Minas Gerais: 12 destinos incríveis para se encantar

Mar não tem. Mas tem rios, lagos, cachoeiras, montanhas, trilhas, mirantes e desfiladeiros. Tem cidades históricas, prédios lindos, patrimônio invejável. Também tem arte, artesanato, cultura e lazer. Tem café forte, pão de queijo, sotaque gostoso e aquela receptividade que desmonta até o visitante mais desconfiado. Em Minas Gerais há destinos fantásticos que tem sempre aquilo que a gente tá precisando.

Com essa lista de Minas Gerais e seus principais destinos, você vai quer esse é um dos estados mais incríveis do Brasil. Trouxemos aqui destinos consagrados, como Ouro Preto, mas também alguns que andam fora do radar de muita gente. Confira!

Minas Gerais – destinos urbanos e históricos

Belo Horizonte

Conjunto da Pampulha é um dos passeios belíssimos da capital – Foto: Divulgação

Sim, a capital mineira merece ser visitada. A “roça grande”, como era chamada pejorativamente pelos haters décadas atrás, é uma metrópole vibrante, charmosa e cada vez mais cheia de atrações. Por trás da agitação urbana e do cenário cheio de prédios, a cidade guarda tesouros culturais e gastronômicos. 

Uma das paradas imperdíveis da cidade é o Conjunto Moderno da Pampulha, um dos mais antigos e belos complexos públicos modernistas do país, integrada pela Casa do Baile, Museu de Arte da Pampulha, Igreja de São Francisco de Assis e Iate Tênis Clube. Tudo isso ladeado pelo belo lago.

Outra parada obrigatória é a Praça da Liberdade, no coração da cidade, que conta com outros prédios modernistas, como o edifício residencial projetado por Oscar Niemeyer e que lembra o monumental Copan, de São Paulo. 

Além da arquitetura, como em toda grande cidade, comer em Belo Horizonte é um ponto alto. Para quem curte a noite, é importante saber ainda que BH é repleeeta de bares, um mais legal que o outro. Os destaques ficam para o Mercado Novo e a região da Savassi. 

Ouro Preto e Mariana

Ouro Preto e Mariana são duas cidades que estão coladinhas, a cerca de 35 quilômetros uma da outra. E como se não bastasse, essa distância pode ser percorrida dentro de um trem turístico, o que torna o passeio ainda mais incrível.

Localizadas a cerca de 150 quilômetros de Belo Horizonte, Ouro Preto e Mariana foram antigas capitais da capitania de Minas Gerais, ainda no período colonial, e tiveram sua história marcada pela descoberta do ouro nessa região. A mineração enriqueceu as duas cidades, que passaram a receber obras grandiosas e rebuscadas para a época. Alguns dos ricos edifícios construídos na segunda metade do século 18 se mantêm até hoje e se converteram em atração turística de peso internacional.

Sobre Ouro Preto

Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, é atração imperdível

Ouro Preto foi o primeiro sítio nacional a ser declarado Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1980. Passear pelo centro histórico, com seus palacetes e igrejas do período barroco é uma viagem no tempo. Entre as atrações imperdíveis está a Praça Tiradentes. O umbigo da cidade possui uma série de edifícios coloniais muito bem preservados. Alguns se tornaram lojas, outras estabelecimentos de hotelaria. Mas ainda há prédios públicos, como o belo e imponente Museu da Inconfidência, que abriga os restos mortais de alguns dos inconfidentes.

Outros prédios que chamam a atenção são as igrejas, especialmente as de Nossa Senhora do Pilar e de São Francisco de Assis. A primeira tem o altar com a maior quantidade de ouro do país (mais de 400 quilos!) e a segunda mantém detalhes do trabalho do Mestre Aleijadinho em sua fachada.

