Viagem para a Índia: dicas, curiosidades, comidas e mais!

É impossível voltar indiferente de uma viagem para a Índia. De um jeito ou de outro, positiva ou negativamente, será uma experiência marcante. Há muitas maneiras de organizar sua viagem para lá, tem gente que gosta de viajar com mais conforto, outros querem ter uma vivência mais vida real. Porém tem algumas dicas básicas e informações que todos precisam saber para se planejar, independente do estilo de viagem desejado. Não tem escapatória. E é sobre essas dicas que falarei a seguir.

Nesse post você vai descobrir:

-Curiosidades sobre a Índia
-Comida indiana
-Quantos dias ficar na Índia
-Quando ir para a Índia
-Visto e vacinas obrigatórias
-Livros e filmes para viajar antes de embarcar

Se você está planejando a sua viagem para a Índia, além desse post eu acho essencial ler esse outro aqui: “Nosso roteiro pela Índia“. Nele eu falo sobre como não passar perrengue por lá, deixo os contatos das agências e guias que contratamos por lá, além de falar de várias opções de rotas pelo país e contar em detalhes como foi o dia a dia da nossa viagem.

Não é a toa que o slogan do país é “Incredible India”. Foto minha depois do casamento indiano da Mari em Mumbai.

Antes de ir para as dicas práticas, decidi fazer um aquecimento pra te deixar ainda mais empolgada par visitar o país. Organizei uma listinha rápida de curiosidades sobre a Índia, olha só:

Curiosidades rápidas sobre a Índia:

– O país: Há 6x mais habitantes na Índia do que no Brasil em um território quase 3x menor que o nosso. São 1,3 bilhões de indianos, é muita gente! Você vai se surpreender com as cores, sabores, cheiros e intensidade do país. E vai se fascinar com uma história tão rica e antiga, que coexistiu com o Império Egípcio pra vocês terem uma ideia.

– Trânsito caótico e barulhento: Sabe quando a moto vai passar na faixa entre os carros em São Paulo (ou outras cidades grandes) e fica dando aquela buzinadinha? TODOS na Índia fazem isso: carro, moto, ônibus, caminhão, tuk tuk, charrete… A buzina não pára nunca. Acho que é por isso que eles inventaram a meditação, pra abstrair o som incessante. rs.

E falando em buzina e trânsito, parece que não há lei, e ganha quem não parar… a sensação é que eles vão bater toda hora, mas no final alguém cede para o outro passar (não consegui entender a lógica, se é que há uma). De uma maneira milagrosa, tudo fica bem, se pensarmos no caos que isso poderia ser.

Passeio de Tuk Tuk em Old Delhi, no trânsito “tranquilo” na Índia.

– Banheiros: os banheiros geralmente tem chuveirinho ao invés de papel higiênico. Uma boa dica é levar sempre um lencinho ou papel na bolsa com você (principalmente mulheres), porque bem raramente você verá papel. Alguns banheiros são desses turscos, com um buraco no chão.

– Religião: 78% da população da Índia é hinduísta, 14% é muçulmana, 5% é sikh (mais forte no norte do país), 2% é católica e 0,5% é jainista, a religião mais pacífica que já conhecemos (leia mais sobre ela aqui). Ah! Namastê é um cumprimento pra falar quando você chega, não quando vai embora. E namaskar é uma versão mais formal do namastê. ⠀

– Negociação: quer comprar em alguma lojinha turística ou de algum vendedor nas ruas? Negocie muito os preços! Os valores diminuirão bem e podem cair até 80% depois da negociação. Em lojas maiores, mais estruturadas ou de departamento/shopping isso é mais difícil de acontecer. Ah, e fique esperto porque eles são ótimos vendedores e você pode voltar da viagem com uma mesinha de canto com pedras encaixadas no mármore igual a técnica do Taj Mahal, ou um tapete lindíssimo (aconteceu comigo… =P). ⠀

– Tuk Tuk ou Riquixá?: Os dois. Tuk tuk é o carrinho automático, enquanto que o riquixá é a versão antiga, que era puxada por bicicletas. Eu andei de tuk tuk na maioria das cidades, mas riquixá mesmo só andei em Old Delhi… e a bicicleta era elétrica ainda por cima (que bom!).

