Mochilar sozinha na Europa: vantagens e desvantagens


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Eu sempre fui muito de fazer coisas sozinha. Também sempre fui muito de viajar, mas viajar sozinha foi uma aventura que demorei um pouco para realizar. Para falar a verdade, era algo que não me atraía muito, porque eu tinha medo de me sentir muito solitária. Com o tempo, porém, fui me inspirando por relatos de outras mulheres e passei a nutrir essa vontade.

Quando estava fazendo um intercâmbio em Lyon, na França, surgiu a oportunidade perfeita de finalmente realizar esse sonho. Depois do fim das aulas, eu teria alguns dias livres pra viajar antes de voltar para o Brasil e queria conhecer lugares que meus amigos não queriam ir. Sem a menor dúvida, comecei então a planejar meu mochilão de 40 dias pela Itália, Inglaterra, Escócia e Irlanda. Sozinha.

Posando para a foto dentro do Coliseu, em Roma

Em Roma, a sensação de estar sozinha era de animação pela liberdade

Passei por Roma, Florença, Veneza e Milão, na Itália, Londres, Brighton, Bristol, Liverpool, Manchester e York, na Inglaterra, Edimburgo e Glasgow, na Escócia e Dublin, na Irlanda.

Nos cinco dias em que estive em Roma, a sensação era de uma liberdade pura, genuína. Fazer só o que eu queria, na hora que eu queria foi um dos melhores sentimentos que já tive. Em Florença, porém, já não me dei muito bem, confesso. Eu começava a me sentir sozinha. Aquela liberdade não era mais novidade e eu ainda não estava me sentindo confortável com a minha própria companhia.

Se acostumar com você leva tempo. Eu precisei de um respiro de dois dias com meu melhor amigo em Veneza e uma estadia de oito dias na minha cidade preferida no mundo (Londres), para poder aceitar que eu ia ficar só e estava tudo bem. Minha companhia é uma ótima companhia também.

Eu fiquei plenamente feliz. Quando sai de Londres, minha energia era outra e aquele desânimo que bateu lá em Florença nunca mais voltou. Eu tinha passado dias incríveis em um lugar amado e, de quebra, tinha me acostumado comigo. Descobri novas maneiras de aproveitar meu tempo, novas maneiras de viajar.

No resto do tempo em que estive na Inglaterra e na Escócia, criei até uma espécie de rotina dentro daquilo que era a minha vida naquele momento. Toda tarde parava em um café e me dava de presente um chocolate quente ou chá e um pedaço de bolo. Todos os momentos eram meus, mas aquele pequeno prazer que eu me dava diariamente era ainda mais especial.

Às margens do rio Tâmisa, em Londres, com o Parlamento Britânico ao fundo

Alegria pura em Londres! As fotos mal enquadradas sempre acabam fazendo parte dos registros de uma viajante solo

As vantagens de viajar sozinha na Europa

Eu não sou uma pessoa muito extrovertida, então tinha dificuldades de fazer amizades, mesmo me hospedando de couchsurfing. Para quem é assim, a Europa é uma óboa escolha, porque geralmente há muitas opções de lugares onde você pode ir sozinha com uma certa tranquilidade. Eu fui para bares, saí a noite e sempre me senti muito segura.

Além disso, os costumes europeus são muito parecidos com os nossos, afinal, pensando em contextos globais, somos todos ocidentais. Com isso, o choque é menor e você se sente menos perdida.

A comunicação também é bastante facilitada. É super tranquilo se comunicar em inglês ou espanhol em quase todos os lugares. Na Itália, tive um pouco mais de dificuldade com a língua, mas o italiano é tão parecido com português que às vezes eu pedia informações com gestos e entendia a resposta dada na língua local.

Uma selfie em frente a uma parede com o nome "Cavern Club", no famoso bar de Liverpool

A qualidade da foto é deplorável, mas toda vez que a vejo lembro que nunca fui tão feliz sozinha quanto na tarde em que passei no Cavern Club, em Liverpool

As desvantagens de viajar sozinha na Europa

Para mim, o principal ponto negativo é que viajando pela Europa temos muita autonomia, dificilmente você pegará uma excursão. Isso significa que se quiser companhia, você vai precisar se esforçar um pouco mais. Se quiser, você poderá ficar sempre sozinha sim. Se isto é bom ou ruim depende do que espera da viagem.

Além disso, uma mulher brasileira precisa sempre tomar muito cuidado pela Europa. Infelizmente, ainda somos muito estereotipadas e tanto o machismo quanto a xenofobia podem aparecer para atrapalhar a viagem.

Quando estava lá, passei por algumas situações chatas de assédio na Itália, mas nada muito grave, ainda bem. A xenofobia eu senti forte no período em que vivi na França. No entanto, acredito que apesar de tomarmos os devidos cuidados, essas coisas não devem nos impedir de fazer a viagem dos nosso sonhos! Vai nessa!

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