Sobre Mariana

Rua Direita, em Mariana

Embora menor que Ouro Preto e menos badalada, Mariana conserva um incrível patrimônio histórico, entre os mais belos do país. O epicentro do passeio é a Rua Direita, com belos sobrados. Entre eles está o museu onde viveu o poeta Alphonsus de Guimaraens, um dos mais importantes do Neo-Romantismo Brasileiro, e a Casa do Barão de Pontal. Também ali está a Praça da Matriz, onde foi erguida a Catedral de Nossa Senhora da Assunção, que possui um órgão do início do século 18 e que ainda está em funcionamento.

Outro ponto com belíssimos prédios históricos é a Praça Minas Gerais, que abriga a antiga Casa de Câmara e Cadeia, atual Câmara Municipal, e também as igrejas de São Francisco de Assis e a do Carmo, exemplos clássicos da arquitetura barroca do século 18.

Agora, na minha opinião, o ponto alto mesmo de Mariana é conhecer a Mina da Passagem. Uma espécie de carrinho te leva ao subterrâneo para conhecer um pouco de como era realizada a extração de ouro no final do período colonial e também no Brasil Império.

Tiradentes e São João del Rei

Casas coloniais coloridas, lareiras, igrejas e o charme de Tiradentes.

Outro casalzinho grudadinho em um roteiro de cidades históricas de Minas Gerais, com destinos centenários! Tiradentes e São João del Rei estão a 20 quilômetros de distância, igualmente percorríveis em um charmoso trem turístico – que não é qualquer trem, e sim a lendária Maria Fumaça!

Em Tiradentes, a principal região de passeios é o Largo das Forras, a praça principal da cidade, de onde partem os passeios de charretes e onde os visitantes se reúnem para comprar artesanatos e também queijos, doce de leite e outras delícias nos empórios, além de comer e beber muito bem nos bares e restaurantes locais.

Nos arredores, estão exemplares do casario histórico, que confere fama a Tiradentes. Igrejas, palácios, museus, a Câmara Municipal e Cadeia Pública estão entre os principais. Vale também conferir a Matriz de Santo Antônio, que além da beleza de sua construção vale ser visitada por estar em uma região elevada, garantindo um belo visual da cidade e da serra de São José.

Os prédios históricos se concentram na região central de São João del Rei.

São João Del Rey é outra cidade cujo centro histórico está repleto de edifícios do século 18, perfeitamente preservados. As ruas Monsenhor Gustavo e Getúlio Vargas concentram a maior parte do casario e fazem você se perguntar se está mesmo no século 21. A Igreja de Nossa Senhora do Pilar, o Solar dos Neves estão entre as principais atrações. Um pouco mais afastada está a igreja de São Francisco de Assis, de bela arquitetura e cercada por jardins projetados por Burle Marx.

Diamantina

A igreja, as casas coloniais, os calçadões de pedra… tudo é história em Diamantina

Diamantina seguiu um percurso de vida semelhante ao de outras cidades históricas de Minas Gerais, crescendo e enriquecendo sob o signo da mineração. No entanto, ao contrário de Ouro Preto ou Tiradentes, a cidade não viveu um ciclo do ouro, mas de Diamantes, como seu próprio nome denuncia.

Aqui, você vai encontrar aquele casario colonial, de arquitetura barroca, que tanto encantam os visitantes que vão às cidades históricas mineiras. Igrejas, palácios e outros edifícios fazem companhia a deslumbrantes belezas naturais do entorno. Tudo isso garantiu à cidade a condição de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela UNESCO em 1999.

Entre as principais atrações no centro histórico estão a Casa da Glória, as igrejas do Amparo e São Francisco de Assis, além do Museu do Diamante e as casas que pertenceram a Xica da Silva (sim, a famosa escrava alforriada que se tornou senhora) e Juscelino Kubitschek. No entorno, vale conferir as cachoeiras dos Cristais e da Fumaça e o Pico da Lapinha, que garante um visual belíssimo.