Comida indiana

Eu não conhecia muito da comida indiana antes de viajar para a Índia, e me surpreendi com sabores tão diferentes ao paladar de um ocidental. O país é o paraíso dos vegetarianos e dá baile quando o assunto é temperos e especiarias (já sabíamos disso desde as aulas de história, certo? Rs). Se portugueses e espanhóis viajavam até a Índia em meados de 1500 em busca de especiarias, prepare-se para voltar de lá com vários pacotinhos na mala. Quem ama cozinhar vai pirar!

Durante a viagem para a Índia eu me vi apaixonada por “Dal Makhani”, um prato de lentilhas com um molho cremoso, e amei a sobremesa chamada “Gulab Jamun”, cujo sabor me lembrava doces árabes. Voltei de viagem e já me arrisco mais nas pimentas e coloco mais tempero nos meus pratos. Até preparei o “Chapati” em casa (um tipo de pão indiano), e achei super fácil. Receita da Rita Lobo aqui.

Atenção: não veja as fotos abaixo com fome. =P

O famoso chai indiano (do jeito que é servido nas ruas de Mumbai), e as samosas (pasteizinhos deliciosos geralmente recheados de batata ou paneer, um tipo de queijo indiano que lembra o queijo cottage).

Um almoço na Índia costuma ser assim. Com muito naan (pão indiano, o com alho ou manteiga eram meus preferidos), muitas opções vegetarianas, pratos cremosos e apimentados, arroz, e as vezes carnes de frango ou cordeiro.

Uma das refeições mais gostosas que comemos na Índia foi nesse restaurante em Delhi. O Indian Accent é um dos mais sofisticados e famosos de todo país, e o menu degustação fica em torno de 50 dólares por pessoa.

Gulab Jamun com sorvete, sobremesa que deixou saudades.

Antes de finalizar, tenho dois pontos importantes sobre a comida indiana para alertar: 1- A comida é apimentada! Se você perguntar e te falarem que um determinado prato não é apimentado, pode apostar que vai ser pra você, no limite do tolerável pra comer. E se te falarem que o prato é apimentado sim, então esquece, vai ser impossível… rs.

2- Evite pedir porco e carne bovina. É possível encontrar essas carnes em alguns lugares e restaurantes sim, mas o nosso guia fez um comentário que fez todo o sentido. Essas carnes geralmente tem procedência duvidosa. A vaca na Índia é considerada um animal super importante (alguns falam “sagrado”), e os hindus nem pensam em comê-la. E como eu disse na aba de curiosidades, há uma porcentagem relevante de muçulmanos no país, e eles não comem carne de porco. Por isso, o armazenamento e a procedência dessas duas carnes específicas não é necessariamente boa. Já o frango e o carneiro/ cordeiro são carnes bem mais difundidas no país, e presente nos menus dos restaurantes. Das duas em comi diversas vezes, e sem problemas.

Quantos dias ficar na Índia?

A Índia é o tipo de país em que não há limite máximo de dias para ficar. Tem gente que faz algum retiro espiritual ou de yoga, ou simplesmente passa meses passeando por lá, já que o país é muito diverso. Mas limite mínimo dá pra falar sim. Na minha opinião, o mínimo do mínimo são 7 noites na Índia (não menos do que isso). Escolhendo ficar menos tempo, você provavelmente se concentrará em uma só região, e eu não duvido nada você escolher fazer a rota do Golden Triangle. Isso porque esse é o roteiro pela Índia mais visitado por turistas estrangeiros e o roteiro mais clássico, que inclui o icônico Taj Mahal. Mas isso é assunto para os outros posts.

Como eu disse, uma semana é o tempo MÍNIMO que você deve separar para explorar bem a Índia (e é mínimo mesmo). O ideal para deixar a viagem mais completa e redonda seria ficar 2 semanas, ou 13/14 noites. Assim será possível conhecer bem uma região, ou até mesmo 3 regiões diferentes do país. E não se engane, a Índia tem praias bonitas, região desértica, grandes cidades, destinos culturais e históricos, os Himalaias… enfim, tem MUITA coisa para ver por lá.  Além de que a Índia é um país grande e os deslocamentos podem te fazer perder um bocado de tempo.

Varanasi: Índia em toda sua essência mas em localização pouco estratégica, afastada de outros destinos famosos. Planejamento é necessário.

