San Andrés: o mar mais bonito do Caribe
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Sempre que alguém me pergunta animado: “eu vou pra San Andrés, é o máximo lá?”, eu respondo: “não, San Andrés não é o máximo”. Mas um instante antes de a pessoa fazer cara de triste, eu emendo: “o mar de San Andrés é o máximo, talvez o mais lindo que eu já vi”. Pronto, já é o suficiente para um sorrisão se abrir.
Não é uma ilha grande e uma semana é tempo o bastante para aproveitar e descansar. Os hotéis são o máximo? Não o que eu fiquei, mas tem hospedagens para todos os gostos e bolsos.
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Os passeios se repetem, mas as ilhas ao redor são lindas. O centro da cidade tem uma zona duty free e compensa para comprar algumas coisas além dos clássicos perfumes, como máscara de mergulho e snorkel, que serão bem úteis por ali. O dólar é bastante aceito, mas a moeda local é o peso colombiano, mas para facilitar aqui já colocaremos alguns valores convertidos. A Peatonal é o calçadão do centro, onde há uma praia bastante movimentada e um pouco farofenta, a bem da verdade. Mas é Caribe, não é mesmo?
Melhor época para ir a San Andrés
Torça para não estar chovendo durante seus dias em San Andrés. Evite, claro, a época das chuvas (de maio a novembro), ainda que dê pra aproveitar porque é uma ilha e o tempo oscila bastante. Uma benção é que a ilha está fora da famosa rota dos furacões do Caribe. Eu cheguei debaixo de um pé d’água que deixou um palmo de profundidade na rua principal. O tempo ficou sempre meio ruinzinho nos dias em que eu estive lá, mais puxado pro nublado. O calorão, sempre ali, mas o sol estava manhoso. Quando apareceu fez surgir um mar com múltiplos tons, que migram do verde para o azul. Caro leitor, que mar!
Passeios em San Andrés
Johnny Cay
O primeiro dia de sol se deu em Johnny Cay (pronunciam “quêi”), uma ilhota quase cenográfica bem na frente do píer da cidade. Dá uns 10 minutos de lancha e custa cerca de 10 dólares. A boa é ir até o cais e contratar um passeio lá mesmo. A não ser que esteja um hotel mais afastado do centro, daí talvez valha a pena fechar um pacote.
O que tem para fazer na ilha? Rigorosamente nada além de nadar no mar calminho e relaxar em espreguiçadeiras mambembes. Ah, já ia esquecendo do drink colorido com guarda-chuvinha no canudo, seja um curaçau blue ou piña colada. Precisa mais? Os preços são justos, desde o aluguel de uma espreguiçadeira com guarda-sol (R$ 20) até as bebidas (cerca de R$ 4 por uma cerveja e R$ 3 por um refrigerante). Há barraquinhas que oferecem almoços bem razoáveis.
Acuário
De Johnny Cay, em geral, os passeios rumam até o Acuário, mais 10 minutos de lancha (já incluso no preço de US$ 10). Esse sim é um ótimo ponto para fazer snorkeling e descobrir uma bela vida submersa. A ilhota tem uma infraestrutura correta e ninguém vai passar perrengue ali. A comida é boa e o preço vale (cerca de R$ 30 por um prato com peixe fresco). Por US$ 15 é possível fazer um tour em um barco com fundo de vidro, só vale para quem tá com pressa ou tem medo de água. É muito fácil ver tudo com snorkel.
Se o ímpeto explorador pulsar, ande pelo mar na maré baixa, nade por 200 metros ou pague R$ 6 para um pedalinho te levar até Haynes Cay. Menos bonita que a vizinha Acuário, Haynes abriga arraias até dizer chega. Alguns chamam de “manta raias”, mas não vá esperando nada gigantesco, são bichos de um metro, no máximo. Ah, e vale a pena sim! Só evite alimentar e manusear as bichinhas. Em bom português: não as tire da água para fazer a selfie…
Volta à ilha – atenção as pegadinhas
Literalmente uma circulada geral pela ilha de San Andrés pela Carretera Circunvalar. Pode ser feita com um tour contratado (em média R$ 23) em uma chiva, uma espécie de pau de arara dessa região ou por sua conta, num carro ou carrinho elétrico alugados – opção mais cara (cerca de R$ 90 pelo dia todo). Uma dica, se fizer no sentido anti-horário, as atrações mais bonitas ficam para o final e pode amenizar frustrações.
