O que fazer em Salvador: dicas, passeios e sugestão de roteiro
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Não conheço uma pessoa que tenha ido a Salvador e não tenha se encantado completamente pela capital baiana. Ela é a mistura perfeita de história, lindas paisagens, uma cultura riquíssima e uma culinária deliciosa. Abaixo daremos dicas de quando ir para Salvador, quanto tempo ficar por lá, e finalizaremos com o nosso roteiro de 5 dias para você se inspirar. Do litoral ao Pelourinho, Salvador tem o potencial de te arrebatar. Mas afinal, o que fazer em Salvador exatamente?
Na minha opinião, você não pode sair de Salvador sem conhecer os principais pontos turísticos:
- Pelourinho
Centro histórico da cidade. O bairro tem casas coloridas em estilo colonial e é repleto de bares e restaurantes. - Igreja do Bonfim
A mais famosa das muitas igrejas de Salvador, que tem os gradis do lado de fora cobertos pelas tradicionais fitinhas do Senhor do Bonfim. Um dos maiores símbolos do sincretismo religioso baiano. - Mercado Modelo
O mercado central da cidade, que preserva a estrutura tradicional mas hoje é principalmente um local de venda de souvenirs. - Farol da Barra
Na ponta da praia da Barra, o ponto de partida do mais famoso circuito do carnaval baiano tem também uma das melhores vistas da Baía de Todos os Santos. - Casa do Rio Vermelho
A casa onde viveram Jorge Amado e Zélia Gattai. A propriedade estonteante foi transformada em um museu/memorial impecável.
Entretanto é importante lembrar que estamos falando do maior polo turístico da Bahia e de uma das cidades mais procuradas pelos turistas nacionais e estrangeiros no Brasil. Logo, é de se esperar que a cidade ofereça uma grande infraestrutura turística nos mais diversos aspectos – incluindo no carnaval, mas isso é assunto para outro texto. Nesse cenário, você pode começar a imaginar que atrações naturais e históricas foram sendo muito bem desenvolvidas ao longo dos anos e hoje Salvador conta com uma enorme gama de coisas para fazer, muito além dessas opções acima.
O roteiro por Salvador que vamos sugerir aqui é baseado no que eu fiz na minha última passagem na cidade, mas vou dizer mais uma vez o que não canso de falar por aqui: em cidades grandes, sempre há mais uma coisa pra ver ou algo novo. O que fazer em Salvador depende do que você decidir priorizar. E vamos ajudar você com nessa missão de planejar sua viagem a Salvador!
Leia mais: Onde ficar em Salvador? Dicas de bairros e hotéis
Quando ir para Salvador? Datas de eventos especiais e época da calmaria
Como já mencionamos, Salvador é um destino turístico bastante procurado, então é preciso ficar atento para decidir a melhor época para visitar. Se sua intenção é curtir o tão famoso carnaval soteropolitano, planeje-se com MUITA antecedência, porque as passagens custam caro e as hospedagens lotam rapidamente. Os foliões que não querem perder um minuto da festa devem se lembrar que em Salvador o carnaval começa oficialmente na quinta-feira à noite. Na quarta-feira de cinzas há um último trio elétrico que, diferente dos dias anteriores, acontece de manhã.
Outra data muito importante na cultura baiana é o dia de Iemanjá (2 de fevereiro), quando a praia do Rio Vermelho é tomada por centenas de barcos que levam oferendas para a rainha do mar. A festa rola desde a noite do dia 1 até a noite do dia 2, mantendo-se ao longo do dia, quase como a Virada Cultural em São Paulo. As ruas do bairro ficam lotadas e a recomendação de planejar a ida com antecedência se mantém para essa data também.
Em janeiro, mais uma data importante é celebrada na cidade: a Lavagem do Bonfim. Na quinta-feira que antecede o segundo domingo após o Dia de Reis, as tradicionais baianas lavam a escadaria da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. A cerimônia inter-religiosa acontece desde o século XVIII. Como nos eventos anteriores, essa também é uma época muito procurada na capital da Bahia.
Agora, se você não se importa com as datas festivas, prefere fugir da multidão e busca preços mais baratos, o mais recomendado é ir entre setembro e novembro, longe da alta temporada que vai de dezembro até o final do carnaval, e em julho e agosto. Nesta época também faz calor e chove pouco.
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Quanto tempo ficar em Salvador?