Por fim, ao considerar a duração da sua viagem para a Índia, não esqueça de incluir pelo menos uma noite extra no começo do roteiro para você se aclimatar. A diferença de fuso horário em relação ao Brasil dá uma bela baqueada na gente e os primeiros dias sempre ficam mais arrastados. Se já estiver pela Ásia e a Índia não for sua primeira parada, daí a história é diferente. Mas se não for esse o caso, se dê pelo menos um dia de descanso no início.

Ao começar a estudar mais sobre o país para bolar seu roteiro você vai desejar ter mais dias disponíveis. Aconteceu comigo e com muitos outros viajantes antes de mim. Mas veja bem, o melhor de uma viagem para a Índia continua sendo apenas o fato de estar lá, e poder ver cores, sorrisos, cheiros e sabores diferentes. O importante é ir!

Leia também: Roteiro na Índia, nossa viagem em detalhes e mais dicas de rotas e regiões

E quando ir para a Índia? Qual a melhor época do ano?

Quais os melhores meses para visitar a Índia? Nesse caso, é claro que depende da região mais uma vez. Mas há uma “fórmula” mais genérica que descobri enquanto estava lá e que o meu cunhado indiano me contou, e é essa que passo para vocês.

A dica geral é ir em fevereiro, março, outubro e novembro.

Isso vale bem para a região do Golden Triangle, do Rajastão de Mumbai e Varanasi. Em dezembro e janeiro faz frio e há mais neblina (risco de não conseguir ver o Taj Mahal por exemplo), maio e junho está MUITO calor (quase 50 graus) e o tempo é muito seco. Julho e agosto é só bem calor (tipo 38 graus 😂), mas já é mais úmido e com maior risco de chuva. Por isso, vá em fevereiro e março (de preferência na primeira quinzena de março); ou vá em outubro e novembro.

O tempo está quente e perfeito, mas para ver o nascer do sol no Taj Mahal foi necessário levar um casaquinho.

Nós fomos de 12 a 27 de fevereiro de 2020 e o tempo estava excelente. Fazia calor durante o dia, mas nada insuportável. A noite ficava bem fresquinho e no Rajastão até precisávamos de um casaco leve, mas nada que lotasse a mala de roupas de frio. E não choveu nenhum dia. Achei ótimo e recomendo!

A excessão acontece no estado do Kerala. A dica geral para lá é ir de novembro/dezembro a fevereiro, fora da época das chuvas. Mas esse estado em particular é bom pra visitar quase que em todos os meses do ano (cada mês reserva belezas e atrações diferentes para os visitantes).

Visto e vacinas obrigatórias

A Índia exige visto para turistas brasileiros. Todo o processo é feito online e o valor para 30 dias de visto é de U$25 na alta temporada (entre julho e março) e de U$10 para viagens na baixa temporada (abril a junho). Há também a opção de emitir um visto válido por um ano, no valor de U$40.

Além do visto, também é obrigatório ter a vacina de febre amarela para entrar no país. Garanta que você tem o Certificado Internacional de Vacinação com você em mãos, e boa viagem!

Com visto, vacinas e prontas para descobrir as belezas e cores da Índia. Rs.

Livros e filmes para começar sua viagem para a Índia antes de embarcar

Eu adoro começar a viagem bem antes de entrar no avião. Acho que ler livros e ver filmes sobre o destino que você vai é o melhor jeito de criar uma expectativa gostosa e ter um pouco de contexto do que você vai encontrar por lá. Claro, ler blogs também é uma ótima ideia. =P

Para finalizar o post, deixo dicas de produções e criações que eu já conhecia, e também algumas outras que nossos seguimores do Instagram recomendaram em um dos posts que pedimos sugestões.

🎥 Filmes, séries e documentários: Lion, Viagem a Darjeeling, Quem quer ser um milionário, Gandhi, Sidharta, O exótico hotel marigold, Absorvendo o Tabu (documentário curto), Wild wild country (série) e claro, os filmes de Bollywood. ⠀
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📚 Livros: Sidharta (Herman Hesse), Os Filhos da Meia Noite (Salman Rushdie), Todas as Cores do Céu (Amita Trasi), O Sari Vermelho (Javier Moro), Cabine para Mulheres (Anita Nair), Os Indianos (Florência Costa), Shantaram (Gregory David Roberts), Shalimar, o equilibrista (Salman Rushdie).