Turismo na África do Sul: o que você precisa saber
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Pensando em viajar a turismo pra África do Sul pela primeira vez? Então a gente explica tudo que você precisa saber pra tirar os planos do papel. A África do Sul é um destino muito diverso: tem parques nacionais com safáris e atividades de aventura, cidades cheias de história e cultura, enogastronomia de ponta e praias de tirar o fôlego.
Primeira parada de muitos viajantes no continente africano, A África do Sul tem uma infraestrutura turística excelente e não é um destino difícil de explorar. Ainda assim, ter as dicas certas faz diferença na hora de planejar a viagem pra um lugar tão cheio de atrações.
Em que época do ano ir, quantos dias ficar, que moeda levar, como se locomover, curiosidades sobre idioma e culinária, entre outras informações. Aqui explicamos tudo que você precisa saber pra fazer uma viagem maravilhosa e sem dor de cabeça. Se quiser ir pra um tópico específico, é só clicar nos links abaixo:
– Qual a melhor época para fazer turismo na África do Sul?
– Quantos dias ficar?
– Documentação e vacina de febre amarela
– Como chegar?
– Moeda e custo-benefício
– Como se locomover pela África do Sul
– Fazer turismo na África do Sul é seguro?
– Chip de internet
– Idiomas da África do Sul
– Culinária: o que você tem que provar
– Filmes e livro pra ir conhecendo o país
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Qual a melhor época para fazer turismo na África do Sul?
A África do Sul é um destino que pode ser visitado o ano todo. Na maior parte do país, o inverno é seco e o verão é chuvoso, com uma importante exceção: Cape Town (Cidade do Cabo) tem o que chamam de clima mediterrâneo, de modo que o inverno é chuvoso e o verão é seco.
Como muitas pessoas concentram a maior parte da viagem em Cape Town e a cidade tem praias e vários programas pra fazer ao ar livre, vale a pena evitar o inverno, se você puder. Se tiver que ir nessa época de qualquer jeito, as opções de turismo por lá são tantas que dá pra curtir mesmo assim.
No inverno sul-africano as temperaturas podem chegar a menos de 10º celsius, um pouco menos do que estamos acostumados em algumas partes do Brasil, mas no geral o clima é definido como moderado. O verão é gostoso, especialmente em Cape Town, mas lembre-se de que meses como dezembro e janeiro são alta temporada, então tudo fica mais cheio e caro.
Saiba mais: Cidade do Cabo, tudo sobre o cartão-postal da África do Sul
Quando fazer safári?
Muitas pessoas perguntam se há um período específico pra fazer safári e a resposta é não, a atividade pode ser realizada o ano todo. Alguns dizem que o inverno é melhor porque com o clima seco a vegetação fica mais baixa e é mais fácil encontrar os bichos. Da minha parte, já fiz safári em várias épocas do ano e nunca achei que o clima fez grande diferença. Existe uma quantidade de fatores enorme que vai influenciar a sua experiência de safári, a maioria deles fora do nosso controle, já que tudo depende da natureza. Sendo assim, considero mais importante escolher uma boa reserva, dedicar alguns dias e alinhar as expectativas do que pensar muito na época do ano.
Se quiser ver baleias em Hermanus, o período é de junho a novembro.
Então, qual o período ideal?
Se você puder escolher, eu diria que o melhor momento para fazer turismo na África do Sul e visitar os principais destinos do país (Cape Town, Joanesburgo e reservas de safári) é a primavera, entre setembro e novembro. A província de Western Cape, onde fica a Cidade do Cabo, tem uma flora muito rica, então nessa época as paisagens ficam ainda mais exuberantes. Além disso, Joanesburgo e Pretória ficam roxinhas por conta de seus jacarandás.
Quantos dias ficar?
Eu diria que uma semana é o mínimo do mínimo pra você conhecer Cape Town e fazer safári. Se ficar 10 dias, já dá pra incluir Joanesburgo e ter no roteiro uma amostra mais completa do que a África do Sul oferece.
Ficando duas semanas, é possível fazer a Garden Route, por exemplo, ou incluir outras cidades da África do Sul. Agora, se tiver mais tempo do que isso, o céu é o limite: dá pra visitar uma infinidade de parques nacionais completamente diferentes um do outro, ou mesmo dedicar mais tempo a Cape Town. Sabe aquele tipo de cidade onde você pode passar semanas sem repetir um passeio? É ela.
Documentação e vacina de febre amarela
Pra quem fica até 90 dias na África do Sul, não é necessário tirar visto.