Quando decidi passar o carnaval em Salvador tratei logo de incluir alguns dias para fazer turismo depois de toda a loucura da festa. Eu já tinha estado na cidade duas vezes, mas não pisava lá há quase dez anos e a memória já falhava bastante. Além disso, sabia que algumas coisas novas haviam inaugurado depois disso e eu queria muito conhecer. Um mês depois de voltar de lá já estou fazendo planos para uma próxima visita – e não é exagero.
Acredito que o mínimo para um boa estadia em Salvador são quatro noites/ três dias completos, isso se você não fizer questão de passar horas e horas na praia e tiver um bom pique para andar pelos principais pontos turísticos. Com cinco noites/ quatro dias você consegue conhecer tudo com um pouco mais de calma, ou curtir mais alguma praia. Ficando seis noites/ cinco dias ou mais você pode aproveitar a cidade com tranquilidade e/ou incluir um bate e volta no roteiro.
O que fazer em Salvador – roteiro dia a dia (para 3 a 5 dias)
Confira abaixo o roteiro em Salvador que fiz em 3 dias, e o que faria se tivesse mais 2 dias de viagem. É claro que você pode escolher os dias de passeio que quer fazer e adaptar para personalizar a montagem do seu roteiro por Salvador. Veja nossas sugestões do que fazer em cada dia:
– 1º dia: Salvador tradicional
– 2º dia: Museus e farol da Barra
– 3º dia: Salvador alternativa
– 4º dia: Bater perna pelos bairros
– 5º dia: Passar uma tarde em Itapuã (ou outra praia a sua escolha)
– Outros passeios em Salvador
Dia 1 – O tradicional
Quando viajo eu gosto de já aproveitar o primeiro dia para conhecer os principais pontos turísticos e garantir que não vou sair de lá sem ver algo incontornável. Portanto, se não for sábado (você vai entender porque mais para a frente), comece o primeiro dia indo até a Igreja Nosso Senhor do Bonfim.
Lá, aproveite as fotos lindas com as fitinhas que ficam amarradas na frente do templo católico, mas também não deixe de entrar e conhecer a igreja por dentro. Saindo para a lateral do lado direito, uma salinha onde os devotos agradecem as bênçãos alcançadas chama atenção pela maneira como isso é feito (veja na foto).
Do lado esquerdo da Igreja há uma pequena capela onde você pode pegar água potável e/ou água benta – é permitido inclusive encher garrafinhas. Mesmo se não estiver com sede ou não for religioso, vale a pena entrar para dar uma conferida pois a arquitetura é muito bonita. Não se esqueça, porém, que é uma capela, então é preciso fazer silêncio e manter o respeito.
Dali, você pode ir para a Sorveteria da Ribeira, que fica um pouco fora do caminho, na Rua da Penha, 87, mas vale o desvio. A casa é uma das mais tradicionais da cidade e ostenta uma parede com fotos de inúmeras celebridades frequentadoras do local, que conta com dezenas de opções de sabores de sorvete, alguns bem diferentões.
Dali, siga para o Pelourinho. Um ponto de referência para o começo do passeio é o bar O Cravinho, que já é uma atração local, ou a Praça da Sé. Ali a dica é se perder pelas ruas de pedra ladeadas por construções coloridinhas em estilo colonial.
Alguns pontos de referência são: Largo Terreiro de Jesus, onde está a Catedral Basílica de Salvador e o Museu Afro; Largo do Pelourinho, onde está a Fundação Casa de Jorge Amado e também onde foi gravado o clipe de They Don’t Care About Us, do Michael Jackson (uma foto na sacada vai garantir que você saiba o local exato); Largo do Cruzeiro, onde está a Igreja e Convento de São Francisco, também conhecida como Igreja do Ouro; Praça da Sé; Casa do Carnaval e Praça Municipal, onde fica a saída do Elevador Lacerda.
Depois de esgotar o Pelourinho, você pode pegar o plano inclinado que fica ao lado da Casa do Carnaval e custa R$ 0,15 para descer em direção ao Mercado Modelo. Por esse caminho, você caminha algumas poucas quadras pelo centro da cidade, e pode aproveitar para conhecer um pouco da parte menos turística e mais vida real, e ainda aproveita a vista do bondinho, que é muito melhor que a do elevador.
Porém, se preferir um caminho mais direto, pode ir pelo Elevador Lacerda, que também custa R$ 0,15 e já fica bem em frente ao mercado. Como disse lá em cima, o Mercado Modelo preserva a estrutura original, mas hoje quase todas as suas barraquinhas vendem souvenirs, exceto alguns bares que ficam no fundo e o restaurante do andar de cima.
