Inhotim: obras de arte e galerias imperdíveis


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Descubra as melhores obras de Inhotim e as galerias de arte que você vai adorar visitar!

Visitar Inhotim deveria ser requisito obrigatório para ser brasileiro. Todo mundo merece a chance de conhecer o que é considerado o maior museu a céu aberto do mundo. Inhotim fica a menos de 100km de Belo Horizonte, na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais.

Além das galerias fechadas e obras externas em Inhotim, o lugar por si só é lindíssimo e agradável, pois é também um Jardim Botânico. Então espere ver muito verde por todos os lados entre obras coloridas, um deleite para os olhos.

Inhotim tem cerca de 560 obras de arte, de 60 artistas de 38 países diferentes. O Instituto também conta com 19 galerias permanentes e 4 galerias que recebem exposições temporárias, com o melhor da arte contemporânea mundial. Além disso, os prédios das galerias são verdadeiras jóias arquitetônicas.

Para ajudar quem não tem muitos dias, elaborei um roteiro das obras e galerias imperdíveis por lá, com uma explicação rápida sobre cada uma. Espero que ajude no seu planejamento de viagem a Inhotim.

Começo com as dicas de obras externas e em seguida falo sobre as galerias. Confira!

Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, Helio Oiticia

Mãe e filha em Inhotim na frente da obra "Invenção da Cor" de Helio Oiticica.
Invenção da cor, obra de Hélio Oiticica

Uma das imponentes obras de grande escala presentes no Instituto Inhotim. A “Invenção da Cor” fica na frente do restaurante Oiticica e é uma instalção formada por paredes coloridas, marca do concretismo do artista Helio Oiticia.

Narcissus Garden, Yayoi Kusama

Esferas de metal em um espelho d'água fazem parte da obra "Jardim de Narciso" de Yayoi Kusama, em Inhotim
Obra “Jardim de Narciso” de Yayoi Kusama, em Inhotim

Uma lindíssima obra que consiste em 750 esferas de aço que ‘dançam’ em cima de um espelho d’água entre algumas vegetações. Essas esferas refletem por todos os lados a imagem da pessoa que a está vendo, em uma poética alusão ao mito de Narciso, daí fica fácil entender o nome da obra.

Sem nome, Edgard de Souza

Inhotim, Edgard de Souza
Sem nome, Edgard de Souza

Famosa escultura de bronze de três homens sem cabeça dando cambalhota. Fica em um cantinho lindo e bem verde do parque, na rota de eixo rosa, assim como as duas obras anteriores.

Beam Drop, Chris Burden

Beam Drop, obra em Inhotim.

Beam Drop, ou “Queda das vigas” em tradução livre. Vigas de ferro fincadas no chão como se tivessem caído do céu. E foi quase isso mesmo que aconteceu.

Para fazer essa obra, o artista Chris Burden usou um guindaste e soltou as vigas de lá de cima no cimento molhado. Hoje, o que podemos ver são as pontas pra fora da terra. Simples e forte, não?

Elevazione, Giuseppe Penone

Inhotim - obra Elevazione, uma árvore de bronze suspensa por árvores de verdade.
Elevazione: olha o tamanho da árvore de cobre

Uma castanheira feita de bronze suspensa por árvores de verdade. Conforme as árvores forem crescendo, a árvore de cobre vai ficando mais alta.

Troca-troca, Jarbas Lopes

Obra em Inhotim: Troca-Troca, os fuscas de Jarbas Lopes
Os fusquinhas da obra Troca-troca ao fundo

Os famosos fusquinhas com latarias coloridas trocadas agora não ficam mais na área externa. Eles ganharam uma repaginação, e após o restauro, foram realocados em um espaço coberto entre duas galerias perto da entrada do parque.

*Bônus: Obras Abre a Porta e Rodoviária de Brumadinho

Inhotim: obra a céu aberto, a rodoviária de Brumadinho. Escultura na parede externa de uma galeria, com um onibus azul lotado de passageiros e 6 pessoas dançando forró do lado de fora.

Se você decidir visitar a obra Troca-Troca, inevitavelmente passará pelas duas obras nas paredes externas das galerias: Abre a porta, e a Rodoviária de Brumadinho, de John Ahearn & Rigoberto Torres.

Sonic Pavillion (Doug Aitken), mais conhecida como o Som da terra

Som da terra em Inhotim, obra Sonic Pavilion na galeria Doug Atiken.
Dentro do Sonic Pavillion, escutando o “som da terra”

É a galeria mais afastada, no eixo rosa, e está localizada em cima de um morro. A proposta é capturar o som da terra, e isso é feito por um buraco super profundo de 202 metros de profundidade por 15 metros de diâmetro, dotado de microfones que capturam o som que, por sua vez, é amplificado muitas vezes e reproduzido em uma sala circular de vidro. Um conceito super interessante, escutar os sons que a terra faz. Me lembrou os barulhos de útero e ruído branco que eu usava para minha filha dormir.

Galeria Cildo Meirelles, onde está a famosa “sala vermelha de Inhotim”

Artista de arte conceitual, em sua galeria ele expõe 3 obras em 3 salas: Através, Glove Trotter e Desvio para o Vermelho.

