Cidades do Japão: destinos imperdíveis para sua viagem


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Tudo começou dia 14 de agosto de 2017 quando fui pedida em casamento. No dia seguinte ao pedido não sabíamos nem se iríamos fazer festa, mas já tínhamos o destino da nossa lua de mel definido: Japão! Se por um lado a escolha do destino foi fácil, por outro, a escolha das cidades do Japão que entrariam no nosso roteiro foi uma das missões mais difíceis do nosso planejamento. Por isso agora, depois de ter voltado de uma viagem de 22 dias por lá, decidi fazer esse post com as cidades imperdíveis para visitar no Japão para contar o que pesquisei e aprendi durante a viagem, e para ajudar os próximos viajantes.

Leia mais: Japão: tudo o que você precisa saber para começar a planejar sua viagem
E também: Quanto custa viajar para o Japão?

Cidades do Japão

Nesses post contemplaremos as cidades japonesas listadas abaixo. Se quiser ir direto para o trecho do texto de seu interesse, clique no link em cima do nome da cidade.

Tokyo e Kyoto: as clássicas, tem que ir.
Kanazawa: inclua no roteiro e não se arrependa.
Ryokan: não é cidade, mas é experiência que vale como destino.
Naoshima: a ilha das artes e arquitetura do Japão.
Hiroshima e Miyajima: a história deve ser conhecida.
Takayama: entre sakês e alpes japoneses.
Shirakawa-go: bate e volta para vilarejo tradicional, a partir de Takayama ou Kanazawa.
Nara: bate e volta a partir de Kyoto.
Okinawa: ilhas paradisíacas no Japão? Sim, elas existem!

-Tokyo e Kyoto: as cidades clássicas, imperdíveis e mais óbvias

Na minha opinião, Tokyo e Kyoto (ou Tóquio e Quioto, como preferir) são duas certezas em uma viagem ao Japão e oferecem o melhor resumo das diversas facetas do país.. Tokyo, a capital do Japão moderno, é vibrante e cheia de lugares diferentes pra ir, desses que só existem no Japão. Kyoto, a capital do Japão tradicional, é onde você conhecerá a história do país e viajará no tempo ao visitar os mais de 100 templos budistas abertos para visitação, e os 400 santuários xintoístas.

Experiências imersivas e sensoriais no museu digital teamLab Borderless, em Tokyo

Se você tem 7 dias apenas no país, meu conselho seria concentrar a viagem nessas duas cidades e fazer alguns bate e voltas a partir delas, como ir para Nara a partir de Kyoto, e de Tokyo ir para Hakone ou Lago Kawaguchi para ver o monte Fuji – se o dia estiver aberto. Ah, eu também aconselharia colocar mais dias para conhecer o Japão nessa sua viagem… =)

Cidade Japão

Templo Daigoji em Kyoto, com as folhas vermelhas de outono. Parece uma pintura de tão lindo. Definitivamente uma cidade do Japão imperdível!

Quento tempo ficar em Tokyo? no mínimo 4 noites
Hotéis que nos hospedamos em Tokyo:
Cerulean Tower Tokyu Hotel (no início da viagem) e Mandarin Oriental Tokyo (no final da viagem, pra fechar com chave de ouro).

Quanto tempo ficar em Kyoto? no mínimo 4 noites
Hotéis que nos hospedamos em Kyoto:
 Hotel Kanra Kyoto (4 noites restantes, hotel moderno e central) e Hoshinoya (ryokan afastado perto do rio: 1 noite).

-Kanazawa: inclua e não se arrependa

Se eu tivesse que indicar uma cidade além de Tóquio e Quioto, essa cidade seria Kanazawa. Foi uma ótima surpresa no meio do meu roteiro pelo Japão. O que eu mais gostei de fazer foi explorar o Kenroku-en, um dos três mais importantes jardins do país (com todo o cuidado e perfeição de um autêntico jardim japonês), conhecer o o antigo bairro das gueixas que hoje está repleto de lojas e restaurantes bons (Higashiyama Higashi District), e os museus da cidade como o 21st Century of Contemporary Arts. Por estar perto do mar, a culinária em Kanazawa é ótima, cheia de peixes frescos que rendem sushis magníficos.

Bairro antigo de gueixas em Kanazawa, uma graça! A cidade japonesa superou nossas expectativas.

Se você tem 10 dias no Japão, recomendo conhecer Tokyo, Kyoto e Kanazawa, com a possibilidade de ficar uma noite em um ryokan (veja o próximo item) em Kyoto pra otimizar.

Quanto tempo ficar em Kanazawa? no mínimo 2 noites, para ter pelo menos 1 dia completo na cidade.  
Hotel que nos hospedamos em Kanazawa:
Hotel Nikko Kanazawa

-Ryokan: não é um destino, mas uma experiência imperdível 

Ter a experiência de dormir pelo menos uma noite em um Ryokan, tradicional hospedaria japonesa, era algo que eu tinha muita vontade de fazer no Japão e que acredito que todos devem tentar também. Há ryokans espalhados por todo o país, por isso essa não é uma dica de “cidade” do Japão, e sim, de uma experiência.