Pontos altos da volta à ilha, com entradas que custam cerca de R$ 5:
- West View: ótimo ponto para fazer snorkeling e passar umas horinhas. Tem a opção de mergulho com cilindro ou aquele escafandro, que pode ser uma boa iniciação para um mergulho em águas com mais vida. A profundidade varia de 4 a 12 metros e a visibilidade é incrível. Tem um tobogã que atira de uma altura considerável em um ponto fundo o suficiente. Ah, para os valentões, um trampolim permite aquela cambalhota para a foto de capa do Facebook. Tem diversão aqui, com ou sem crianças.
- La Piscinita: é literalmente o que o nome diz, uma piscininha de água salgada, mas repleta de peixes e com profundidade de até 3 metros. Munido de um pedaço de pão você vira parte de uma grande nuvem de peixinhos coloridos. Boa notícia para quem não sabe nada: há coletes salva-vidas, mas os mais medrosos já avistam peixinhos olhando de cima.
- Hoyo Soplador: no extremo sul da ilha, há este fenômeno pitoresco. Uma espécie de gêiser que por meio de uma intrincada rede de túneis subterrâneos entre os corais, espirra água com uma pressão absurda. Prefira ir na maré cheia.
- San Luis: a praia mais aconchegante da ilha. Uma boa parada para esticar e aproveitar. Não tem regra, escolha o cantinho mais confortável.
Vantagens de fazer a volta à ilha por sua conta: você pode evitar as pegadinhas. Vamos a elas:
- Cueva de Morgan: uma das maiores roubadas da minha vida viajante. Em um fim de tarde nos levaram até esse misto de parque temático mambembe, com estátuas de fibra de vidro toscas, tentando dar um clima de Piratas do Caribe ao lugar. Óbvio que tem uma do Jack Sparrow em tamanho real. Um guia fica contando umas lendas do tal Morgan, pirata que de fato existiu no século 17 e mostra uma micro grutinha onde ele teria enterrado seu tesouro. Claro que a essa altura os pernilongos estão te devorando, descobrindo os prazeres da carne brasileira e rindo do seu papel de trouxa de ter pago US$5 dólares pra estar ali. F-U-J-A!
- Museu do Coco: De fato o Coco foi muito importante par aa ilha de San Andrés e garantiu o sustento econômico e com a fibra do coco se pode fazer todo tipo de artesanato, de potes a sela de cavalo. Pronto isso é tudo o que você precisa saber sobre o coco sem ter que gastar mais US$ 5. E de quebra você se safa da pressão de comprar artesanato feio feito com coco e o pior: de ser chamado para um palquinho para dançar um calipso constrangedor e sem contexto algum que só gringo trouxa pode curtir.
Mergulho em San Andrés
Já que você está em um dos mais fartos pontos de mergulho do Caribe, que tal fazer direito? Mergulhando com cilindro você vivenciará uma nova dimensão do fundo do mar e verá muito mais do que apenas com snorkel, com direito a muitos corais coloridos, tubarões e tartarugas marinhas. Há desde batismos por cerca de R$ 150 até cursos completos de 3 a 4 dias para virar um mergulhador certificado e poder mergulhar no mundo inteiro pelo resto da vida sem nunca mais ter de entrar numa sala de aula (desde R$ 400). Entre os pontos mais famosos estão, Blue Hole, Las Esponjas e La Pirâmide.
Onde e o quê comer em San Andrés
Frutos do mar até dizer chega. O melhor rango da viagem foi no Niko’s Sea Food, que serviu uma sopa de camarões (R$ 19) que até hoje considero a melhor que já comi na vida. Há rumores de que tenha sido a melhor coisa que fiz em San Andrés… E a pescada com molho e arroz de coco (R$ 40) estava muito boa também.
Onde se hospedar em San Andrés
Há uma infinidade de hotéis na ilha (mais de 300), boa parte deles resorts all-inclusive. Eu fiquei no Royal Decameron Aquarium (cerca de US$ 280 por dia por casal), bonito, pomposo, mas meio fuleiro na minha opinião. Fuleiro nos detalhes… na decoração do quarto, na arrumação da cama, nas aulas de lambaeróbica na piscina (evite de qualquer maneira as torres perto da piscina) com música que parece estar tocando dentro de você no seu quarto. Gostei do café da manhã repleto de frutas frescas. Ah, não tem praia no hotel, é preciso andar uns 15 minutinhos.
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