SEGREDOS DO LEITOR – 50 e poucos metros de puro charme: O Botequim do Hugo

Atualizado em: 19 Feb, 2020

Por quantos lugares passamos todos os dias sem nem reparar? E quantos bares antigos, discretos e charmosos, deixamos de ver quando andamos na rua?
A coluna “Segredos do Leitor” de hoje vai nos falar de um desses lugares, um boteco especial, escondido em pleno Itaim Bibi. Confira o segredo da Mariana Conde Lemos:

50 e poucos metros de puro charme: O Botequim do Hugo

uma breve descrição sobre o botequim mais estiloso da cidade

Se você acha que a palavra charme é sinônimo de requinte, pode parar de ler esse post! De acordo com o dicionário, charme é sinônimo de atração, encanto, graça e simpatia. Então, se você está de acordo e quer saber mais sobre um local, de fato, charmoso, pode continuar a leitura.

Em meio a elegantes edifícios, bares e restaurantes, lá está ele: o Botequim do Hugo. As finas cocotas e os ocupados empresários do Itaim Bibi passam despercebidos pela genialidade do bar mais autêntico do bairro, que nasceu em – acreditem – 1927, com nome de Empório Cabral, e sobrevive até os dias de hoje graças à bela administração de Hugo e Emiliana (netos do antigo dono), que assumiram o comando em 1986.

Frequento o bar do Hugo desde 2011 e, ao longo de minha “enorme” trajetória lá, tive o prazer de ouvir trilhas sensacionais e saborear gostos irresistíveis. Não poderia deixar de ressaltar o famoso “buraco quente”, que nada mais é do que o sanduíche mais simples do mundo: pão com carne moída. Só que o buraco quente desse lugar é diferente! Para começar, ele é feito, diariamente, pela Dona Zizi (mãe de Emiliana). Você pode escolher o queijo que acompanha seu lanche (eu, particularmente, não abro mão do gorgonzola) e ele custa cerca de 6 – isso mesmo – reais. É impossível comer um só! Existe coisa mais gostosa do que comer um sanduíche caseiro e tomar uma cerveja gelada? Falei desse prato porque é o meu preferido, mas recomendo todo o cardápio: pastel, porção de queijinho com tomate, sanduíche de lingüiça, caipirinha e doce de leite com queijo mineiro, entre outros.

Além da música sempre boa, comida impecável e da cerveja sempre gelada, existe uma atração incrível, que são relíquias diversas espalhadas pelo bar. O ambiente é todo cercado por estantes antigas com objetos, no mínimo, admiráveis. São fotos, louças, rádios, televisores, desenhos, e tudo mais que se pode imaginar. Toda vez que vou ao bar descubro uma nova relíquia, nunca antes observada. Poderíamos facilmente chamar esse lugar de “Museu do Hugo”.

O Hugo e a Emiliana moram no fundo do bar, ou melhor, o bar é na parte da frente da casa deles. E, para aumentar a “chiquesa”, quando a casa está cheia, eles gentilmente retiram seu carro da garagem e tornam o ambiente uma extensão para mesas. O público frequentador do botequim é muito fiel e bem variado. Posso dizer com toda a certeza que a faixa etária vai de 20 a 70 anos e tenho a impressão que a maioria das pessoas que frequentam esse lugar é gente do bem. Aliás, certa vez cruzei com o Manu Chao nos 50 metros de bar do Hugo, uma honra.

E como nem tudo são flores, eis a dificuldade de frequentar esse tão singelo local. O Hugo abre as portas de seu bar às 16h e fecha, pontualmente às 22h, de segunda à sexta. Ou seja, nada de tentar ir lá aos finais de semana! Aliás, eu sempre penso: “o que o Hugo deve fazer de tão legal aos finais de semana que não pode abrir seu bar?”. Mas isso ajudar a aumentar o charme.

Ah, eles reformularam o site do botequim há pouco tempo. O endereço, cardápio e mais detalhes estão lá!