Minas Gerais – destinos de natureza

Conceição do Ibitipoca

Lago do Espelho cativa pela coloração da água

Às margens da BR-267, que liga Varginha a Juiz de Fora, está a simpática cidade de Lima Duarte, ponto inicial para uma viagem repleta de belezas naturais. A partir dali é preciso percorrer um percurso de 25 quilômetros, subindo a Serra do Ibitipoca, para conhecer um dos mais belos destinos de ecoturismo do país: Conceição do Ibitipoca.

Há 20 anos, quem se arriscasse a visitar o local teria como única opção de hospedagem a residência do Zé do Arame, dono de um boteco pra lá de roots no centro do pequeno arraial, com população inferior a 1,5 mil pessoas. Hoje as coisas mudaram e o local abriga hotéis, pousadas, hostels e várias casas abertas a locação temporária. Tudo isso para receber os milhares de turistas que vão à região para conhecer o Parque Estadual do Ibitipoca.

Trata-se de uma reserva de 1488 hectares com beleza indescritível: cachoeiras, grutas, mirantes, praias fluviais e lagos “cor de coca-cola”, além de formações rochosas como a famosa Janela do Céu fazem deste um local de sonhos para quem busca um contato mais íntimo com a natureza.

A entrada do parque está a três quilômetros do arraial de Conceição do Ibitipoca e o próprio caminho é uma atração à parte, com as casas à beira da estrada onde é possível comprar o delicioso pão de canela. Quem prefere uma viagem mais roots pode ficar no camping do parque.

Para quem fica hospedado na cidade, depois de bater perna no parque como se não houvesse amanhã, vale curtir a noite nos bares e restaurantes do arraial, que também abriga lojinhas de artesanato.

Capitólio

A pesada intervenção humana não tirou a beleza de Capitólio

Dentro da região da Serra da Canastra está o município de Capitólio, que é uma atração por si só. A construção da usina hidrelétrica de Furnas, nos anos 1960, gerou a represa e também uma série de lagos artificiais belíssimos na região. Milhares de turistas são atraídos anualmente em busca das águas verde-esmeralda e também para conferir os imponentes cânions da região.

As piscinas de águas cristalinas, além de um colírio para os olhos, também podem ser percorridas em passeios de barcos, lanchas e até mesmo as famosas “chalanas”, embarcações de fundo plano que foram popularizadas na canção de Almir Sater.

Há passeios que começam na imensidão da represa e vai se “afunilando” na região dos cânions, onde os barcos ficam muito perto dos paredões. Além das piscinas, ainda há cachoeiras na região, como a Lagoa Azul, Capivara e Dicadinha. O principal mirante é o Morro do Chapéu, localizado a 1.293 metros de altitude, de onde é possível ter uma visão privilegiada do Lago de Furnas.

São Thomé das Letras

A Pirâmide é o ponto de encontro para curtir o por e o nascer do sol – Foto: Divulgação

Desde os anos 1970 que a simpática cidade do sul de Minas é conhecida como um refúgio hippie. Esoterismo e ufologia se misturam nas diversas lendas contadas na cidade. O próprio nome da cidade, aliás, é alusão a um milagre de São Thomé, que teria ajudado um escravo a se libertar.

Mas além de toda essa vibe riponga, a região tem belezas naturais incríveis, e por isso São Thomé figurou aqui nesta parte e não nos destinos urbanos. A mais acessível, localizada no centro da cidade, é a Pirâmide, um mirante que os visitantes buscam para ver (e aplaudir) tanto o pôr quanto o nascer do sol.

Mais afastado da cidade, estão pontos como a Gruta do Carimbado e as cachoeiras da Eubiose, Véu da Noiva e Shangri-la e da Lua, além do Vale das Borboletas.

Uma curiosidade que atrai até mesmo visitantes estrangeiros é a Ladeira do Amendoim, um local onde os objetos sobem em vez de descer. Embora se trate apenas de uma ilusão de ótica singular, o fato só alimenta ainda mais as muitas lendas da região.

