O que fazer em Recife: 10 dicas de passeios

Recife já é um destino bem consolidado do turismo brasileiro, mas muitas vezes figura apenas como rota de passagem do Sudeste, por exemplo, para lugares como Fernando de Noronha e Porto de Galinhas. Se você vai à capital pernambucana, de passagem ou não, confira aqui o que fazer em Recife para aproveitar o melhor que a cidade tem a oferecer.

Eu já estive em Recife várias vezes, em momentos muito diferentes da vida, e não consigo lembrar de um momento ruim na cidade. Recife é uma cidade bem grande, que pode ser sufocante para seus moradores, principalmente pelo trânsito pesadíssimo, mas que conversa bem com os turistas, equilibrando a vibe praiana com um centro vibrante e muita história.

Quanto dias ficar no Recife

Para quem ainda não conhece, recomendo ficar pelo menos três dias por lá, deixando dois dias inteiros para a cidade e o terceiro para conhecer Olinda. Se você quer conhecer tudinho e ainda aproveitar a praia com calma vale programar mais um dia na cidade.

Vista do Rio Capibaribe e do Marco Zero do Recife.

Quando ir para Recife?

Como é típico do nordeste, Recife faz calor o ano todo, então se você tem intenção de pegar praia, não há tempo ruim. Os meses de dezembro e janeiro costumam ser mais cheios e com passagens mais caras e em julho e agosto as chuvas podem atrapalhar um pouco a viagem. Se você tiver flexibilidade, o ideal é ir em meses intermediários, como março e setembro, por exemplo.

Carnaval

Para quem quer conhecer o carnaval de Recife/Olinda, um dos mais famosos do mundo, a dica é se planejar, porque decidir de última hora certamente vai significar pagar preços altíssimos em voos e hospedagem.

Para curtir a folia, o ideal é começar a ver voos com um ano de antecedência. Mas calma, você pode conseguir boas opções apenas alguns meses antes, mas aí vai depender de uma mistura de sorte e diligência para procurar muuuito, todos os dias.

Já a hospedagem do carnaval é bom reservar mais ou menos ali por agosto. Antes disso, melhor. Depois você já começa a ficar sem opções boas.

Os famosos bonecões de Olinda aparecem pelas ruas durante o tradicional Carnaval.

O que fazer em Recife? A lista definitiva e prática!

1- Marco Zero e Parque das Esculturas

O Marco Zero do Recife é o centro do turismo na cidade. O Marco Zero é uma grande praça bem bonita, cercada por antigos armazéns de dois lados, construções antigas de outro e o Rio Capibaribe de outro.

Olhando para o Rio Capibaribe a partir do Marco Zero, você vai ver bem pertinho o Parque das Esculturas, que fica em uma pequena ilha adornada com obras do artista Francisco Brennand. Você pode observar as obras de longe ou ver de perto com mais detalhes. Para isso, basta pegar um barquinho que fica por ali mesmo para cruzar até lá. 

E por falar em barquinho, já vou aproveitar e dar mais uma dica. Esses mesmos barcos fazem também passeios pelo Rio Capibaribe. Eu infelizmente não consegui fazer, mas a recomendação de amigos recifenses é pegar o barco no fim da tarde, para curtir os passeios com uma musiquinha e uns drinks. Fica aqui um contato para quem se interessar pelo passeio (lembrando que eu não cheguei a testar).

Além da praça do Marco Zero em si, vale dar uma caminhada para o lado direito (do ponto de vista de quem olha para o rio), onde tem alguns restaurantes num clima mini Puerto Madero, de Buenos Aires. Do lado esquerdo, está o Centro de Artesanato de Pernambuco e a MAPE (Moda Autoral de Pernambuco). Ótimo lugar para conhecer a produção de artistas e designers locais.

2- Recife Antigo

O Marco Zero já fica na região do Recife Antigo, que é o centro histórico da cidade, mas há muito mais a ver por ali. Você pode gastar pelo menos meio dia caminhando pela região, onde vai passar por alguns dos principais pontos turísticos da cidade.

É aqui que estão a Igreja Matriz da Madre de Deus, a Torre Malakoff, o shopping Paço Alfândega e a Faculdade de Direito do Recife (da UFPE), por exemplo.

