O que fazer em Hamburgo, a cidade queridinha dos alemães

Descubra o que fazer em Hamburgo, com as nossas dicas que visam facilitar o seu planejamento e ajuda-lo a elaborar um roteiro otimizado pela cidade.

Hamburgo é uma daquelas cidades inexplicavelmente subestimadas pelos brasileiros, que raramente passam por lá quando vão à Alemanha. Pode ver, quantas pessoas você conhece que foram para esse país? E quantas visitaram Hamburgo? Determinada a mudar esse cenário, compartilho aqui algumas dicas do que fazer em Hamburgo para quem quer explorar os passeios e descobrir as diferentes regiões da cidade.

A região da Hafen City é linda mesmo debaixo de chuva.

Uma vez quando eu era adolescente li um texto super curtinho sobre Hamburgo em alguma revista por aí e adorei. Pouco tempo depois meus pais me contaram que estavam pensando em ir para a Alemanha nas próximas férias de família e eu insisti para que incluíssemos Hamburgo no roteiro, o que acabou não rolando, não me lembro bem o porquê.

Ainda só com base naquele textinho da revista, Hamburgo nunca saiu da minha cabeça. Cinco anos depois daquela primeira ida à Alemanha, fui morar na Europa e, quando descobri que estaria de férias durante meu aniversário, não pensei duas vezes e escolhi ir passar a data em Hamburgo, arrastei dois amigos e foi a melhor escolha que poderia ter feito.

O que fazer em Hamburgo?

Bom, mas o que tem lá?Em primeiro lugar, Hamburgo é a segunda maior cidade da Alemanha, com quase dois milhões de habitantes. Banhada pelo rio Elba, segundo porto da Europa e capital comercial da Alemanha. Por esse fato e pela vida cultural agitada, o Ricardo Freire do Viaje na Viagem compara a cidade a São Paulo.

Na região do porto há um submarino soviético que hoje funciona como museu. Veja mais sobre isso abaixo.

Hamburgo está bem ao norte da Alemanha, a pouco mais de três horas de Berlim, e pode ser acessada facilmente de ônibus (com passagens tão baratas quanto 5 ou 10 euros) ou trem (a partir de 20 euros). Dali também é fácil chegar à Dinamarca, cuja capital está a cerca de cinco horas de distância. De Hamburgo saem ainda diversos cruzeiros para o Mar do Norte.

São muitas as coisas para fazer na cidade, com opções de passeios tanto para famílias quanto para quem quer badalar. Mas dois ou três dias no destino é suficiente para conhecê-lo bem. A dica principal aqui é: não deixe de incluir um domingo na sua estadia, mais para a frente explico o motivo.

O mercado de peixes é uma atração imperdível em Hamburgo!

Hamburgo teve um papel importante na carreira dos Beatles, com alguns bares famosos até hoje por esse motivo e uma estátua em homenagem ao quarteto britânico. Diz-se também que aqui foi inventado o hamburger, mas a origem é um pouco incerta. Fato é que o nome vem sim da cidade alemã, pois os marinheiros que o levaram aos Estados Unidos (onde ganhou os pães para acompanhar) chamavam a iguaria de “hamburg steak”, em referência ao lugar onde a conheceram.

Hamburgo, roteiro em 4 partes:

Dividi a cidade em quatro partes para falar sobre os principais pontos de interesse em cada uma dessas regiões. Vamos a elas:

1- Hafen City

A parte mais linda de Hamburgo. Hafen City é um bairro próximo ao porto, que passou por uma renovação e hoje conta com prédios bonitos, lojas, restaurantes e cafés, tudo margeado e entrecortado pelo rio, o que lhe confere um ar simpático e apaixonante.

Em Hafen City a minha dica é aquela boa e velha de sempre: perca-se. Dá para gastar pelo menos meio dia nessa região. A região de Speicherstadt (ou “Cidade dos Armazéns”) é um bairro de galpões centenários revitalizados, o pedaço mais bonito da cidade.

Speicherstadt: antigos armazéns revitalizados em meio a canais com um quê de Amsterdam.

Nesta área estão o Museu Marítimo e o Minimundo (Miniatur Wonderland), que são alguns dos museus recomendados na cidade.

2- Centro

O centro é onde está a prefeitura (a Rathaus), marco importante da cidade, como na maior parte das cidades alemãs. É um prédio bastante imponente que pode ser visitado todos os dias da semana, das 8 da manhã às 6 da tarde.