Através fala das barreiras do nosso caminho. É um chão de cacos de vidro cheio de portas, porteiras, grades, cercas, cortinas, e outras representações de barreiras.

Glove Trotter é uma malha de ferro em cima de bolas de diferenes tamanhos, que pode ser entendida como a abrangência do universo sobre as coisas (lembrando, pode ser entendida, não significa que é, ok?). Lembra muito a superfície da lua.

Sala vermelha em Inhotim de Cildo Meirelles

Desvio para o vermelho é uma das atrações mais conhecidas e esperadas da galeria. É uma dessas salas que te causa desconforto. e inquietação. Retrara uma casa onde tudo é vermelho, e nos fundos dela uma sala escura que leva a um único objeto iluminado. Caminhar no escuro , lentamente, para chegar perto desse objeto é de arrepiar.

Galeria Adriana Varejão

inhotim
Galeria Adriana Varejão: um espetáculo por dentro e por fora.

Adriana Varejão é uma das maiores artistas brasileiras contemporâneas e isso já é motivo suficiente pra ir a sua galeria. Mas, se você precisa de mais algum motivo específico, vá para o segundo andar (são 3 andares e 3 obras diferentes) onde está a obra “Celacanto Provoca Maremoto”.

Celacanto provoca maremoto galeria adriana varejao em inhotim

Celacanto é um peixe bem grande e o cardume dele pode fazer uma bagunça na água. No segundo andar, a Adriana Varejão usou cerâmica e fez azulejos “portugueses” com imagens semelhantes a maremotos. Os azulejos tem efeito de estarem rachados pois, quando vinham de portugal pro Brasil, muitos deles quebravam. Adoramos!

O primeiro andar abriga uma das obras mais fortes de Inhotim. “Linda do Rosário” é uma escultura de uma parede cujo interior tem vísceras e órgãos. Uma referência ao desabamento do Edifício Linda do Rosário no Rio de Janeiro em 2002, que vitimou um casal que decidiu ficar no quarto mesmo após os avisos de que o prédio desabaria. Esse caso já inspirou outras obras também, como a música “Conversa de Botas Batidas”, do Los Hermanos.

Além das obras no seu interior, o exterior da galeria é lindíssimo.

Galeria Claudia Andujar

Uma das minhas galerias favoritas. Desde os anos 1970, Claudia Andujar se dedica e fotografa os índios Yanomamis, que vivem em terras cobiçadas pelo garimpo no norte da Floresta Amazônica.

Há mais de 400 fotografias expostas nessa galeria, que é também uma obra de arte por si só, assinada pelo estúdio Arquitetos Associados.

Uma galeria impactante, potente e necessária.

Galeria Cosmococa (Helio Oiticica)

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Galeria Cosmococa

Hélio Oiticia foi um dos maiores representantes do movimento neoconcretista, então suas obras são cheias de representações e simbolismos através de formas geométircas.

redes da galeria cosmococa

A galeria Coscomococa é super sensorial e interativa, e o intuito é mostrar, através da cocaína e do rock, um símbolo de resistência ao imperialismo uma alusão ao movimento de contracultura da década de 60. São várias salas, onde você entra descalço e interage com as obras de diversas maneiras. Até piscina tem (e pode entrar!).

Galeria Valeska Soares

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Galeria Valeska Soares vista do alto

Não sei se eu colocaria essa galeria como imperdível, mas eu senti muitas coisas bonitas quando estive nela, por isso não quis deixa-la de fora.

Essa galeria é na verdade uma casinha de espelhos que parece saída de um pequeno conto de fadas no meio da floresta. Por dentro também há espelhos, com a projeção de um casal dançando, que se multiplica devido aos reflexos.

A música é alta e, pra onde você olha, o casal está lá dançando. O espaço foi projetado pela artista para ser um lugar de encontro e romantismo e realmente é. Poesia pura que me fez parar por um minuto e pensar sobre vários temas da nossa vida mundana.

Galeria Galpão

Essa é uma galeria sonora, ou seja, sua experiência é 100% auditiva. Na obra The murder of crows, você entra, senta e começa a ouvir os sons das várias caixas distribuídas pelo galpão. Os sons são do sonho/pesadelo de Janet Cardiff, que narra a história. Se você fechar os olhos, parece mesmo que está no sonho dela.

E você, o que achou de Inhotim e da nossa seleção de obras e galerias principais?

Gostaram do post com o que consideramos serem as melhores obras de Inhotim? Se alguém foi em algo diferente, ou tem uma preferida pra acrescentar, está super convidado a dar sua opinião, pois quando se fala de arte, nada é estático e as opiniões podem sempre divergir. A caixa de comentários abaixo está sempre aberta para trocarmos mais e mais conhecimento. 

Esse artigo faz farte da série sobre Inhotim, com três posts: informações úteis sobre o Instituto, tudo sobre as obras e galerias de arte, e sugestão de roteiro de dois dias em Inhotim.

O site de Inhotim tem explicações completas e detalhes sobre tudo o que há no Instituto, incluindo as obras e galerias. Vale a pena conferir.

Finalizo com mais fotos de Inhotim pra te inspirar!

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