Um ponto imperdível é a Rua do Bom Jesus, que já foi considerada a 3ª rua mais bonita do mundo pela Architectural Digest. Honestamente, eu não acho que é pra tanto, mas a rua é sim bem bonita e uma caminhada agradável, além de estrategicamente conectar o Paço do Frevo ao Marco Zero.

3- Paço do Frevo

O Paço do Frevo é uma das atrações mais interessantes do Recife Antigo.

Localizado na região do Recife Antigo, como mencionei acima, o Paço do Frevo é um museu não muito grande, mas repleto de boa informação sobre, obviamente, o frevo.

O museu conta a história do ritmo e do carnaval pernambucano de forma leve e interativa. Há também exposições temporárias que costumam ser super interessantes.

Horário e ingressos do Paço do Frevo aqui no site.

4- Cais do Sertão

Como o Paço do Frevo, este é mais um museu localizado na região do Recife Antigo e, na minha opinião, tem uma produção impecável. 

O Cais do Sertão fala sobre a região do sertão e sobre Luís Gonzaga. Ele é muito muito bom, de verdade, e o impacto já começa com a arquitetura do prédio. Por dentro, nada deixa a desejar. Parada incontornável em Recife.

O Cais do Sertão não abre todos os dias, então não deixe de conferir no site os horários de funcionamento e o valor da entrada.

Recomendamos esta excursão com guia turístico profissional que vai te contar sobre a história e cultura da cidade. Nela você vai passar pelo Cais do Sertão e pelo Paço do Frevo, além do Centro de Artesanato de Pernambuco. Importante lembrar que os valores dos ingressos não estão inclusos no passeio guiado!

5 e 6- Oficina Brennand e Instituto Ricardo Brennand

Se você dedicou um dia da sua estadia ao Recife Antigo, recomendo dedicar o segundo dia aos primos Francisco e Ricardo Brennand, que tem a Oficina Brennand e o Instituto Brennand, respectivamente.

Francisco Brennand foi um artista plástico conhecido pelo seu trabalho como ceramista. Sua Oficina de Cerâmica Francisco Brennand possui um museu e um ateliê em um enorme complexo que vale muito a visita. 

Ricardo, por sua vez, foi um colecionador e fundador do Instituto Ricardo Brennand. A propriedade reúne uma infinidade de obras de arte e objetos como armaduras e facas, por exemplo, em um castelo cercado por uma área verde de tirar o fôlego.

A estrutura do Instituto Ricardo Brennand é impressionantes e já vale a visita.

Os dois passeios ficam próximos um do outro, na zona norte de Recife, no bairro da Várzea. Nós já falamos mais sobre o passeio aos museus Brennand nesse post aqui.

Nesse post do Viaje na Viagem também há dicas de como visitar os estabelecimentos dos dois primos em um mesmo dia, e ainda incluir a Fundação Gilberto Freyre no mesmo passeio.

7- Mercado São José

Eu, pessoalmente, adoro visitar mercados, mas se você prefere os gourmetizados, talvez seja melhor pular o Mercado São José. Isso porque ele é um mercado bem tradicional, cheio de boxes vendendo souvenirs, claro, mas também repleto de alimentos dos mais comuns aos mais típicos da culinária local. No melhor estilo mercadão com aquela bagunça gostosa.

Antes de ir, vale saber quais são as comidas e bebidas típicas de Pernambuco para aproveitar melhor.

8 – Casa de Cultura de Pernambuco

A Casa de Cultura de Pernambuco tem uma proposta parecida à do Mercado São José e bem diferente ao mesmo tempo. Ela é um centro de comércio de artesanatos que fica em um edifício que era uma casa de detenção no passado.

O local está bem conservado e as celas foram mantidas (algumas para visitação e outras viraram lojinhas). Lá dentro, há algumas bancas vendendo artesanato local, box com as tradicionais rendeiras, e outros com as mais variadas lembrancinhas típicas (não deixe o bolo de rolo de fora).

Enquanto o Mercado São José oferece um experiência bem local e “raíz”, a Casa de Cultura é mais arrumadinha e ligeiramente mais turística. Ambos são passeios deliciosos, então você pode escolher um só ou visitar os dois e tirar suas próprias conclusões.