Uai, mas por que você incluiu nessa lista então? Porque quando você fica em um ryokan, você não faz nada mais além de ficar no ryokan de fato, descansando. O jantar e café da manhã são servidos no local e esse é um dia no roteiro para descansar, por isso tente não incluir nenhuma programação pesada no final desse dia e nem na manhã do dia seguinte, para conseguir aproveitar a proposta da estadia, que pede um tempo só para curti-la.

Apreciando o pôr do sol da janela do nosso ryokan em Yamashiro Onsen.

Quantos dias dormir em um ryokan no Japão? 1 noite
Ryokan que nos hospedamos no Japão: 
ficamos em dois ryokans diferentes, o Beniya Mukayu em Yamashiroonsen e o Hoshinoya em Kyoto.

-Naoshima: para respirar arte e arquitetura

Eu não tinha dúvidas que queria incluir Naoshima no roteiro, e na verdade esse seria (e foi) um dos pontos altos da viagem para mim. Se você gosta de arte e arquitetura, a ilha é MUST VISIT. Conheço pouquíssimas pessoas que cruzaram o planeta e decidiram incluir Naoshima no roteiro (por desconhecimento ou falta de interesse, não sei), mas eu recomendo muito que você dê uma olhada com carinho nessa sugestão, que pode ser facilmente explorada em um dia e meio apenas.

Abóbora gigante da Yayoi Kusama em Naoshima

Naoshima é conhecida como a “ilha das artes” japonesa, com instalações artísticas em antigas casas abandonadas, museus com obras incríveis em prédios subterrâneos (tão bem projetados que você mal percebe esse detalhe), muita natureza e um mar azul, e  pra complementar um hotel com uma arquitetura modernista de babar.

Falando em hospedagem, aqui dou uma dica importante para potencializar sua experiência. Ir para Naoshima fica ainda mais especial quando você consegue se hospedar no Benesse House. O Benesse House é um hotel magnífico, referência em arquitetura moderna, e que fica dentro do Benesse Art Site, o principal complexo artístico da ilha. A desvantagem: a hospedagem não é barata (quartos a partir de ¥32,670, ou U$300) e a reserva deve ser feita com muita antecedência  – mas muita mesmo, tipo de 4 a 6 meses, quando abre no site. São 4 prédios para se hospedar: Oval, Beach, Museum ou Park, já listados na ordem de mais a menos interessantes, na minha opinião.

Da varanda do nosso quarto no Benesse House, em Naoshima

Quantos dias ficar em Naoshima: uma noite é o suficiente, mas certifique-se de chegar bem cedo por lá para aproveitar. Adicione uma noite se desejar incluir uma visita a Teshima, ilha vizinha que também respira arte.

Onde nos hospedamos em Naoshima? Ficamos no Benesse House, no Beach. ♥

-Hiroshima e Miyajima: a história deve ser conhecida

Adicione apenas dois dias no seu roteiro e conheça Hiroshima e toda sua história de sofrimento e guerra. A verdade é que nós conhecemos muito pouco do que aconteceu no fatídico dia 6 de agosto de 1945, quando a bomba atômica foi lançada pelos Estados Unidos em cima de Hiroshima. Sabemos menos ainda das consequências da bomba nos sobreviventes da região, e a realidade é assustadora e necessária para que a história não se repita.

Quando você tenta sorrir, mas ainda está com a cabeça longe, processando tudo o que viu…

Na cidade, é possível conhecer em duas horas o parque da Paz e em mais umas três horas o Museu Memorial da Paz de Hiroshima. Aproveite a viagem para incluir também um bate e volta para Miyajima, ilha sagrada pertinho de lá.

Miyajima, e o seu famoso Torii flutuante

Quantos dias ficar em Hiroshima? No mínimo uma noite. Chegue cedo para aproveitar bem a cidade e conseguir fazer o bate e volta a Hiroshima. Algumas pessoas preferem se hospedar em Miyajima ou ficar em um ryokan por lá. Pode ser uma opção também.

Hotel que nos hospedamos em Hiroshima: Sheraton Grand Hiroshima Hotel

-Takayama: entre sakês e alpes japoneses

Takayama é uma cidade histórica fofa, o retrato do Japão de anos atrás e que habita o nosso imaginário. O centro histórico é do período Edo (1600-1868), onde estão as famosas destilarias de saquê da região, e lojas e restaurantes. Quem quer esquiar na ilha principal deve vir para essa região, quando os alpes ficam nevados. É em Takayama que acontece um dos festivais mais famosos do Japão, o Takayama Matsuri. Se estiver pensando em vir no fim de semana do festival durante a primavera e durante o outono, planeje e reserve hotéis e trens com antecedência. Escrevemos um post exclusivo com dicas de Takayama. Confira também.

Leia mais: Saiba tudo sobre Takayama e veja nossas melhores dicas

Todo o bucolismo de um final de tarde em Takayama

Quantos dias ficar em Takayama? Uma noite se não for fazer bate e volta para Shirakawa-go (veja abaixo). E duas noites se para fazer bate e volta em Shirakawa-go,ou para aproveitar bem a cidade antes de sair de manhã cedo para uma parada estratégica em shirakawa antes de ir pra Kanazawa (calma, que no próximo parágrafo você vai me entender).

