Vinícolas do Vale dos Vinhedos: tudo sobre a Rota da Uva e Vinho
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Confira no post abaixo quais vinícolas do Vale do Vinhedos e da Rota da Uva e Vinho, na Serra Gaúcha, você deve visitar. Aproveitamos para mostrar alguns diferencias de cada uma, como restaurantes incríveis, cinema a céu aberto entre os vinhedos e um jardim delicioso para o fim do dia. Tem muita dica boa e valiosa para aproveitar o melhor do vinho no sul do nosso Brasil. Aproveite!
Quando falamos em Serra Gaúcha logo pensamos em vinho. Isso é super justificado, porque Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 90% da produção dos vinhos e espumantes nacionais e a maior parte dessa produção acontece justamente na lá, Serra Gaúcha.
No finalzinho de janeiro deste ano fomos a convite da Agência Conceito Com, de Bento Gonçalves, conhecer um pedaço especial dessa área do sul do país, conhecida como a Rota da Uva e Vinho. Como o nome indica, a área é responsável pela maior parte da produção de vinho e suco de uva e, por isso, o foco do turismo na região está justamente nas vinícolas.
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São inúmeras as opções de fazendas produtoras para conhecer. Com tamanha oferta, cada uma tenta se destacar oferecendo uma experiência diferente, mas conhecer todas elas é missão quase impossível, ainda mais em uma mesma viagem. Quando estivemos na Serra Gaúcha para conhecer a Rota da Uva e Vinho, visitamos seis lugares diferentes. Vamos então contar um pouquinho sobre o que conhecemos e algumas outras opções para te ajudar a planejar a sua viagem da melhor forma possível:
Vale dos Vinhedos e Denominação de Origem
A Rota Uva e Vinho na Serra Gaúcha engloba uma outra região bem conhecida, principalmente pelos apreciadores de vinhos: o Vale dos Vinhedos. Essa área é formada por parte dos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul e se destaca por ser a única região do país a ter o selo de “Denominação de Origem”.
Isso significa que os vinhos produzidos por ali passam por testes rigorosos de qualidade para receber essa certificação especial, que indica quando o produto é bom e tradicional.
Algumas das vinícolas que conhecemos ficam localizadas no Vale dos Vinhedos, como a Miolo, por exemplo. Outras não estão nessa região específica, mas isso não significa que perdem em qualidade.
A Vindima, época perfeita para a visita
A escolha do período para visitar as vinícolas é um ponto importante, porque dependendo da época do ano a experiência pode mudar totalmente – falaremos mais sobre quando visitar a Serra Gaúcha no post com nossa dica de roteiro.
Nós tivemos a oportunidade de visitar o Vale dos Vinhedos e a Rota Uva e Vinho durante a vindima, que é o nome dado à época de colheita das uvas, e acho que esse é um período perfeito. Nessa época todas as cidades ficam envolvidas pelo clima da colheita que é super festivo e você pode até participar dela em algumas vinícolas, fazendo a pisa das uvas por exemplo.
O período é realmente muito valorizado e oferece experiências únicas e incríveis, e no Brasil acontece em fevereiro até o começo de março. Ah outra vantagem de viajar na vindima é que os vinhedos estão carregados de uvas graúdas e bonitas, prontas para serem colhidas (e excelentes para aquela sua foto no instagram).
A melhores vinícolas do Vale dos Vinhedos e da Rota Uva e Vinho
-Vinícola Miolo
Miolo é uma das marcas de vinhos nacionais mais famosas e renomadas. Atualmente ela possui quatro locais de produção, sendo um no Vale do Rio São Francisco, dois na Campanha Gaúcha e um no Vale dos Vinhedos, o original.
Visitamos a sede da Miolo na Serra Gaúcha e foi um dos pontos altos da viagem. Além da evidente qualidade e tradição na produção dos vinhos, a vinícola oferece também uma experiência completa para os visitantes, principalmente na época da vindima.
Quem vai à Miolo pode conhecer os vinhedos, fazer uma degustação e, na época da vindima fazer a famosa pisa das uvas, método usado antigamente para fazer vinho. Hoje a pisa é só uma atração turística, mas uma bastante divertida e até mesmo terapêutica. Enquanto alguns visitantes se revezam na tina, outros podem aproveitar uma música e o merendim, um lanche caprichado oferecido aos visitantes.
Na Miolo tem ainda o Wine Garden, que é uma espécie de bar no jardim da vinícola. Ele funciona de sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, ao longo de todo o ano. Lá são servidos vinhos, claro, além de alguns lanches e pratos.