Além do passaporte, o único item obrigatório é o certificado internacional de vacinação de febre amarela. Em relação a isso, vale a pena lembrar que você deve tomar a vacina com uma antecedência de no mínimo 10 dias da data do embarque, e que precisa tirar o certificado internacional.
Até o momento a África do Sul não solicita vacina de Covid-19 para entrada no país. É necessário apenas apresentar um teste PCR negativo realizado com no máximo 72 horas de antecedência.
Como chegar?
Antes da pandemia, dois voos diretos conectavam São Paulo e Joanesburgo em viagens de oito horas, um da South African Airways e um da Latam.
Atualmente os dois estão suspensos, e uma das rotas mais comuns é a da Ethiopian Airlines, com uma escala de 5 horas em Addis Ababa antes de seguir pra Joanesburgo.
Além disso, a Qatar Aiways tem voos com escala em Doha e outras companhias, como Swiss e British, também fazem a rota com parada na Europa.
Mas em setembro de 2023 os vôos diretos retornarão para alegria de todos nós!!
Moeda e custo-benefício
A moeda sul-africana é o Rand. Você consegue encontrá-la nas casas de câmbio aqui do Brasil, ou pode levar moedas como dólares ou euros pra trocar por lá. Além disso, sempre consegui trocar real por rand diretamente no aeroporto de Joanesburgo
Outra ótima opção é sacar dinheiro nos caixas eletrônicos de lá – desde que você habilite seu cartão pra isso, é claro. Como eu em geral não tenho dólares e euros guardados, sempre opto por essa opção, ainda que já leve alguns rands comprados no Brasil também, por garantia.
É válido mencionar aqui algo que nem todo mundo sabe: o custo-benefício pra quem faz turismo pela África do Sul é muito bom. Tanto o preço das atrações, quanto das hospedagens e restaurantes é bem em conta mesmo pra nós brasileiros.
Pra dar uma ideia, um menu degustação de seis pratos no melhor restaurante da África do Sul sai em torno de 240 reais (com a atual cotação de 1 real pra 2,8 rands), enquanto o equivalente no Brasil não custa menos de 400.
Como se locomover pela África do Sul
O Uber funciona muito bem na África do Sul e é barato, assim, é a melhor opção pra se locomover pelas cidades. Evite pegar táxi nas ruas, faça isso apenas se for uma empresa de confiança do seu hotel, por exemplo, e de preferência combinando o preço da corrida antes.
O transporte público, por outro lado, não é muito bom na maioria das cidades. Em Cape Town há um sistema de ônibus que funciona bem, o My City Bus, mas que vale mais a pena pra quem passa uma temporada na cidade do que pra visitantes temporários – nesse caso, pelas curtas distâncias e preço baixo, o Uber é com certeza a melhor opção. Ah, e por favor, não invente de se enfiar numa van. Digo isso porque o trajeto delas é confuso e elas podem ser um pouco perigosas se você é turista.
Tirando algumas regiões específicas, como o centro de Cape Town que reúne várias pontos turísticos, geralmente as atrações não ficam muito próximas uma da outra, então não vale à pena se locomover à pé.
O sentido de circulação na África do Sul é mão inglesa, então só alugue carro se você se sentir confortável com isso. Pra se locomover dentro das cidades, acho o aluguel desnecessário, como disse anteriormente, vale a pena usar Uber mesmo. Pra viajar entre cidades, por outro lado, pode ser uma boa opção. Vale dizer que, em regiões mais turísticas como a Garden Route, por exemplo, as estradas são muito boas.
Fazer turismo na África do Sul é seguro?
Muita gente teme viajar pra África do Sul por razões de segurança, mas a realidade é que ela se parece com o Brasil em muitos aspectos, inclusive nesse. Se você fosse de um país europeu, eu diria pra aumentar os cuidados a que está habituado, mas se vive nas grandes cidades brasileiras, só precisa tomar as mesmas precauções que toma aqui.
Como qualquer turista que visita um lugar desconhecido, é legal pesquisar as regiões onde está indo, evitar andar sozinho à noite em uma área vazia, não dar bobeira com o celular fora de regiões turísticas, e coisas do tipo. Em oito idas ao país eu nunca tive qualquer problema com segurança na África do Sul, porque sempre tomei os cuidados que tomo vivendo em São Paulo.