Quem estiver cansado ou quiser voltar para o hotel para descansar e se arrumar para a night, pode encerrar o dia de turismo por aqui. Se preferir emendar, pegue o Elevador Lacerda para subir de volta para o Pelourinho e aproveite um happy hour em um dos muitos bares da região.
Dia 2 – Museus e Farol da Barra
Para balancear um pouco todo o bate-perna do primeiro dia, hoje você pode ir com um pouco mais de calma e aproveitar as belezas interiores de Salvador. Recomendo que comece o dia no Espaço Carybé das Artes.
Localizado no Forte de São Diogo, em um das pontas da praia Porto da Barra, o Espaço Carybé é um museu que reúne, de forma totalmente virtual, obras e a história do artista argentino que passou grande parte da vida na Bahia. Dali, caminhe pela pequenina e simpática praia do Porto da Barra até a outra ponta, onde fica o Forte Santa Maria e o Espaço Pierre Verger.
Como o museu anterior, esse também é um museu virtual, na minha opinião um pouco mais incrementado, que conta a história e reúne as fotos do fotógrafo francês Pierre Verger, responsável por alguns dos mais importantes registros da vida soteropolitana. O ingresso de R$ 20 dá acesso aos dois espaços.
Continuando, caminhe até o Farol da Barra. Ele é o ponto de partida do circuito Barra-Ondina (ou Dodô) do carnaval de Salvador. Tire uns minutos para aproveitar a vista da praia da Barra. Também é possível visitar o interior do farol, onde fica o museu náutico da Bahia – a entrada custa R$ 10.
Para dar uma espairecida na cabeça, recheada de novas informações por conta das visitas anteriores, caminhe no calçadão da Praia Farol da Barra até a Pedra da Sereia ou pelo interior do bairro. Quem sabe até dê um mergulho. Almoçar por ali também pode ser uma boa, já que por ser uma região bastante turística, há inúmeras opções de bares e restaurantes. Enquanto curtir o passeio na Barra, porém, não perca a hora e chegue na Casa do Rio Vermelho a tempo de pegar uma visita guiada (confira os horários no site).
A residência onde Jorge Amado e Zélia Gattai viveram boa parte de suas vidas é, na minha opinião, o passeio mais imperdível de todos, especialmente para os fãs de literatura. A casa da família foi adaptada para abrigar um memorial do casal de escritores de uma forma a preservar o máximo possível as coisas exatamente como elas eram. A propriedade em si já deixa qualquer um querendo se mudar, mas as histórias passadas ali que são contados pelo guia são verdadeiramente incríveis.
Eu sou uma pessoa que costuma não gostar de visitas guiadas, começamos a segui-la apenas porque por acaso chegamos exatamente na hora que ela começou e achei que valeu muito a pena. A casa é grande e repleta de detalhes impressionantes, com obras de artistas de renome de todo o mundo (até um Picasso tem lá!) e um pouquinho de cada pessoa ilustre que já se hospedou lá enquanto Amado era vivo, e não foram poucas!
Para absorver toda a cultura desse segundo dia, desça andando o morro onde fica a Casa do Rio Vermelho até a parte mais central do bairro de mesmo nome. Ali, escolha uma das inúmeras opções de bares e restaurantes para um happy hour e/ou um jantar.
Dia 3 – Salvador alternativa
Em primeiro lugar é preciso dizer que o ideal é fazer o roteiro desse dia em um sábado e você já vai entender o porquê. No entanto, eu fiz em uma sexta e achei que teve suas vantagens. Mas vamos lá:
Depois de dois dias intensos de turismo, tire o terceiro dia para começar relaxando em uma praia que é um segredinho de Salvador. Ao lado do Museu de Arte Moderna, vá para a esquerda e desça uma enorme escada e chegue na praia da Gamboa. Mas vá preparado, porque ela é de pedras! Pois é, talvez seja ignorância minha, mas eu nem sabia que existiam praias de pedras no Brasil. A vista da descida é simplesmente maravilhosa e pegar uma praia ali é certeza de encontrar poucos ou nenhum turista.
Se não quiser inovar tanto e preferir pegar uma praia de areia mesmo, alugue um barco ali na beira da água mesmo e peça para ir até a prainha do Solar do Unhão, ou prainha do MAM. Ela fica bem pertinho, do outro lado do museu, mas o único acesso possível é de barco. Antes de ir você já combina com o barqueiro uma hora para voltar.