Os turistas podem optar entre três diferentes tipos de visita. A visita turística inclui a visita à vinícola, aos vinhedos e degustação de quatro produtos por R$ 45 (incluindo R$ 10 de bônus para usar na lojinha). A visita DOVV é igual, mas a degustação é exclusiva de produtos com o selo Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. Ela custa R$ 60, com R$ 20 de bônus na loja. E o mini curso, que é uma visita técnica mais demorada com degustação de 6 a 7 produtos, inclusive direto do tanque, e entrega do Manual do Vinho. Essa versão custa R$ 90, com R$ 10 para serem usados na lojinha.
Durante a vindima, há ainda a opção da experiência completa, como a que fizemos. Ela custa R$ 120 por pessoa e cada participante ganha um brinde. O Wine Garden é gratuito, o visitante paga apenas o que consumir.
Em fevereiro há alguns eventos especiais para o carnaval. Longe da folia, a programação foca em algo mais tranquilo, para os visitantes que querem fugir da bagunça carnavalesca.
Veja aqui o relato da Lily sobre a experiência completa na Miolo.
-Vinícola Luiz Argenta
A Luiz Argenta foi outro ponto alto da nossa viagem. A vinícola oferece uma experiência super completa, principalmente durante a vindima ou a poda, que acontece em agosto.
Quem optar por um passeio completo poderá fazer um tour pelos vinhedos em uma espécie de caminhão de safári super bem equipado e interessante. O veículo leva até um ponto do caminho onde descemos para fazer a colheita das uvas, uma parada muuito divertida!
Depois disso, o visitante faz uma degustação. O mais legal é fazê-la às cegas, na cave da vinícola. São quatro rótulos degustados em uma experiência guiada por um enólogo. O passeio termina com um almoço harmonizado no restaurante Clô, que fica no último andar da vinícola e tem uma vista linda da propriedade.
A experiência completa pode ser feita nos sábados de fevereiro, com a colheita, ou nos de agosto, com a poda (nesse caso ao invés de cortar os cachos de uva o visitante corta as folhas), e custa R$ 390 por pessoa ou R$ 750 para o casal.
Se preferir, o visitante pode fazer versões mais simples da visita. Um tour guiado com degustação normal de quatro rótulos fica R$ 60 por pessoa e o visitante ganha uma taça de brinde. A Cave Experience inclui o tour guiado e uma degustação às cegas na cave. Nessa modalidade o turista degusta quatro vinhos ícones da vinícola e ganha, além da taça, um lenço.
Também é possível ir apenas para o wine bar, para ver a paisagem da vinícola. Ele fica aberto das 15h às 21h, oferece petiscos e espumantes e paga-se apenas o que consumir.
-Aurora
No resto do Brasil pode ser que a Aurora seja mais conhecida pelo suco de uva. No sul, no entanto, a cooperativa é uma das mais tradicionais produtoras de vinhos de mesa e finos da região.
Alguns fatores diferenciam bastante a Aurora das outras produtoras de vinho do Vale dos Vinhedos. O primeiro e mais importante deles, é que o traço familiar, marcante em todas as outras vinícolas, é mais difuso na Aurora. Isso porque ela é, como eu disse ali em cima, uma cooperativa. Ao invés de apenas uma, atualmente 1056 famílias pequenas produtoras são as responsáveis pelo cultivo das uvas usadas para a fabricação dos sucos e vinhos. O próprio suco é outro fator interessante. Ele pode ser degustado na visita, assim como os vinhos, o que pode ser um ponto positivo para grupos com crianças ou pessoas que não bebem.
Por fim, como as plantações estão espalhadas pelo estado, a principal visita da Aurora acontece na matriz da empresa, que fica no centro da cidade de Bento Gonçalves. Ali é possível ver o processo de fabricação e fazer uma degustação. As instalações da fábrica também são uma atração à parte.
Em 2021, a Aurora abriu um novo espaço, que é uma loja no Vale dos Vinhedos, mais afastada do centro de Bento Gonçalves. Lá, há a venda exclusiva de produtos da linha Aurora, que inclui tanto vinhos quanto sucos. Além disso, por R$ 90 também é possível fazer uma degustação de rótulos premium e levar uma taça de cristal de lembrança para casa.
-Don Guerino
A Don Guerino foi a primeira das vinícolas do Vale dos Vinhedos que visitamos e acho que a melhor palavra para defini-la é charme! Assim como as outras, essa também é uma empresa de família, mas é mais recente e tem instalações um pouco menores. A propriedade é toda linda e o prédio central é muito moderno e de extremo bom gosto.
Ela oferece tour pelos vinhedos e pela vinícola e degustação de seis rótulos. A experiência dura cerca de 1 hora, custa R$ 60 reais por pessoa e o visitante leva pra casa uma taça personalizada.
