Litoral Sul de Alagoas: melhores praias e dicas para sua visita
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Há quem diga que o litoral sul de Alagoas é ainda mais bonito do que a parte norte do estado, famosa pelas praias paradisíacas que são até chamadas de “Caribe Brasileiro”. Ainda não tive a oportunidade de conhecer o que tem para cima de Maceió, mas posso garantir que o sul do estado merece sua visita!
Meu roteiro pelo litoral sul de Alagoas
Cheguei em Maceió num sábado à noite e no domingo de manhã já parti rumo às praias. Decidir seguir para baixo porque tinha o objetivo de conhecer o Rio São Francisco (que deságua na divisa entre Alagoas e Sergipe) e depois conheceria ainda Aracaju, a Linha Verde (região entre as capitais de Sergipe e Bahia) e terminaria minha viagem em Salvador no carnaval.
No primeiro dia de viagem, eu e meus amigos escolhemos parar nas praias mais famosas do litoral sul de Alagoas: Praia do Francês e Praia do Gunga, que são lotadas e bastante exploradas, mas não sem motivo. Mesmo com o turismo intenso, que eu particularmente não gosto, as belezas naturais compensam muito uma pausa por ali, ainda que rápida.
Nos dois dias seguintes, exploramos as praias um pouco mais distantes de Maceió. Como o litoral não é muito grande, dois dias são suficientes para conhecer tudo por ali, mas quem quer mais tranquilidade pode planejar uma viagem de três ou quatro dias entre a capital e Piaçabuçu ou Penedo (falo mais sobre essas cidades lá pra frente).
Essa viagem é uma boa opção para um feriado prolongado ou para quem tem apenas uma semana de folga, combinando com alguns dias na capital. No entanto, se você quiser aproveitar mais tempo, pode ir de baixo para cima e explorar não só o litoral sul de Alagoas, como a capital e o norte.
Outra sugestão é continuar descendo rumo a Aracaju e emendar ainda com alguns dias na Linha Verde. Se quiser variar as paisagens e fugir um pouco da praia, pode ainda seguir da foz do Rio São Francisco para o interior e passar uns dias na região do Cânion do Xingó, como eu fiz.
Praias do Litoral sul de Alagoas: índice do que encontrará nesse post
É claro que essa é uma viagem para curtir praia! E nesse post falaremos sobre as seguintes praias (se quiser ir direto para o texto do seu interesse, clique em cima do link de cada praia):
-Praia do Francês, pertinho de Maceió e com mais estrutura.
-Praia do Gunga, a grande estrela do litoral sul alagoano.
-Barra do Jequiá, também conhecida como Dunas de Marapé.
-Penedo, e dicas sobre as estradas.
-Foz do Rio São Francisco (o melhor fica no final), entrando por Piaçabuçu.
-Praia do Francês
A Praia do Francês fica bem perto de Maceió e, por isso, ela costuma ser bem cheia. Minha dica é chegar cedo para conseguir um lugar para estacionar sem precisar pagar um estacionamento (ou ao menos para conseguir lugar no estacionamento). Já na areia, caminhe para o lado esquerdo, onde a praia é mais vazia e ainda muito linda.
Curtir uma praia mais explorada turisticamente tem suas vantagens, como a enorme oferta de petiscos para vender. Além disso, na vilinha da Praia do Francês também há vários restaurantes e opções de hospedagens. Ficar ali pode ser uma boa para descansar depois de aproveitar ao máximo o primeiro dia.
Na Praia do Francês as águas são calmas e, dependendo da maré, os corais que ficam no raso formam piscinas naturais. No entanto, para ver as famosas piscinas naturais do Francês, aquelas cheias de peixes e água cristalina, é preciso fazer um passeio de barco que custa cerca de R$ 30 por pessoa.
-Praia do Gunga
Logo depois da Praia do Francês está a Praia do Gunga, também muito famosa e bastante explorada. Lá você não tem como fugir: para chegar precisa parar seu carro no único estacionamento que dá acesso à praia e tem preço fixo de R$ 20. Depois das 16h o acesso é liberado, mas nessa hora o sol já baixou bastante e as barracas de comida e bebida estão encerrando as atividades, daí perde um pouco a graça pra quem quer curtir o dia de praia.
Muita atenção na questão da comida. Se você não levar seus próprios lanchinhos vai precisar se render aos preços inflacionados dos quiosques da praia. Fora dali, sua melhor opção de encontrar um lugar para comer são a Praia do Francês, que ficou para trás, ou a vila de Coruripe.
