Liberdade. Se a maioria das grandes cidades do mundo tem uma Chinatown, São Paulo tem o bairro da Liberdade. Lá é onde se estabeleceu grande parte da comunidade oriental em uma época de intensa migração para o Brasil. Apesar da estação de metrô ter recentemente mudado de nome para “Japão-Liberdade” e a presença da comunidade japonesa ser intensa, há também muitos migrantes e descendentes de outras nacionalidades orientais como coreanos e chineses.

Na Liberdade, a principal referência é a Rua Galvão Bueno, onde estão os principais mercados orientais e lojinhas de cosméticos. Logo ali no começo dela está o Jardim Oriental, bom para uma rápida parada para fotos.

O bairro é também um ótimo lugar para almoçar. O Aska tem um lámen delicioso, por um preço muito justo. Para comer sushi, a dica é o delicioso Sushi Lika.

De lá, há diversas linhas de ônibus que te levam direto até o Parque do Ibirapuera ou você pode pegar um taxi até a próxima atração do dia. O parque é enorme e só caminhar por ele já é um passeio válido. No entanto, no Parque do Ibirapuera há diversos pontos de interesse.

São eles: o Auditório do Ibirapuera, projetado pelo Oscar Niemeyer e decorado por dentro pela Tomie Ohtake (se não for assistir nenhum espetáculo, dê pelo menos uma passada para conferir a arquitetura); o Museu Afro-Brasileiro, de arte africana e afro-brasileira; o Planetário; o Museu de Arte Moderna (MAM) e, logo em frente ao parque, o Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP) – falamos mais sobre os museus aqui –. Você pode escolher quais desses pontos te interessam mais para dar uma volta durante a tarde.

Uma dica é ver o pôr do sol no restaurante Vista, que fica na cobertura do MAC e é um ótimo lugar para ver São Paulo do alto e, se estiver pela cidade em dezembro ou janeiro, depois voltar para o parque para ver o espetáculo de projeções na fonte do Ibirapuera às 20h.

Se você veio para a cidade com pouco tempo, seu roteiro de São Paulo pode acabar por aqui. Mas se ainda está planejando a viagem, recomendamos que você continue e inclua pelo menos mais dois dias na visita.

Fonte do Parque do Ibirapuera

Espetáculo de luzes na Fonte do Ibirapuera acontece em dezembro e janeiro – Imagem de Joel santana Joelfotos por Pixabay

Dia 4 – Mercadão + Estação da Luz e Pinacoteca

Se você tiver disposição, pode começar o dia 4 com um passeio que alguns chamam de programa de índio (mas eu confesso que amo): Rua 25 de março! A 25 de março é a rua de comércio popular mais famosa do Brasil. Lá tem de tudo e, na maioria das vezes, vale mesmo a pena para algumas comprinhas. Quando estiver por lá, tome bastante cuidado com as suas coisas, porque a circulação de pessoas é super intensa e há risco de furto.

Para quem gosta de comida árabe, a região da Rua 25 de Março é também um ótimo lugar para comer. O restaurante mais famoso é o Raful, na Rua Comendador Abdo Schahim 118, e ele é realmente uma delícia. Um segredinho igualmente delicioso e super tradicional é o restaurante Monte Líbano, no primeiro andar do número 38 da Rua Cavalheiro Basílio Jafet.

Mercadão de São Paulo

O Mercadão é o lugar ideal para comer o tradicional sanduíche de mortadela – Imagem: Luis F Gallo

Da 25 você pode ir andando para o Mercadão. Lá, no andar de baixo funciona um mercado tradicional, com uma variedade incrível de frutas – e preços exorbitantes. Já na parte de cima, há alguns restaurantes de comidas tipicamente brasileiras e, novamente, valores pouco convidativos. Na parte de baixo também há alguns bares que servem o famosíssimo sanduíche de mortadela, patrimônio imaterial da cultura paulistana, e também os pastéis de bacalhau. Se você não tiver cedido aos deliciosos árabes, ou tiver um estômago forte, vale muito a pena provar. Um clássico paulistano.

De lá você pode pegar o metrô ou um taxi/uber para a Estação da Luz. Saia pela saída da CPTM para admirar a parte da estação que funcionava como estação de trem. Atravessando a rua, você chega na Pinacoteca do Estado de São Paulo, um dos principais museus da cidade, na minha opinião. Além da arquitetura de cair o queixo, a Pinacoteca abriga ainda um incrível acervo de arte brasileira e conta frequentemente com ótimas exposições temporárias.

Dia 5 – Vila Madalena e Pinheiros

O roteiro de São Paulo ideal tem diversos tipos de cidade em uma só visita. Até aqui já passamos pelo centro, pela famosa Avenida Paulista, o bairro oriental, o parque… Falta agora a parte mais descolada e charmosa.

O roteiro deste dia é ideal para ser feito aos sábados, que é o dia em que acontece a feira de antiguidades e artesanato na Praça Benedito Calixto. Desça na estação Clínicas do metrô e comece a descer a Rua Teodoro Sampaio em direção à Praça. No caminho você já vai começar a sentir o clima da região, com as músicas ecoando das lojas de instrumentos e algumas pessoas vendendo artesanatos ou coisas usadas.

Depois de se perder pelas barracas da feirinha e pelas lojas adjacentes, se já estiver com fome pode experimentar um prato delicioso com caipirinha de tangerina no São Benedito. Outra opção é o Consulado Mineiro que, como o próprio nome diz, tem comida mineira. Uma ótima pedida para uma comida mais simples é comer na própria feirinha, que tem opções que vão de pastéis a comida portuguesa. Lá tem também uma barraca de doces com toda espécie de compota, todas maravilhosas! Nessa região tem ainda um segredinho: o Bar do Biu, com talvez o melhor baião de dois de São Paulo. Você não da nada pro lugar, mas a comida é realmente boa.

Beco do Batman

Aos finais de semana o Beco do Batman costuma ficar lotado – Imagem: Wikimedia Commons

Depois de comer, ou se não estiver com fome, desça mais um pouco e vá pela Escadaria do Patápio até o Beco do Batman, passando pela Galeria Choque Cultural na Rua Medeiros de Albuquerque. O cantinho cheio de grafites é uma parada perfeita para fotos. Há muitos paulistanos que desdenham do lugar, que em poucos anos passou de segredo para um dos pontos mais visitados – e instagramados – da cidade, mas eu acho que vale a visita. Em finais de semana de sol ele fica cheio de vendedores de artesanatos. Além disso, a região está cada vez mais cheia de lojinhas e barzinhos descolados.

Aproveite e dê mais uma volta pela famosa Vila Madalena. Por ali é preciso disposição, porque o bairro é cheio de subidas e descidas. Algumas ruas de referência são a Aspicuelta, a Girassol, a Harmonia e a Fidalga. De noite, o bairro todo ferve, já que são muitas as opções de bares por lá. O Pasquim e o Salve Jorge são meus preferidos. Se você quiser alguma coisa um pouco mais sossegada, pode ir andando mesmo – dependendo da sua disposição – até a Rua dos Pinheiros.

Lá também são muitas as opções de bares e restaurantes. A pizzaria Bráz Elétrica, a hamburgueria Z Deli e o La Guapa, restaurante de empanadas da chef Paola Carosella são algumas opções. Finalize este grande roteiro de São Paulo bebendo um drink no Boteco Paramount ou no Noname Boteco.


O que achou das nossas dicas? Conhece um segredo imperdível para este roteiro de São Paulo? Ficou com alguma dúvida? Conta pra gente aqui embaixo nos comentários, e vamos conversar. =)

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