Logo em frente está Rathausmarkt, a praça central da cidade que abriga diversas feiras, shows e exposições. Também por ali está a Chile Haus, um dos primeiros arranha-céus da Alemanha. O prédio é lindo e vale a pena ver qual era o conceito de arranha-céu centenas de anos atrás.

A Chile Haus, um dos primeiros arranha-céus da Alemanha.

Uma vez no centro, caminhe um pouquinho até a Jungfernstieg, a rua que margeia o lago Binnenalster, e relaxa caminhando e contemplando a vista por ali.

Também próximos ao centro o estão o museu do chocolate, que eu não cheguei a visitar e a belíssima Deichtorhallen, que reúne museu de arte contemporânea e de fotografia. Os ingressos custam entre 6 e 15 euros, dependendo do que você quer visitar e do dia da semana.

3- Spitallerstrasse

Os trailers e barracas na beira do porto hoje em dia não vendem apenas peixe.

Esse nome complicado nada mais é do que a zona portuária. É aqui que você precisa estar no domingo. E o dia começa bem cedo.

A principal coisa a se fazer aqui é o fischmarket, o mercado de peixes. Sim, o mercado de peixes. Não torça o nariz ainda, prometo que vale muito a pena (foi meu passeio preferido na cidade). O fischmarket é exatamente o que o nome diz, um mercado de peixes, que começa às 5h da manhã de abril a outubro e às 7h de novembro a março. Nos dois casos o mercado fecha religiosamente às 9h30.

Na parte interna do mercado uma verdadeira festa acontece nas manhãs de domingo.

O lugar reúne pessoas que acabaram de acordar com as que ainda não foram dormir, todos em busca do famoso sanduíche de arenque, acompanhado de uma cervejinha. Dentro do mercado propriamente dito, uma verdadeira festa reúne alemães e turistas, que dançam e bebem desde cedinho. Por mais cedo que seja, não tem como ficar de fora, a atmosfera do lugar é incrível!

O famoso sanduíche de arenque; eu não tive coragem de encarar logo cedo.

Além disso, nessa região está atracado um antigo submarino soviético, que pode ser visitado. A entrada custa certa de 7 euros para estudantes e vale bastante a pena. Eu entrei meio sem querer e adorei conhecer o interior de um submarino. Lá, tem alguns bonecos para o visitante poder ter a dimensão de como viviam os marinheiros que tripulavam a embarcação, muito bacana!

O submarino não estava em nenhuma dica que vimos antes da viagem, mas adoramos!

Os bonecos são um pouco esquisitos, mas servem para entender como era a vida embarcada. Rs.

4- Reeperbahn

Esse é o lugar para quem gosta de sair á noite. A vida noturna de Hamburgo é famosa em toda a Europa e a maior parte dos bares e baladas está na Reeperbahn. Ela é conhecida como a versão alemã do bairro da luz vermelha.

Eu fui ao Sausalitos, que é um rede presente em diversos lugares da Alemanha onde é possível tomar drinks a preços muito convidativos, especialmente no happy hour. Também recomendo o Wasserschloss, que tem alguns shows de altíssima qualidade (e eu nem sou fã de bar com música ao vivo).

A estátua na Beatles Platz tem até o “quinto beatle”.

Para os fãs de Beatles, é aqui que eles começaram sua carreira, tocando no clube Kaiserkeller, o número 36 da rua Grosse Freiheit. Na esquina desta com a Reeperbahn está a Bealtes Platz, com uma estátua moderna do quarteto.

Há muitos hosteis nessa rua e seus arredores. Essa é de fato uma região bem localizada, pertinho do porto e de fácil acesso ao centro e a Hafen City, mas eu me hospedei em um deles achando que facilitaria a volta pra casa depois de sair à noite e não recomendo. A noite começa e acaba muito tarde e a região fica parecendo um cenário de apocalipse no fim de tudo. Quando cheguei ao meu hostel, 5h da manhã de domingo, tudo estava muito sujo e o barulho continuava.

*Bônus importantíssimo: Elbphilharmonie

A Elbphilharmonie é um mega empreendimento que coroa a cara de renovação da região portuária. Lá tem três salas de espetáculo, dois hotéis, restaurantes, lojas e uma praça pública. Quando eu estive em Hamburgo, em 2016, a Elbphilharmonie ainda não estava pronta, por isso não tenho mais detalhes sobre como é, mas hoje o prédio já está a pleno vapor e é programa indispensável. O Viaje na Viagem conta melhor.