No Gunga também preferi caminhar para o lado da praia, que é bem extensa, para aproveitar o dia com mais tranquilidade, longe dos quiosques e suas músicas. Caminhando para a direita você consegue um cantinho paradisíaco para tomar um sol e descansar perto dos coqueiros.
O mar na Praia do Gunga é bem mais agitado e até um pouco perigoso. É preciso ter atenção. Como no Francês, aqui também há a possibilidade de fazer um passeio extra, mas dessa vez por terra.
Passeios de buggy ou quadriciclo levam até as falésias, que ficam longe e dificilmente você vai conseguir acessar andando. O buggy custa R$ 50 por pessoa e o quadriciclo cerca de R$ 120 para duas pessoas.
Se você quer muito ter a experiência de ver falésias, mas não quer gastar com o passeio, tenho um segredinho para você: Lagoa Azeda. Trata-se de um pequeno povoado, bastante simples, mas presenteado com uma pequena praia cercada de falésias lindíssimas!
Lá você pode acessar a praia por uma escadinha (pergunte para qualquer morador para encontrar o caminho certo) e caminhando para a esquerda vai se surpreender com a beleza das falésias. Mas atenção: não chegue muito tarde pois a maré sobe no fim do dia e “engole” a faixa de areia por onde você caminha até as falésias.
-Barra do Jequiá
Esse foi um dos meus lugares preferidos da viagem. Barra do Jequiá pertence ao município de Jequiá da Praia, o mais novo do estado. Foi nesta praia onde me senti em um paraíso pela primeira vez e onde me falaram que o litoral sul de Alagoas era mais bonito que o norte – e estando ali foi fácil acreditar.
A praia também é conhecida como Dunas de Marapé ou Duas Barras (este último é o nome da fazenda que fica ao lado). É lá que deságua o Rio Jequiá e o encontro do rio com o mar forma duas praias (provavelmente o motivo do nome Duas Barras). Chegando cedo você pode aproveitar banhos no mar agitado ou no rio tranquilo e atravessar nadando de um lado para outro da praia. Com o tempo, a correnteza do rio fica mais forte e a travessia torna-se perigosa.
Para chegar lá, não confie no Google Maps, siga as placas para “Dunas de Marapé”. Depois você terá duas opções: a primeira é entrar no restaurante onde terminam as placas (parece uma descrição vaga, mas não tem como confundir), pegar o barco lá e ficar na “praia da esquerda”. Para isso, no entanto, é preciso pagar um “day use” ao restaurante no valor de R$45 ou RS75 incluindo o almoço. Lá você aproveita a estrutura completa com restaurante, redes etc.
A segunda opção é seguir em frente depois de chegar ao restaurante e acessar direto a praia por um caminho curto que sai de um estacionamento. Você pode deixar o carro lá por R$ 10 até 16h ou pode estacionar na rua logo em frente. Eu escolhi seguir esse caminho e fiquei na “praia da direita”, onde também têm quiosques e muita tranquilidade.
Para ver as tais Dunas do Marapé é preciso fazer um passeio de barco, lá pelo lado do restaurante, que custa cerca de R$ 20 por pessoa e dura mais ou menos uma hora. Ele só pode acontecer com a maré bem baixa, ou seja, cedo.
Apesar de bem pequenina, Barra do Jequiá tem algumas pousadas onde você pode se hospedar, principalmente se você busca fugir do buchicho. Outro lugar-chave para dormir e comer é Coruripe, uma das maiores cidades da região (ainda que pequena), ou Pontal do Coruripe, a parte do município que fica perto da praia.
É importante lembrar que depois da Praia do Gunga tudo é muito pequeno e simples. As praias tendem a ser mais vazias e preservadas e as opções turísticas mais limitadas. Antes de sair do Francês, não se esqueça de sacar dinheiro, por exemplo.
-Penedo
Antes de mais nada se você pesquisar no Google Maps, vai ver que a distância de Maceió a Penedo é de apenas 2h30 de viagem. Porém, se seu objetivo é conhecer as praias do caminho recomendo que você durma pelo menos uma noite em alguma delas, como sugeri acima. Apesar de perto, a estrada principal que leva até Penedo, a AL-101, é cheia de curvas e lombadas e à noite (lembre-se que escurece cedo) não tem um poste de luz para contar história e as lombadas estão mal-sinalizadas.
Deu pra perceber que eu fiz essas burradas todas na minha viagem né? Achamos que seria melhor ficar duas noites em Penedo e voltar para as praias no segundo dia, para não ter que trocar de hotel tantas vezes. Além de tudo, perdemos tempo por confusões – do tipo eu perder o meu chinelo novinho na praia do Gunga e não encontrarmos nenhum lugar para almoçar antes das 18h – e acabamos pegando a estrada de noite, e aí já viu. Melhor não arriscar.