9- Olinda

A vista do Alto da Sé em Olinda

Por último, mas não menos importante: Olinda. A cidade conhecida por seu tradicional carnaval não deve ser esquecida nas outras épocas do ano. Tombada como Patrimônio Cultural Mundial, Olinda está a apenas 7km de Recife, e por isso costuma ser incluída nos roteiros de quem visita a capital pernambucana. É possível chegar a Olinda facilmente de carro, táxi ou ônibus. Este passeio para Olinda sai de Recife e ainda passa pelo Instituto Ricardo Brennand citado acima.

Em Olinda a dica é ir até o Alto da Sé, no centro histórico da cidade, e se perder pelas ladeiras rodeadas por casinhas coloridas super charmosas. De lá do alto a vista é de tirar o fôlego. E para quem vai fora do carnaval vale também dar uma passada na Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda e conhecer um pouco dessa tradição tão característica.

Se bater uma fominha, o restaurante Oficina do Sabor é uma indicação certeira. O mais tradicional da cidade, já ganhou vários prêmios e compensa a parada. Uma outra boa opção é o restaurante Beijupirá, que é excelente e também tem unidades em Porto de Galinhas, Carneiros, Noronha e na Reserva do Paiva. Se quiser uma opção bem típica e simples, a pedida é a Casa de Noca, onde você vai comer a melhor macaxeira com carne de sol do mundo (e essa é a única opção de prato).

10- Zona Norte

Em Recife, não há exatamente um bairro daqueles que seja simplesmente simpático e gostoso de caminhar. A vida na capital pernambucana gira muito em torno dos carros.

O que mais se aproxima desse lugar agradável de caminhar é a região de Poço da Panela, um bairro da Zona Norte da cidade que é um verdadeiro segredo de viagem. O interessante ali é o fato de nem parecer que você está em Recife.

Lá há muitos casarões coloridos de estilo colonial espalhados ao longo de algumas ruazinhas pacatas. Uma referência para começar a andar por ali é a Igreja Nossa Senhora da Saúde, no Largo Poço da Panela. Este não é um passeio longo, mas é interessante, principalmente para quem busca ir além do básico na viagem.

Sugestão de roteiro de 3 dias em Recife

Vou contar mais ou menos o que fiz na minha última ida a Recife e deixar como sugestão de como distribuir essas atrações.

No primeiro dia, eu iria direto para o Marco Zero e passaria toda a manhã pelo Recife Antigo, incluindo os museus Paço do Frevo e Cais do Sertão. Como o Paço do Frevo é pequenininho, é super tranquilo visitar os dois no mesmo dia.

Em seguida, caminharia até o Pátio de São Pedro para almoçar no delicioso São Pedro Restaurante, passando antes ou depois pelo Mercado São José. 

Continue o dia atravessando a Ponte Duarte Coelho, que vai te deixar praticamente em frente ao famoso Cinema São Luiz. Dali, caminhe às margens do rio pela Rua da Aurora até a região do skate park. Uma ideia é encerrar com uma cervejinha na Rua Mamede Simões, point do cinema pernambucano.

No segundo dia o destino principal são a Oficina e o Instituto Ricardo Brennand. Com tempo, você pode emendar ainda a um passeio na Fundação Gilberto Freyre ou em alguns pontos da Zona Norte, como o Parque da Jaqueira ou o Poço da Panela. De noite, aproveite para comer e beber por ali.

O terceiro dia você pode dedicar a Olinda. Caminhe com calma pelas ladeiras, visite o Alto da Sé e a Casa dos bonecos gigantes. Se ainda assim sobrar tempo, você pode voltar a Recife e curtir a praia, voltar em algum lugar que gostou muito ou algo que não tenha dado tempo nos dias anteriores.

Praia em Recife?

Na capital, a praia não é a principal atração. Ainda que valha a visita, ela perde muito quando comparada a outros paraísos no mesmo estado ou no vizinho Alagoas. Se sua intenção é só dar uma relaxada e não há tempo de sobra para explorar mais o litoral pernambucano, vá em frente!

Mas atenção! Tomar banho de mar não entra na lista de coisas de o que fazer em Recife. Isso porque desde a construção do Porto de Suape, o ecossistema da região ficou bagunçado e há risco sim de ataques de tubarões, não é exagero.

O que achou das dicas de o que fazer em Recife? Tem mais alguma recomendação pra compartilhar? Deixa nos comentários pra gente!