Quando bater uma fominha, se prepare mentalmente, reúna forças e suba a escada. Uma vez lá em cima, vire a direita e almoce no Restaurante da Dona Suzana, na comunidade Solar do Unhão. Nas poucas mesinhas de plástico apertadinhas nas vielas da comunidade você vai comer uma das melhores moquecas da sua vida, se não a melhor. E mais: pagando pouco! Não deixe de bater um papo com a Dona Suzana, uma simpatia de pessoa. Se se perder, pergunte a qualquer um pois todos conhecem o famoso lugar.
Depois de um almoço de respeito, volte andando pelo mesmo caminho e vá ao MAM. As instalações do museu são muito bonitas e, se não gostar de arte, vá mesmo assim. E aqui vou contar finalmente o motivo desse roteiro ser feito no sábado: nesse dia há apresentações de jazz no fim da tarde, para quem quer curtir um lindo pôr do sol em um clima agradável. O Jam no MAM acontece das 18h às 21h.
Quando viajo adoro descobrir esse tipo de experiência, por isso acho que vale muito a pena garantir que isso tudo seja feito no sábado. No entanto, neste dia o restaurante da Dona Suzana também é muito disputado, então planeje-se para comer cedo, tarde ou ficar um bom tempo esperando a sua mesa.
Dia 4 – Bater perna
Depois de um dia mais tranquilinho, que tal começar o quarto dia em um mercado de rua? A Feira de São Joaquim é a mais antiga de Salvador e mantém as suas características originais, sem quase nenhuma presença de turistas. Lá são vendidas desde as tradicionais frutas e legumes até artigos de candomblé. O passeio aqui é para aqueles que gostam de ir além e conhecer a vida real das cidades.
Dali dirija-se para o bairro de Santo Antônio Além do Carmo. Você pode começar pelo Forte da Capoeira. Com um clima descontraído, o bairro tem ganhando bares, restaurantes, lojinhas e ares de lugar cool. Apesar de ser um dos bairros mais antigos de Salvador, Santo Antônio Além do Carmo tem se modernizado cada vez mais.
Cabe ressaltar que as sugestões desse dia eu não tive oportunidade de testar, já que tive apenas três dias de turismo, mas esse passeio é o primeiro que pretendo fazer quando voltar.
Dia 5 – Passar uma tarde em Itapuã (ou outra praia)
Depois de tanta coisa feita nos dias anteriores, minha sugestão é aproveitar o último dia para curtir uma prainha tranquilamente, sem pressa de ir para a próxima parada. Salvador tem mais de 50 km de praias, escolha uma e se jogue.
Para quem mora em uma cidade não litorânea, posso te garantir que qualquer opção pode agradar. Mesmo assim, cabem alguns avisos. As praias mais urbanas não são muito recomendadas por conta da poluição. A Praia do Rio Vermelho, por exemplo, tem o mar bastante oleoso por conta de haver uma grande circulação de barcos por ali. Em Pituba e Amaralina, além da praia não ser tão bonita quanto as outras, o mar é bastante agitado e pode ser perigoso, especialmente para quem não sabe nadar.
Eu pessoalmente achei as praias do Farol da Barra e do Porto da Barra lindas e me pareceram super agradáveis. Porém, amigos soteropolitanos disseram preferir as praias que ficam na parte norte da cidade, como Piatã e Itapuã, por exemplo. A Praia do Buracão, mais central, também foi recomendada.
Outra opção é usar o último dia para conhecer uma praia fora de Salvador. Quando fui eu queria ir a Itaparica, mas acabei não tendo tempo. A ilha fica pertinho de Salvador e há barcos grandes e catamarãs saindo de hora em hora para lá. A viagem leva cerca de 1 hora e custa menos de R$ 10. Praia do Forte é outra opção viável. Um passeio de barco parando em várias ilhas é também mais uma boa pedida.
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Outros passeios em Salvador
Como já disse e repeti, há muito o que fazer em Salvador. Montei o roteiro com base no que fiz (e faria, no caso do quarto e quinto dias), mas para não dizer que não falei das flores, vou deixar aqui mais algumas sugestões de passeios e pontos turísticos que me foram bastante recomendados.
- Galeria da Fundação Pierre Verger
- Dique do Tororó – esculturas de orixás em frente a arena Fonte Nova
- Memorial Irmã Dulce – exposição sobre vida da primeira santa brasileira
- Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – tem missas sincréticas às terças
- Palacete das Artes
- Museu do Sorvete
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