Vale mencionar também que a África do Sul é considerada um dos países mais seguros do mundo para casais LGBTQI+, segundo a ILGA (International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersexual Association). A organização analisou as leis de países de todo o mundo no que diz respeito aos direitos e proteções oferecidos à comunidade LGTQI+. Entre os fatores que colocaram a África do Sul no topo da lista (junto apenas de Malta, Suécia e Portugal), estão a legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo – que o país foi o quinto no mundo e primeiro na África a aprovar -, a permissão para que realizem adoções, e a punição por lei dos atos de discrimação contra cidadãos LGBTQI+.
Chip de internet
Se você não quer ficar sem internet durante a viagem, vale super a pena comprar um chip da Vodacom e colocar alguns gigas. Os preços são bons e é fácil encontrar lojas deles nos principais aeroportos e cidades do país.
Idiomas na África do Sul
A África do Sul tem nada mais nada menos que onze línguas oficiais. São elas: inglês, zulu, xhosa, venda, tsuana, tsonga, suázi, sesoto, sepedi, ndebele e afrikaans.
De qualquer modo, não se preocupe, todos falam inglês, então aqueles que fazem turismo na África do Sul conseguem se comunicar muito bem nesse idioma. Ainda assim, é comum ouvir locais falando outras línguas entre si, o que é bem interessante e mostra um pouco de toda a diversidade do país. Se tiver um guia local ou fizer amigos de lá, vale a pena pedir pra te ensinarem umas palavrinhas em línguas como o xhosa, que tem sons completamente desconhecidos pra gente.
Culinária: o que você tem que provar
Os restaurantes sul-africanos abrangem tudo que faz parte da culinária internacional, por isso não é nenhum desafio comer bem – muito bem, pra falara verdade – por lá. Mas se você é do tipo que gosta de experimentar pratos locais, aqui vão algumas sugestões:
Pros que tem vontade de comer carnes diferentes, sugiro experimentar o que eles chamam de “carnes de caça”, geralmente de antílopes como springbok e kudu (não são carnes que derivam da caça de fato). Se encontrar no cardápio, vale comer também crocodilo, avestruz, e os mais comuns cordeiro e barriga de porco, especialidades dos restaurantes por lá. Se tiver a chance de ir a um churrasco sul-africano, o braai, não deixe de viver a experiência. No quesito peixes, o kingklip é uma delícia.
Vale a pena provar também os pratos da culinária Cape Malay. Pra um breve panorama: a região de Cape Town foi colonizada por holandeses, que levaram pra lá diversos escravos do que era chamado de Índias Orientais Holandesas, colônia que abrangia todo o território da atual Indonésia. A influência dessa população na região levou à criação de uma culinária cheia de especiarias, a Cape Malay. Vale experimentar o bobotie (bolo de carne) e o koeksister (biscoitinho bem doce coberto com coco), entre outros currys e ensopados.
Partindo da influência indiana, mais presente na província de KwaZulu-Natal, alguns pratos deliciosos são o bunny chow (carne com bastante molho servida em um pão escavado) e as samosas.
Apesar do papo sobre carnes, se você for vegetariano ou vegano, fique tranquilo porque os restaurantes tem diversas opções.
No quesito sobremesa o meu preferido é o malva pudding, bolinho feito com geleia de damasco e servido com sorvete ou creme. O prato não é nada super elaborado, mas ganhou meu coração porque tem gostinho de casa da vó.
Bebidas: vinhos, gins, cervejas e chás
Por fim, no que diz respeito às bebidas, se delicie ao máximo com os vinhos sul-africanos. São mais de 600 vinícolas espalhadas pelo país, gerando uma variedade enorme de rótulos com preços super camaradas. A especialidade é a uva local, a Pinotage, uma mistura de Pinot Noir e Cinsault (chamada por lá de Hermitage). Além dela, os Shiraz também são um espetáculo à parte. Vale experimentar também o chá de rooibos, especialidade do país, e as cervejas e gins de produção local e artesanal.
Filmes e livros pra ir conhecendo o país
Dá pra conhecer a história e as belezas da África do Sul antes de embarcar pra lá. Aqui vão algumas indicações:
Filmes, séries e documentários
Os filmes Invictus e Mais Uma Página; as séries Blood and Water e Queen Sono; e o documentário Professor Polvo. Os últimos quatro são produções da Netflix.
Livros
Desonra, do nobel de literatura J. M. Coetzee; O Melhor Tempo é o Presente, da também vencedora do nobel Nadine Gordimer; Longa Caminhada até a Liberdade, autobiografia de Nelson Mandela; Cartas da Prisão de Nelson Mandela (organizado por Sahm Venter); e Nascido do Crime, de Trevor Noah.
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