Para piorar, no segundo dia pegamos novamente a estrada de noite, mas seguimos a sugestão de um moço que trabalhava no quiosque da praia de Barra do Jequiá e fomos por uma estrada alternativa, que não beira a praia e por fugir dos povoados não tem lombadas. Até hoje não entendemos o motivo da recomendação, uma vez que a AL-105, a tal estrada alternativa, passa literalmente no meio de um canavial. O medo que sentimos indo por aquele caminho foi forte e qualquer lombada com certeza seria melhor do que aquilo!
Muito bem, avisos dados, vamos ao que interessa. Penedo é uma cidade histórica fofa. Ela tem ruas de paralelepípedos, casarões históricos e casinhas coloridas super charmosas. Apesar de ser uma grande cidade da região, a área de interesse é pequena e você não deve demorar mais do que meio dia para vê-la. Um dia inteiro se for passear com muita calma.
Quando estiver lá, não deixe de visitar o Teatro Municipal de Penedo, o oitavo mais antigo do Brasil, segundo o entusiasmado guia Égno Correa. Ele nos contou apaixonadamente toda a história do local, que se confunde com a história da cidade. O teator é pequeno, super aconchegante e lindo. As visitas acontecem de segunda a sexta das 8h às 17h, aos sábados até às 15h e aos domingos até às 14h. Em dias de espetáculo, a visitação se encerra às 12h. A entrada é gratuita, mas pede-se uma contribuição voluntária para manutenção do local.
Além do teatro, não perca o convento e o claustro, a Casa da Aposentadoria (e seu mirante ao lado), a praça do Pelourinho e a casa de Oratório. Outra parada interessante é no Mercado Municipal, que foi transformado por dentro e hoje é repleto de box com pequenas lojinhas. Quem gosta de artesanato regional não pode perder a Zureta Artesanato, loja coletiva de artesãos da região.
Na minha opinião, porém, o melhor de Penedo são as inúmeras vistas para o Rio São Francisco. Dos diferentes pontos da cidade você pode ter visões variadas do Velho Chico e se maravilhar com esse rio que é tão importante e tão cheio de história. Bons pontos para admirá-lo são o mirante ao lado da Casa da Aposentadoria, a Praça 12 de Abril e o restaurante Oratório.
-Foz do Rio São Francisco
Guardei o melhor para o final. O passeio da foz do Rio São Francisco aconteceu no terceiro dia da minha viagem e foi um dos pontos altos de um roteiro de 20 dias por Alagoas, Sergipe e Bahia (você pode conferir as outras partes dessa viagem nos links acima).
A foz pode ser acessada a partir da cidade de Piaçabuçu, que fica bem pertinho de Penedo. Lá sugiro que você pegue um pequeno barco que leva de 2 a 20 pessoas e custa cerca de 60 reais cada. Em cerca de 40 minutos você chegará a um lugar completamente paradisíaco: um banco de areia que fica exatamente no encontro do rio com o mar. Sem exageros, o que senti quando cheguei ali foi que estava desembarcando no céu, e não estou exagerando.
Combinamos com nosso barqueiro de ficar 2 horas ali e eu teria ficado ainda mais. Como saímos cedo, chegamos lá e aquela ilha era completamente nossa. Quando estávamos quase indo embora, chegou um catamarã cheio de gente. Portanto, esta é outra forma de fazer o passeio, mas não recomendo porque com o barco particular você tem mais flexibilidade e privacidade.
Fiz o passeio com o Tiririca (82-996630284) e recomendo muito. Ele levou um isopor recheado de água e cervejas e nós pagamos só o que consumimos. Chegando lá no banco de areia, há uma mini feirinha onde você encontra petiscos, churrasquinho, artesanatos e doces, como cocadas deliciosas dos mais variados sabores.
O passeio de barco dura cerca de meio dia e é a maneira perfeita de encerrar o tour pelo litoral sul de Alagoas, você pode aproveitar o resto para conhecer Penedo, descansar no hotel ou já partir para a próxima aventura da viagem.
Leia também: Dicas de Maceió
Por fim, espero que você tenha se animado para conhecer o litoral sul de Alagoas! Se ainda tiver dúvidas ou quiser mais dicas da região, escreve aqui pra gente nos comentários! =)
NEILA
NOSSA !!!!! Q LEGAL!!!! MORO EM PENEDO – RJ FIQUEI CURIOSA E EMPOLGADA COM ESSA VIAGEM
Pousada Garopaba
Que bacana, adorei!