Hotel que nos hospedamos em Takayama: Takayama Ouan

-Shirakawa-go: bate e volta para um vilarejo tradicional e preservado

Shirakawa-go é um vilarejo histórico que fica entre Takayama e Kanazawa. O pequeno povoado manteve preservada suas tradições e estilo de vida por ficar protegida entre muitas montanhas e por ser o lugar que mais neva na ilha principal do Japão (Honshu). Muitas vezes quando neva demais, os acessos ficam bloqueados e o vilarejo fica ainda mais isolado.

As tradicionais casas Gassho-Zukuri em Shirakawa-go

Shirakawa-go foi tombada como patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO. Como deixar essas belezinhas de fora do nosso roteiro pelo Japão? Alguns turistas escolhem ir de Takayama para Shirakawa de ônibus, passam o dia lá e depois seguem viagem – de ônibus também – até Kanazawa. Outros preferem fazer bate e volta a partir de Takayama, ou a partir de Kanazawa.

Quantos dias ficar em Shirakawa? Nenhum, a cidade fica praticamente as moscas depois das 17 horas, e é ideal para um bate e volta, ou para uma parada estratégica entre dois destinos.

-Nara: bate e volta imperdível a partir de Kyoto

A antiga capital do Japão é um destino perfeito para um bate e volta a partir de Quioto, e tem algumas atrações que se encaixam facilmente em um dia ou até mesmo meio período. É no Nara Park que moram mais de 1300 veados, que já são sucesso entre os turistas. Mas o que realmente me impressionou aqui foi o templo Todai-ji, o maior edifício de madeira do mundo e que tem um Buda gigante de 15 metros de altura no seu interior. O templo é hoje Patrimônio Mundial da UNESCO e merece muito sua visita. Na cidade, a indicação da nossa guia para o almoço foi o Hirasou Nara, para um sushi típico da região.

São muitos os veados de Nara mesmo, não é?

Quantos dias ficar em Nara? Você até pode decidir passar uma noite em Nara mas, honestamente, um bate e volta já está de ótimo tamanho. Eu mesma visitei as principais atrações de Nara em apenas 6 horas.

-Okinawa: mas o Japão tem praia bonita? 

Engana-se se você pensa que Japão não tem praia dessas de mar azul e areia branquinha. Okinawa já estava no meu radar há anos, desde que sentei ao lado de um soldado americano em um vôo, que estava voltando de base militar que ficava na ilha de Okinawa (“Batalha de Okinawa”, esse nome não lhes é familiar? Se sua resposta foi não, recomendo o filme “Até o último homem”). Ele me mostrou fotos incríveis desse lugar que eu nunca nem tinha cogitado visitar. Quatro anos depois, com a viagem para o Japão planejada, surgiu mais essa dúvida: incluir ou não incluir no roteiro alguma das paradisíacas ilhas do arquipélago de Okinawa? Meu coração dizia que sim, mas estava difícil conciliar tudo o que eu queria… porque eu queria tudo! =P

Foto tirada da janela do avião enquanto ele fazia uma curva. Embaixo avista-se metade de um pedaço de terra e a outra metada um mar azul com nuances de cor. É possível ver a asa do avião na parte esquerda da foto.

Como dizer não para uma belezinha dessas?

Quem quer visitar alguma parte do arquipélago tem basicamente 3 opções: conhecer a ilha de Okinawa e as pequenas ilhas ao redor (opção mais prática, e mais famosa entre os turistas), a ilha de Miyako (menorzinha e mais rápida para explorar um paraíso praiano) ou o conjunto de ilhas Yayema que incluem Ishigaki, Taketomi, Iriomote e Kohama, basicamente (essas são mais remotas e são basicamente visitadas apenas por turistas japoneses).

Por fim, decidimos incluir uma praia no roteiro e escolhemos o destino por causa do hotel. Foi assim que caímos de pára-quedas na super remota ilha de Taketomi, lugar perfeito para descansar depois de um batidão intenso e péssimo para quem procura muita coisa pra fazer, pois lá a pedida é hotel, mergulho e praia.

Piscina do nosso hotel Hoshinoya em Taketomi

Ficamos 4 noites, não demos sorte e pegamos 2 dias inteiros de chuva, o que foi bem ruim porque nos impedia de explorar bem e as águas não ficavam transparentes e azuis como nos dias de sol (por mais que ainda estivessem lindas). Nossa sorte era que o nosso quarto de hotel era maravilhoso, e que tínhamos uma bela piscina a nossa disposição.

Hotel que nos hospedamos em Taketomi: Hoshinoya Taketomi


Quer mais dicas sobre as cidades do Japão e a viagem em si?

Então devore nossos outros posts que fizemos com tanto cuidado e carinho. Foram 20 meses de imersão e pesquisa sobre o Japão e seus costumes, tudo para bolar a nossa lua de mel perfeita. E realmente foi uma viagem incrível, e é claro que não deixaríamos vocês de fora dessa! Leia também:

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