Ali também é possível fazer um almoço harmonizado aos sábados. São quatro pratos e quatro vinhos no valor de R$ 160 por pessoa. Para essa experiência é preciso reservar com antecedência. No caso de grupos com ao menos 20 pessoas é possível preparar o almoço harmonizado em outros dias da semana, sempre reservando com antecedência.
Para mim, porém, o ponto alto da Dom Guerino é o deck. Uma parte da vinícola com uma vista absurdamente linda dos vinhedos com montanhas ao fundo, onde é possível ir sem reservar para beber alguns vinhos e comer uns petiscos como tábua de frios e empanadas. A dica é ir a tempo de ver o pôr do sol.
-Dal Pizzol
Na Dal Pizzol o mais interessante é conhecer o Vinhedo do Mundo. Um projeto que reúne mais de 400 espécies de uvas de 35 países. Essa é a maior coleção da fruta a nível privado da América.
Nós tivemos a sorte de participar da colheita das uvas do Vinhedo do Mundo, mas infelizmente ela acontece apenas em eventos para convidados. Anualmente a vinícola produz ainda um vinho utilizando a maior quantidade possível de uvas, mas ele também não fica disponível para venda.
Além disso, a vinícola oferece almoço em um espaço aberto entre o vinhedo do mundo e um jardim. Passear e relaxar por ali é uma delícia, e o local ainda conta com espaços lúdicos e um parquinho para crianças.
A visita ao Vinhedo do Mundo pode ser feito o ano todo de segunda à sexta das 9h às 17h e aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16h30, e custa R$ 20 por pessoa. Já o restaurante funciona apenas aos finais de semana, das 11h30 às 15h e custa R$ 80 por pessoa, sem bebidas. São servidos uma sequência de massas, risotos e carnes.
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-Vinícola Peterlongo
Como a Aurora, a Peterlongo também fica menos isolada do que a maior parte das vinícolas, o que facilita bastante o acesso. Além disso, na minha opinião, a visita na vinícola é uma das mais interessantes, porque eles têm uma espécie de museu muito bem organizado contando a história da Peterlongo, que já existe há mais de 100 anos.
Essa é a única vinícola fora da França que tem autorização de produzir champanhe. Essa denominação é exclusiva para certos espumantes feitos na região de Champagne, no país europeu, mas como a Peterlongo já fazia o espumante da mesma forma antes de ser concedida a exclusividade, ela ganhou na justiça o direito de continuar usando o nome.
Além da visita tradicional, a Peterlongo oferece também uma experiência muito legal que é o Wine Movie. Uma vez por mês um telão é instalado em frente aos vinhedos e é exibido um filme, com direito a food truck, pipoca e, claro, vinhos.
Na Peterlongo a visita com degustação custa R$ 49 por pessoa. São degustados quatro rótulos e o visitante ganha uma taça de cristal de brinde. As visitas precisam ser agendadas.
O Wine Movie custa R$ 40 antecipado ou R$ 50 comprando na hora. Há descontos para grupos, estudantes e idosos. O ingresso inclui pipoca e uma taça personalizada. Você pode conferir a programação de filmes no site da Peterlongo.
-Pizzato
A Pizzato é outra das vinícolas que fica no Vale dos Vinhedos. Ela é pequena e familiar, mas é super premiada. Ela é especialmente famosa pelos vinhos merlot e, por isso, a vinícola é conhecida como Casa do Merlot
Nós não visitamos a Pizzato, mas algumas das pessoas que estavam conosco na viagem contaram já ter estado lá em situações anteriores e gostaram muito.
Outra coisa que achei interessante na Pizzato é o fato de que é possível fazer uma degustação específica apenas de merlots, o carro-chefe da casa. Além disso, há a possibilidade de realizar a degustação acompanhada de queijos feitos da Serra Gaúcha e charcutaria, o que é diferente do que fizemos nos outros lugares.
-Casa Valduga
A Casa Valduga foi a primeira das vinícolas do Vale dos Vinhedos a fazer um complexo enoturístico no Brasil. Essa nós não visitamos, mas resolvemos incluir na lista por ser uma das casas mais tradicionais da região. Pela experiência, o local é sempre bastante movimentado. Lá também está a maior cave subterrânea da América Latina, que pode ser visitada.
O visitante que não quiser se aprofundar muito pode fazer um tour simplificado de 15 minutos que é gratuito. Mas quem prefere uma experiência completa pode pagar R$ 40 pelo tour de 1h30. A Casa Valduga oferece ainda breves cursos que ocupam uma manhã inteira e custam R$ 100.
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Como comentamos no começo do texto, há inúmeras vinícolas no Vale dos Vinhedos e em cidades próximas. Nossa dica é selecionar algumas e visitar uma ou duas por dia. Você que já fez a Rota Uva e Vinho, conhece alguma vinícola que não listamos e não pode faltar no roteiro?
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