Minas Gerais – destinos para relaxar

Gonçalves

Nas montanhas da Serra da Mantiqueira, chegamos em Gonçalves, a cidade que te faz sentir vontade de se desligar de tudo! Seu clima de serra e cara de roça só dão mais vontade de se desconectar e aproveitar o passeio.

Aqui, comer bem não vai ser um problema! Aconselho ir para Gonçalves em outubro para o Festival de Gastronomia e Cultura da Roça. No festival você vai encontrar vários pratos, sobremesas e petiscos dos restaurantes da cidade.

Poços de Caldas

Poços de Caldas é o lugar do bem-estar. A cidade tem dezenas de fontes e cachoeiras espalhadas, e é conhecida pelas suas águas com propriedades alcalinas, sulfurosas, radioativas e termais. O verdadeiro paraíso para os banhos de imersão. 

Em Poços também é mantida a tradição dos cristais de Murano. Três fábricas são abertas às visitações, sendo permitido acompanhar todo o processo delicado de produção das peças. Visite também o Parque das Águas, Cristo Redentor e a tão famosa cachoeira Véu de Noiva.

Santuário do Caraça

Aninhado entre as montanhas da Serra do Caraça, o Santuário do Caraça nos convida a uma experiência de paz e contemplação. Nesta reserva particular de patrimônio natural, a natureza exuberante combina perfeitamente com a arquitetura histórica, criando um ambiente único de serenidade. 

É possível tanto visitar o Caraça por um dia e caminhar pelas trilhas que ficam dentro do espaço da reserva, quanto hospedar-se por lá. Neste caso, o destaque fica com os lobos-guará, que aparecem à noite nas proximidades da igreja – uma experiência inesquecível! Se for apenas passar o dia, não deixe de aproveitar o museu e a lojinha no final do passeio.

Araxá

Araxá também é conhecida por suas águas medicinais e sulfurosas. Antigamente ocupada por indígenas da etnia Araxás, a área foi dominada pelos bandeirantes em 1776. A região também ficou conhecida pela novela Dona Beja, responsável por contar a história da personalidade histórica Ana Jacinta de São José.

Dona Beja tem uma história conturbada. Foi raptada por sua beleza exuberante e culpada por isso. Anos mais tarde, diante dos julgamentos, tornou-se cortesã e negociante de diamantes. Seu casarão, na praça Coronel Adolfo, 98, hoje é um museu com seus poucos pertences que restaram.

Em Araxá, visite também a igreja de São Sebastião, uma capela em estilo colonial construída em 1820. Para um passeio mais moderno, conheça o Museu Calmon Barreto, ex-diretor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. O espaço conta com telas e esculturas do artista plástico nascido em Araxá.

Mas aqui o destaque mesmo é o imponente Grande Hotel Termas de Araxá, que fica em um terreno no meio do mato e na beira de um lago. Ideal para famílias e para quem quer uma experiência completa de relaxamento.

Minas Gerais – Arte

Inhotim

Inhotim é a joia de Minas Gerais, um daqueles destinos tão únicos que mereceu uma categoria só para si. Localizado no município de Brumadinho, a 50 quilômetros de Belo Horizonte, está o maior museu a céu aberto do mundo. O Instituto Inhotim abriga um riquíssimo acervo de arte contemporânea, espalhados em um parque de 25 hectares, com jardins projetados por Burle Marx. O parque é tão amplo e com tantas opções que um único dia é pouco para dar tanta de tanta beleza e informação.

Vários prédios abrigam instalações de Hélio Oiticica, Tunga e Adriana Varejão, entre outros nomes de peso da arte contemporânea brasileira e mundial. Há espaços para exposições permanentes e provisórias de artistas renomados mundialmente. Em meio a tudo isso, espécies botânicas de vários continentes convivem em um espaço deslumbrante.

Confira o nosso roteiro de dois dias em Inhotim!

Em Minas Gerais não faltam destinos incríveis. Qual o seu preferido? Que lugar você adicionaria na lista? Conta pra gente nos comentários!