5 dicas para vencer o mal de altitude (o temido soroche)


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Uma das perguntas que mais escuto de pessoas que estão indo para regiões montanhosas é: “como se acostumar com a altitude?” Geralmente quem parte pela primeira vez para o Peru, Bolívia, Chile e Argentina costuma ter essa dúvida. Afinal, é bem difícil saber como cada corpo se comporta a milhares de metros acima do nível do mar. É comum escutar que cada caso é um caso, mas a lista de cuidados pode ser estendida a todos. Por isso, cito abaixo 5 dicas para vencer o mal de altitude, também conhecido como soroche.

Visual do Huayna Picchu, em Machu Picchu. Haja fôlego.

Visual do Huayna Picchu, em Machu Picchu. Haja fôlego.

Os dilemas da altitude costumam ser o grande poço de perguntas dos mais de 1 milhão de visitantes que anualmente vão a Machu Picchu (saiba como ir aqui). Mas as coisas são mais simples do que podemos imaginar. Muitos especialistas consideram que até 2 mil metros nosso corpo entende que estamos ao nível do mar.

O maior tesouro arqueológico peruano está a uma altitude de 2.400 metros. Parece muito, mas é menos do que Cusco, a cidade-base para visitar a principal atração turística daquele país. Cusco fica a 3.400 metros acima do nível do mar e se você chegar lá diretamente de avião desde o Brasil vai sentir rapidinho os efeitos de ter menos oxigênio para respirar.

A foto clássica de Machu Picchu, com a montanha Huayna Picchu ao fundo

A sensação é de sufocamento? Não, o mal de altitude é muito mais uma canseira e uma falta de disposição. Tudo parece ser mais difícil. Vira um baita esforço subir uma escada, mesmo curtinha. As ladeiras parecem imensas montanhas. É comum os viajantes sofrerem com soroche, o mal de atitude, que se manifesta em dores de cabeça, náuseas, insônia e vertigem. Raros os viajantes que não sentem nada.

Mas o que eu queria era dar dicas práticas de como sofrer menos com a altitude. E essas recomendações podem ser usadas em muitos tipos de viagem. Afinal, há muitas estações de esqui que ficam em regiões altas e onde é ótimo saber como aproveitar ao máximo. Vamos a elas.

1) Água, água, MUITA água

Beber água é o segredo número 1 da aclimatação. Pode parecer estranho, mas encher o corpo de líquidos reduz os efeitos da altitude no seu corpo. Estou falando de grandes quantidades de água, de 4 a 6 litros por dia, caso tenha atividades físicas como esqui ou caminhadas programadas. Vá treinando seu corpo a absorver enormes quantidades de líquido e a ir fazendo muito xixi. Uma dica é beber água até manter a urina de cor clara, translúcida – quanto menos amarelada, melhor.

2) Tempo ao tempo

Ó tempo rei, monarca supremo da altitude. Com tempo é possível deixar o corpo se acostumar ao ambiente menos oxigenado. Evite roteiros muito apertados, tente deixar ao menos dois dias para se aclimatar antes de iniciar uma trilha na altitude, como o Caminho Inca até Machu Picchu, por exemplo. Outra dica é começar subindo de cidades mais baixas, deixando as mais altas para o fim da viagem. Não ter pressa na altitude é um ótimo passo, tanto para o roteiro como um todo quanto para as atividades de cada dia. Se estiver numa estação de esqui, faça movimentos espaçados para se locomover no plano com esquis ou destravar a prancha de snowboard, isso só vai aliviar o mal de altitude e a falta de ar.

Chegar de SP a La Paz foi um baque de altitude já no aeroporto. Foram pelo menos dois dias para o corpo acostumar.

3) Mandingas do lugar

Na Cordilheira dos Andes, especialmente no Peru e na Bolívia, a folha de coca é um clássico. Na forma de chá ou mastigada e guardada no canto da boca, libera substâncias que atenuam imediatamente os efeitos da altitude. Dissolvida na água é bem mais light e saborosa. Uma alternativa ao amargor marcante é procurar balas de coca com mel. Apesar de ser a base para a produção da cocaína, a folha ao natural nada tem a ver com a droga, refinada quimicamente. Pode ser encontrada em muitas bancas de rua e em qualquer mercado andino, principalmente no Mercado San Pedro, em Cusco. No mesmo lugar é possível encontrar a lifta, uma seiva de uma planta que potencializa os efeitos da coca, e é muito usada pelos nativos. Para os mais conservadores, as soroche pills são capsulas com a substancia ativa preparada industrialmente e vendidas em quase todos os lugares.

4) Despacito

Nada do hit do momento cantado por Luis Fons, despacito quer dizer “devagarinho”. E esse é o mantra para qualquer atividade na altitude, inclusive uma simples caminhada por um centrinho histórico. Andar bem devagar, mesmo, pode ser o segredo entre chegar até um lugar e chegar bem. E aqui é importante ressaltar que independente de preparo físico tem gente que se adapta melhor do que outros. Suba escadas ainda mais devagar. Dica: treine andar na esteira a 1,5 km/h, já que nossa tendência é sempre apertar o passo, só que na altitude você vai ficar esbaforido.

Difícil encarar essas trilhas e subidas e ficar indiferente a altitude. Vá “despacito”…

5) Sem exageros

Nosso corpo fica mais sensível a excessos. Ou seja, um cigarrinho ou um drink na altitude castigam seu corpo. Claro que aos poucos a aclimatação também significa maior tolerância a esses elementos, mas é uma boa oportunidade de reduzir o uso e aproveitar mais. Pegar leve na comida, com refeições leves é outro segredo. Mas não deixe de comer com frequência. E como cada viagem é uma viagem, para evitar o mal de altitude é importante respeitar os próprios limites, mesmo já tendo tido boas experiências. Boa viagem nas alturas!

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